Capítulo 27.

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Quando eu era pequena, costumava desejar apenas três coisas para a minha vida: saúde (para conseguir ter uma vida longa), amor (para quando eu crescesse arranjar um marido que me amasse) e felicidade (eu a teria depois de conseguir as duas coisas anteriores).

Esses desejos parecem meio nublados agora.

Eu tive saúde, minha mãe sabia nos manter saudáveis como ninguém, acho que era a melhor nesse quesito. Tive saúde até morrer pela espada de meu pai e me tornar o que sou. Uma vampira que se alimenta de humanos. No início, não foi nada fácil para mim, entre todos nós, acho que eu tive mais dificuldades em controlar a minha vontade louca de me alimentar a cada segundo. Depois que aprendi a controlar, tive que lidar com a solidão e aí, não tive amor (não que eu me lembre). Saudável, reprimindo uma vontade louca por sangue e amargurada por séculos e a séculos.

Se a pequena Clarisse pudesse dizer alguma coisa para a Clarie de hoje em dia, provavelmente seria uma pergunta, a mais dolorosa de todas: Como é que você se tornou esse ser desprezível?

Eu posso responder claramente. Eu não tive escolha, não pude escolher entre a humanidade e essa vida sangrenta. Minha mãe e meu pai escolheram por mim e depois, se arrependeram do que fizeram e tentaram me matar. Os mesmos que cantavam para mim dormir, que me abraçavam quando eu tinha medo das tempestades.

Essas mágoas ficaram evidentes depois de lembrar do sonho com Kol e perceber a intenção dele com o aviso. Esther merecia a morte mais dolorosa de todas.

Horas se passaram e eu fiquei ali, parada perto da lareira com os cacos de vidro do copo que quebrei apenas apertando o copo com força. Eu não conseguia controlar a minha raiva e esperava não encontrar nenhum humano por aqui.

- Clarie? - ouvi Damon me chamar.

- Seu plano deu certo? - perguntei.

- Acho que sim. - ele disse e eu me virei, encontrando Elena, Damon, Bonnie e uma mulher estranha com roupas antigas ao lado deles. Ela tinha os olhos de Damon. - Clarie, essa é minha mãe, Lily Salvatore.

Tirei os cacos de vidro da minha mão e disse:

- Prazer em conhecer você, Lily.

- O prazer é meu. - ela disse, sem ânimo, na verdade, ela parecia estar em choque. Seja lá quais sejam as intenções de Damon, não acredito que ele vá obter sucesso usando essa mulher frágil.

Olhei rapidamente para Damon e ele entendeu que precisava me seguir até o lado de fora da casa.

- Elas são vampiras, Clarie, podem nos ouvir. - ele disse.

- Pode ver essa cicatriz? - eu mostrei a ele.

- Sim, como você conseguiu isso? Vampiros se curam rapidamente, isso é impossível. - ele disse.

- Kol estava tentando me avisar que isso aconteceria. Que se eu continuasse perto de Dean, se eu o ajudasse, algo aconteceria comigo. - eu suspirei. - Eu não o ouvi, o que costumo fazer sempre e Esther apagou as minhas memórias.

- Por que sinto que você está prestes a fazer a maior besteira da sua vida? - Damon perguntou.

- Eu a odeio, Damon. Ela merece ser morta, morta de uma vez por todas. - eu disse.

Damon suspirou e perguntou:

- Tá, mas como isso é possível? Sua mãe já deveria estar morta há décadas, mas ela é dura na queda.

- Eu... não sei, mas acho que Dean pode me ajudar. - falei.

- Por que ele? - Damon perguntou.

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