Open Scars

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Suspirei e abri meu armário. Hoje era segunda, dia mais particularmente desagradável da semana.

Eu havia passado o resto do fim de semana assistindo filmes em casa, sem nada pra fazer. Revirei meus livros a procura do de historia.

Fechei meu armário bem a tempo de ver o diretor vir em minha direção. Merda. Olhei em volta. Austin, Trish e Dez já haviam ido para suas respectivas aulas.

–? - Sr. Yew chamou. Ele era um velho baixinho e barrigudo, com a cabeça envolta por uma aureola de cabelos brancos. Ele parecia um avô hiperativo

–Sim? - Me virei. A expressão do homem era melancólica

–soube da sua mãe. Queria lhe dar meus pêsames. Penny era uma ótima mulher

Engoli um palavão. Odiava tocar no assunto "mãe". Era como um ferida sendo reaberta

–obrigada, senhor Yew - murmurei, torcendo a barra do moletom nos dedos e tentando ignorar o nó que se formava em minha garganta - mas eu preciso ir pra aula de historia

–ah, claro... -ele provavelmente teria dito mais, mas eu já estava havia partido.

Andei um pouco mais rápido, tentando chegar a sala. Droga, droga, droga! Eu iria chegar atrasada!

Senti algo - ou melhor, alguém - vir de encontro com meu ombro, me lançando no chão

–ai meu deus, me...

–olhe por onde anda, obesa - sabia quem era antes mesmo de olhar. Só uma pessoa tinha uma voz tão irritante naquela escola

–o que você quer, ? - me levantei, apanhando o caderno de historia do chão

–olhe o jeito que fala comigo, garota

–ah, cale a boca, vadia - murmurei. Eu realmente não estava a fim de ouvir Tilly tagarelando por ai

A garota - piranha - fez uma cara indignada e ajeitou a mini saia

–do que você me chamou?

–vadia, sabe? V-a-d-i-a. - debochei - também definido como puta. Ou prostituta. Ou meretriz. Ou dama fácil da sociedade. Você escolhe.

Tilly me fuzilou com o olhar

–enfim - ela examinou as unhas, desinteressada - ouvi o que o sr. Yew falou. Da sua mãe. Pobre Penny...

Cerrei os punhos, encravando as unhas na palma da mão

–não ouse pronunciar o nome dela.

–...mas, cá entre nós, ninguém vai sentir falta dessa vadia alcoólatra, não é? - aumentei o aperto nas mãos. Eu não podia perder o controle. - sinceramente, ela era insuportável desde que seu pai morreu. Vivia bebendo e desmaiando. Ouvi dizer que tinha ataques - senti meus olhos arderem. A nossa volta, pessoas simplesmente esqueceram-se que tinham aula e pararam para nos ver - pobre coitada vadia. Perdi as contas de quantas vezes fui em pubs e ela estava la, quase tendo uma overdose. Alias, é verdade que ela já te bateu enquanto estava bêbada? - Tilly sorriu, maquiavélica. Como ela sabia disso?Como? - bem, pelo menos ela era bonita, diferente de você, sua gorda desgraçada. Como esta lidando com a perda, hein? Aposto que esta se empanturrando de comida. Sinceramente, não sei como aqueles três te suportam, vadia

–Tilly, já chega - kimmy, que estava atras dela deu um passo para frente. As lagrimas agora encharcavam meu rosto

–cale a boca, Kimmy - a loira empurrou a amiga e se aproximou de mim, agarrando meu pulso com força. Mordi os lábios, contendo um grito - vamos, vadia, responda

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