Naquele dia, quando Ally acordou, não houve aquela familiar confusão que sempre se seguia depois de consumir quantidades grandes de álcool.
Ela podia ter estado bêbada na noite passada, mas sua mente se lembrava de tudo com a lucidez
de uma sóbria.Por isso, ela não se sentiu surpresa quando um braço se fez pesar em sua cintura.
Ela se virou lentamente, para não acordar o loiro, e conteve a respiração. Lá estava
ele, todo rosa e dourado, os cabelos bagunçados sendo iluminados pela agradável
luz morna da manhã.O que Ally sentiu, entretanto, não foi nada agradável. Um pânico desesperador começou a crescer na boca do seu estômago e seu sangue rugiu nos ouvidos, a medida que o coração da
morena se acelerava.Mas no que diabos ela estava pensando?
Não. Ela não podia fazer isso.
Austin já a traíra antes. Não importava o quão doces fossem as palavras usadas pelo loiro , ele já havia machucado ela antes.
Motivada pelo medo, a garota se desvencilhou dos braços do garoto e se vestiu rapidamente.
Saiu do quarto, apressada, e chegou ao bar. Lá, a velha senhora que os havia atendido no dia anterior lhe deu um sorriso bondoso.
- O telefone voltou a funcionar, querida. - ela disse, simpática - Posso chamar o guincho para você e o seu namorado, se quiser.
Ela balançou a cabeça, sentindo-se tonta. Mesmo com a forte onda de lucidez que a atingira ao acordar, a garota ainda estava de ressaca.
Ela se apoiou no balcão, cerrando os olhos pra tentar diminuir a luz que fazia seus olhos arderem, e tentou sorrir para a senhora.
- Você poderia chamar um táxi, por favor?
A idosa pareceu confusa, mas fez o que ela havia pedido de qualquer maneira.
Ally não conseguiu parar quieta por nem ao menos um segundo enquanto esperava o taxi. Ela tinha medo que Austin acordasse e visse que ela havia sumido. E se, ela pensava, ele descer ao bar e me ver aqui? Se ele falar comigo, é bem provável que eu mude de idéia.
Não. Ela não podia mudar de idéia.
Seu pobre coração quase parou quando a velha senhora sorriu gentilmente e disse que o táxi havia chegado. Ally agradeceu a ela, lhe pagando pela taxa do hotel. Saiu de lá correndo, e pulou dentro do carro com alivio.
- Para onde, moça? - o homem perguntou, parecendo ranzinza e sonolento. Ele obviamente não queria estar alí.
- Pegue o caminho para o Valley Stream, por favor - ela suspirou - Eu vou para o aeroporto JFK.
♥♥♥
Depois de dez minutos no carro, Ally explodiu em lágrimas. Ela havia tentado segurá-las, de verdade. Fazia cinco minutos que estava olhando pela a janela, imóvel e sem piscar, com medo de que as lágrimas caíssem.
Mas ela não aguentava mais. Tudo o que ela queria fazer era se encostar em um canto e chorar até a morte. Ela sabia que tinha feito a coisa certa - Austin já a havia traído, não havia? Ela havia ficado em depressão por meses por causa dele. Então, não tinha do que se arrepender, certo?
Então, por que diabos ela queria tanto descer do carro e voltar para o loiro?
Ela precisava falar com Noelle, desesperadamente. A amiga saberia como colocar o juízo novamente dentro da cabeça de Ally. Ela sempre sabia.
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Wonderwall
FanfictionAllycia Dawson era uma garota problemática, cuja mãe era uma alcoólatra e o pai havia morrido quando ela tinha apenas seis anos, que teve que aprender bem cedo a amadurecer pra cuidar de sua progenitora e única família, deixando sua infância pra trá...