Hanna.

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Nos últimos meses, Austin estava um saco.

Não que ela não o amasse mais – ela claramente o amava – mas era de decisão unânime o fato de que Austin estava uma merda.

Claro, o motivo disso era o fato de que ele estava mudado.

Seus álbuns haviam saído há pouco mais de um mês, mas ela já sentia a diferença em suas vidas. O álbum de Austin (intitulado como "walk the moon") fora lançado com um pouco mais de êxito e propagandas que o de Ally. Ele seguia uma linha musical boa, algo como um pop indie. Jimmy também havia juntado mais quatro garotos talentosos e bonitos para atrair o publico – todos com aquele estilo de rockstar desleixado, com calças skinny, regatas legais e cabelos compridos.

E, motivado pela fama, Austin começou a alimentar alguns hábitos não muito saudáveis - embora certamente meio poéticos - como, por exemplo, fumar. Não que Ally estivesse o julgando, uma vez que ela também estava alimentando esse hábito. A nicotina queimando seus pulmões sempre era um conforto bem vindo.

Ela suspirou, sentada no balcão da cozinha, e tragou novamente o cigarro.
Na parede da sala, dois quadros se destacavam pela luz das janelas - os primeiros pôsteres dela e de Austin. Ela olhou para o seu próprio. Lá estava ela, o cabelo solto armado e as roupas coladas e cheias de franjas. Estava encostada em um poste de luz, e seu olhar parecia dizer "eu sou uma garota má. Sou tudo que alguém poderia querer"

Aquela não se parecia em nada com Ally Dawson.

Por outro lado, na foto ao lado da sua, Austin parecia completamente a vontade. Em preto e branco, ele usava uma regata com uma estampa legal, calças skinny rasgadas, all stars surrados e o cabelo muito loiro jogado para o lado. Um cigarro pendia de seus lábios, e a guitarra estava pendurada muito abaixo da linha em que seria considerada confortável. Ele parecia um daqueles músicos capazes de inspirar multidões, ditar modas e gerar fãs. Pessoas se lembrariam das suas musicas mesmo daqui 30 anos.

Batidas na porta a tiraram de seu transe. Olhou assustada para ela, como se, talvez, pudesse enxergar através dela.

– Quem está ai?

As batidas ficaram mais fortes.

– Ally, é o Dez. Vem logo, nós precisamos ir.

A morena piscou, atônita. Mas que merda estava acontecendo?

– O que? - ela abriu a porta, dando de cara com um ruivo esbaforido e ofegante - Dez, do que você esta falando?

– Nós precisamos sair agora. Trish esta no carro e Elliot me ligou surtando e Kira estava lá e começou a chorar e....

– Dez - Ally o segurou pelos ombros e o sacudiu. O olhar do rapaz voltou ao foco - Se acalme e me diga o que esta acontecendo.

– Cassidy - ele disse - Ela vai ter o bebê.

Pov dez

Dez estava meio ocupado quando o telefone tocou.

Ele estava em seu apartamento, vestindo apenas uma cueca branca e beijando avidamente o pescoço de Trish De La Rosa.

O sutiã dela estava no chão, e ambos estavam vermelhos e suados. Eles ainda estavam rindo do flagra em que haviam sido pegos por Dafne, prima de Trish, enquanto estavam nus no sofá do apartamento que elas dividiam. Dez nunca havia ouvido tantos xingamentos em espanhol quanto naquele momento.

– Deixe tocar - a latina riu, enroscando as pernas na cintura do ruivo.

E foi isso que ele fez. Deixou o telefone tocar até cair na caixa postal. E de novo. E de novo.

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