Southern accent

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Pov Ally

– Instrumentos? - a voz de Austin soou no interior da loja. Me estirei um pouco mais em meu pufe

– Piano, guitarra, violão, harpa, gaita, violino, flauta, teclado e bateria - murmurei de olhos fechados. Estava tentado me concentrar para escrever uma nova musica. Talvez ganhássemos algum credito se a musica fosse de autoria própria.

– Ok - o loiro murmurou assim que terminou de digitar - Data de nascimento?

– Cinco de fevereiro de noventa e seis. - murmurei - Mas que droga

– O que foi? - Austin perguntou distraído. Ele digitava os dados no computador

– Não consigo pensar em uma rima boa.

– Como esta o verso? - ele terminou de digitar e olhou para mim, curioso

– She could be money, cars, fear of the dark – murmurei, sem nenhum ritmo

O loiro bateu os dedos no balcão algumas vezes antes de responder

– Your best friends are just strangers in bars - falou por fim - que tal?

Escrevi o verso na folha, verificando. A frase caia perfeitamente.

–Brilhante - sorri - Austin Moom, você é um gênio.

O garoto riu de meu exagero, voltando a preencher os cadastros.

Voltei a atenção ao caderno. Eu ainda tinha uma musica inteira para compor.

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–Vamos logo, Ally - austin sorriu, fechando a loja. Corri com ele para o carro - Posso dirigir?

Joguei-lhe a chave do carro e sorri, entrando do lado do carona. Estava tão ansiosa por gravar o vídeo que nem sequer pensei no fato de Austin ter uma tendência absurda por correr com o carro e quase bater em postes

– Vamos passar no mercado? - perguntou, dando partida.

– Que se dane o mercado - sorri - Pizzarias servem pra isso. Agora vamos.

O garoto correu pelas ruas de Miami como um louco. Pelo menos, pensei, chegaríamos em casa mais rápido.

Assim que chegamos a casa, corremos escada a cima até meu quarto. Nos atiramos na cama, eu por cima de Austin

– É o seguinte - sorri, me desvencilhando e pegando o diário de dentro da bolsa - Eu compus essa pra você tocar. O que acha?

O garoto pegou o papel e leu-o rapidamente

– Então? - estalei os dedos, apreensiva.

O loiro abriu um sorriso brilhante

– Achei perfeita. - seu olhar mostrou um pouco de preocupação - Onde vamos gravar?

Senti um aperto no peito

– Eu tenho um lugar - peguei sua mão e guiei-o pelo corredor. Assim que paramos, perto das escadas, olhei para cima. Havia uma corda pendendo do teto. Puxei-a.

Austin deu um passo para trás quando uma escotilha se abriu e uma escada caiu, levando ao teto.

Segurei um dos degraus, hesitante.

– Não venho aqui desde que... - murmurei. A lembrança fazia meu coração doer - Desde que ela morreu.

Austin suspirou, compreensivo. Senti sua mão pousar em minhas costas

– Podemos gravar em outro lugar

– Não, tudo bem - tentei sorrir e firmei-me nos degraus. Quando finalmente cheguei ao topo, respirei o familiar cheiro de madeira e flores. As luzes coloridas banharam minha pele

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