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Capítulo 38.

O Arsenal era um lugar enorme, fiquei impressionada por nunca ter visto um lugar assim.

Caroline, Stefan e Alaric estavam na frente do Arsenal, o clima parecia tenso e eu não esperava menos. Sei do rolo que Caroline tem com Alaric e bom, Stefan e ela já namoraram.

Mas tudo ficou mais tenso quando eles me viram.

- Clarie! - Caroline me abraçou forte. - Desculpa ter que meter você nessa, mas realmente precisávamos de ajuda. Desculpa.

- Tudo bem, Care. - dei um sorriso. - Depois, me conta como as meninas estão.

Ela sorriu e me abraçou de novo.

- Clarie, bom te ver. - Alaric me abraçou e eu sorri.

- Bom te ver também, Ric. - falei.

Stefan não falou nada, parecia triste. E eu entendo. Fui embora sem nem um "adeus" e preciso admitir, vê-lo agora é doloroso e eu imagino que o sentimento seja mútuo. Tinha muita vontade de explicar tudo o que aconteceu detalhadamente, mas não podia.

- Clarie... - Damon colocou a mão no meu ombro. - Não quero interromper, mas Enzo pode morrer pelas mãos da namorada à qualquer minuto agora.

Eu assenti e desviei o olhar.

- Certo, não vou demorar muito. - assenti e caminhei até a porta. - Mas eu vou entrar.

- O que!? Não! - Damon disse. - Você não sabe o que tem lá.

- Nem nenhum de vocês, posso sentir. - dei um sorriso. - Já tá decidido.

Damon apenas suspirou, ele sabia que discutir era inútil e eu entendi que era hora de abrir a porta.

Me concentrei e depois de alguns minutos, a porta estava aberta.

Damon e Stefan se juntaram à mim e nós entramos. O lugar estava uma bagunça, tudo revirado e muito sangue e alguns corpos espalhados.

- Uma bagunça de verdade. Uau. - falei.

- Já vi lugares piores. - Damon disse.

- Então... estamos procurando pelo o quê? - perguntei.

- Um cadáver. - Stefan respondeu. - Deveríamos nos dividir?

- Não acho que seja uma boa ideia considerando que tem algo de muito ruim solto por aqui. - falei.

- De acordo. - Damon falou. - Vamos procurar.

Como eu disse antes, o lugar era enorme e estava tudo tão bagunçado que era difícil até nos mexer por lá. Damon disse que não iam ser difícil reconhecer um cadáver, mas tinha vários no lugar e não facilitou nossa busca.

- Não encontramos e já procuramos em todo lugar. - falei.

- Não no cofre. - Damon disse.

- Bom, sabemos que não podemos entrar lá. - Stefan disse.

Suspirei e disse:

- Não temos escolha. 

Damon assentiu e disse:

- Eu entro sozinho.

- O que!? Esse não foi o combinado. - falei.

- Damon, eu vou com você, Clarie fica. - Stefan disse.

- Com licença? Você não fala comigo o dia inteiro e pode escolher por mim? Não funciona assim, Stefan! - falei.

- Olha, vamos podem discutir o quanto quiserem mas eu decidi. Vou sozinho. Eu preciso consertar as coisas com a Bonnie e de qualquer forma, vocês não sabem o que está lá dentro. - Damon suspirou e deu um sorrisinho pra nós dois. - E parece que vocês tem muito o que conversar.

Suspirei e o abracei rapidamente.

- Odeio você.

- Não, você não odeia. - ele sorriu. - E eu vou ficar bem, logo mais eu volto.

- Se precisar, vamos estar...

- Vocês estarão aqui fora. Eu sei. - Damon interrompeu Stefan, que assentiu e Damon seguiu, entrando no cofre sozinho e fechando a porta.

Eu suspirei e olhei para Stefan.

- Ainda vai fingir que eu não estou aqui? - perguntei.

- Você não me disse adeus, Clarie, o que quer que eu diga? - ele disse e começou a andar.

- "Oi, Clarie, eu fiquei muito chateado por você ter ido embora, mas já que está aqui: por que não me explica o que aconteceu? Também peço desculpas por ter sido um babaca com você antigamente." Viu? Fácil. - falei, seguindo-o.

- Achei que você tivesse me perdoado. - ele disse.

- Diferente de você, eu perdoo com facilidade. - falei e o parei. - Pode andar devagar? Não sou rápida quanto antes. 

Ele parou e me olhou.

- Doeu, Clarie, doeu muito. - ele começou a dizer e eu olhei pra baixo, de repente envergonhada. - Você parecia bem na última vez que conversamos, eu achei que a teria de volta. E depois... você sumiu. Caroline e Bonnie nunca disseram onde você estava e nem seus irmãos. Eu desisti depois de um tempo e aqui está você... o que quer que eu diga? 

- Eu estava bem? Stefan, eu tinha me tornado humana de novo! Depois de mil anos sendo vampira! Doeu mais do que ter meu coração arrancado do peito. Foi como se tirassem a minha alma, também. - falei, sentindo lágrimas se formarem nos meus olhos. - Era a minha vida, Stefan, e foi tirada de mim. De novo. E eu não me sentia bem por aqui, minha cabeça tava uma confusão e eu não podia desligar a humanidade. Eu precisava ir embora. Eu queria explicar e me despedir, mas nós dois sabemos que nenhum de vocês me deixaria ir embora, então não me venha com "você parecia bem", Stefan, porque essa era a única coisa que eu não estava. - foi a vez dele olhar pra baixo. - Não precisa dizer nada, mas não pense que eu sou egoísta porque nunca abandonei nenhum de vocês, contei ao Damon que dei um jeito de me conectar com vocês e eu podia sentir o que cada um sentia. Senti a raiva da Bonnie, senti a dor do Damon e acredite, senti tudo o que você sentiu e sei que você não estava sentindo minha falta.

- Ai você se engana. - ele olhou pra mim de novo. - Escrevi muitas cartas pra você, mas não sabia pra onde mandar. Você era tudo o que eu pensava.

- Você não pode me dizer isso...

- Porque era tudo o que você queria ouvir, não é? Clarie... eu senti a sua falta. - ele colocou a mão no meu rosto. - Me diz que você também sentiu a minha.

- O que você acha? - falei e nós rimos. - Quando tudo isso terminar, podemos conversar sobre o nosso futuro.

- Mal posso esperar por isso, Clarie. - ele sorriu e eu o abracei.

Stefan estava certo. Era tudo o que eu queria ouvir.