Capítulo 28

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Dean acordou depois de umas horas, totalmente confuso e quando me viu, arregalou os olhos e disse:

- Suponho que este seja o inferno.

Coloquei a mão no coração, fingindo estar magoada e disse:

- Estou magoada, caçador.

- Eu morri. - ele disse e depois coçou a cabeça, confuso. - A não ser que você veja fantasmas, acho que tem alguma coisa muito errada.

- Você bebeu meu sangue antes de morrer. - eu disse.

- E o que isso tem a ver? - ele perguntou.

- Você está virando vampiro. - eu disse. - Por isso está sentindo tudo com mais intensidade, está escutando melhor e pode ver tudo melhor também.

- Não, Clarie, isso não é possível. - ele disse.

- É sim, a transição funciona assim, você toma o sangue de um vampiro, morre antes que ele saia do seu organismo e se alimenta de uma pessoa. - eu disse.

- Eu me recuso a me alimentar de outra pessoa. - ele disse, com raiva.

- Ah, tudo bem, então, se quiser morrer. - eu dei de ombros.

- Morrer? Mas eu, tecnicamente, já morri! - ele disse.

- Se você não se alimentar, você morre mesmo. Tipo, sem chances de viver pra sempre. - eu disse.

- Por que eu tenho vontade de te bater? - ele perguntou.

Eu ri e disse:

- Está com raiva de mim por transformar você.

- Eu não quero sentir raiva, mas é incontrolável. - ele disse.

- Eu sei, Dean, agora vamos, você precisa se alimentar. - eu disse.

- Eu não vou! - ele disse.

- Você vai, sim! Eu não vou ser culpada pela sua morte, Dean! Então, ou você vem por bem ou eu hipnotizo você para ir comigo! - eu disse.

- Você não pode! - ele disse.

- Eu sou uma Original, Dean! Eu posso tudo! - eu disse, segurando a mão dele e o levando até o banheiro. - Mas antes, você vai trocar de roupa. Não vou andar por aí com você todo ensanguentado.

- Eu não deixei você tirar a minha camisa. - ele revirou os olhos, mas sorriu depois. - Ainda não.

Eu ri e revirei os olhos, ajudando-o a tirar a camisa.

- Onde estão as suas camisas? - perguntei.

- Clarie, eu posso fazer isso. - ele disse, limpando as mãos sujas de sangue. - Você não precisa fazer nada por mim.

- Ah, eu preciso, sim! Minha mãe matou você, Dean. - eu disse. - É minha culpa.

- Não é, não! Sua mãe é louca, ponto final! Agora, eu sou vampiro e essa é a realidade. Sam vai me matar? Provavelmente, mas não vai poder fazer nada. Eu vou continuar matando demônios? Ah, com toda certeza, ainda mais, com toda essa...

- Explosão de sentimentos? - perguntei, sorrindo.

- É isso aí, Clarie. - ele riu, colocando uma camisa. - Sabe, não é de todo ruim ser vampiro, só não sei se gosto da idéia de matar inocentes.

- Você pode matar quem você quiser, sem ser, necessariamente, pessoas inocentes. - dei de ombros. - Teve uma época que eu matava homens abusivos com as mulheres.

- Gostei disso aí, Clarie! - ele disse e percebi que estava incrivelmente elétrico, um dos efeitos da transição. - Pode funcionar. Mas e quando os meus amigos envelhecerem e eu continuar incrivelmente lindo? Tipo, duvido que meu irmão queira se tornar vampiro e vai ter uma hora que ele vai envelhecer, enquanto eu, não.

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