The life in New York City

52 3 1
                                    

Pov. Tilly

– Till, esta pronta?

Julian apareceu no vão da porta, sorridente. Ele usava jeans e um moletom por cima da malha de balé, o que quase me fez rir. Era muito estranho ver homens em malhas, não importava qual era a situação.

Me levantei. Também usava malha de balé, escondida por varias camadas de blusas de frio. Nevava do lado de fora, o que era excitante. A neve era tão rara no sul que a fazia especial. Como descobrira no meu primeiro dia aqui, em New Jersey, era muito fria.

Estava tão nervosa a ponto de desmaiar. Hoje seria meu teste para entrar na companhia de balé de Madame Marisha.

– Estou - forcei um sorriso, me levantado do sofá. O garoto andou até mim e bagunçou meus cabelos. Sorri. Até mesmo quase me esqueci do nervosismo ao sentir seu toque. Forjei uma careta brava - Pare com isso, Julian! Madame Marisha vai me matar se estiver descabelada.

Ele riu abertamente

– Certo, bailarina, vamos lá

♥♥♥

– Próxima.

Meu sangue gelou. Era a minha vez. A mulher no palco era alta e magra, com feições que um dia deveriam ter sido bonitas, mas agora se contorciam pelo tempo. O cabelo estava preso em um coque fortemente amarrado, e a malha negra combinava com seus cabelos. Não parecia ser exatamente amigável.

Me adiantei em subir ao palco, lançando um olhar nervoso a Julian, que também estava logo ali.

– Qual o seu nome? - perguntou Madame, frívola.

– Tilly Tompson, Madame.

– Me chame de senhora, garota - a mulher de preto fez uma careta - Só me chamara de madame se entrar na companhia. Tilly Tompson? Que nome horrível! Teremos que te arranjar um nome decente caso entre aqui. Alias Marquet, não era esse o nome da garota que estava tentando trazer para cá?

Julian comprimiu os lábios, desviando os olhos entre mim e Madame Marisha. Parecia desconfortável.

– É ela mesmo, Madame.

A mulher sorriu com escárnio

– Julian tem feito uma grande propaganda sobre você, Tompson. Vamos ver se tudo o que ele diz é verdade. Vocês dois irão dançar a bela adormecida juntos. Tente não ser péssima.

Olhei para Julian, assustada, enquanto Marisha andava até as cadeiras do teatro. Ela se sentou e me encarou frivolamente.

Respirei fundo quando a musica começou a tocar. Podia sentir ela adentrando meu corpo, tomando conta dos meus movimentos como uma marionete. Andei até o rapaz de cabelos pretos com um impecável colar de perolas, cada passo com exatamente a mesma distancia. Fiz todos os passos que eu e Julian havíamos ensaiado durante a semana que estivera ali.

Senti quando ele também entrou no palco, dançando como um profissional. Senti quando pôs as mãos em minha cintura e me levantou no ar. Naquele momento, eu não era Tilly. Eu era a princesa Aurora, dançando com meu amado Phillip. Quase podia ver o palácio e as arvores se formando ao meu redor, o som das fadas cantando. Aquilo era mágico.

Rodopiamos em sincronia uma ultima vez antes de a musica parar completamente. Parei de frente para Julian, a minha mão acariciando seu rosto. A cena a minha volta derreteu como gelo, e, de repente, eu era Tilly novamente, e Julian era apenas Julian. Eu nunca tivera tanta vontade de beijá-lo quanto sentia agora.

Madame Marisha entrou no palco antes que eu pudesse cumprir o meu desejo. Seus braços estavam cruzados e seu semblante parecia serio.

– Bem, Tilly – ela abriu um sorriso leve - Parece que vamos ter que arranjar um nome decente para você, afinal de contas. Nos vemos na segunda.

WonderwallOnde histórias criam vida. Descubra agora