Capítulo 33.

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- Olá, Clarie. - ela disse.

Coloquei a mão no coração, onde ela havia cravado a estaca e disse:

- Doeu. Não tem medo de perder a cabeça?

Valerie riu, como se eu estivesse de brincadeira e eu bufei. Olhei em volta e estávamos na casa dos Salvatore, agora habitada pelos hereges. Sinceramente, não entendo porque faço parte disso.

- Vamos, Valerie, me solte antes que as coisas fiquem feias pro seu lado, querida. - eu disse.

- Eu não tenho medo de você, Clarie. Soube que seu sangue cura vampiros. - ela disse.

Comecei a rir e disse: 

- Você enlouqueceu? Eu sei que sou demais, mas não é pra tanto.

- Umas bruxas espalharam por aí sobre essa vampira que com o seu sangue, cura o vampirismo. Achei que fosse loucura, mas eu sou uma vampira com poderes de bruxa e pensávamos que isso era impossível. - Valerie se acomodou em sua cadeira, em frente da onde eu estava sentada, amarrada por uma corda com verbena. - Então, pode ser verdade, sim.

- Ou você apenas acha que me sequestrar afetará mais Stefan e está usando esse desculpinha boba. - falei.

- O que sabe sobre Stefan e eu? - ela perguntou.

Dei uma risada e disse:

- Na verdade, eu não sabia de nada, só deduzi, mas você se entregou. Não quer me contar o que houve, não?

- Então, já que você não sabe do que eu estou falando, vamos ver se seus amigos se inspiram para descobrir a verdade enquanto você e eu passamos um tempo juntas. - ela disse.

Essa vadia vai me torturar. Eu sei os truques, fazia muito com Klaus. Sorri e disse:

- Se você tocar em mim, quando eu sair daqui... cuidado.

- Não tenho medo de nenhum original, Clarie. - ela disse.

- Eu não sou só uma original, Valerie querida, eu sou bem mais que isso. - falei, quase num rosnado.

Valerie não se assustou e pegou o telefone. 

- Espero que tenho um bom motivo para me ligar. - ouvi a voz de Damon. Ele não vai gostar nadinha disso.

- Oi, Damon, estão todos reunidos ai? - perguntou Valerie.

- Por que se importa? - ele perguntou.

- Porque ela decidiu me sequestrar, Damon. - eu disse, cansada dessa ladainha.

- Clarie, é você? - ele perguntou, com um tom de voz preocupado.

- Não, sou a Rebekah. - revirei os olhos. - Não façam o que ela pedir, eu cuido disso.

- Umas bruxas me disseram que o sangue de Clarie possivelmente cura o vampirismo e já que ela não sabe de muita coisa, pensei que vocês poderiam pensar em algo e descobrir. Eu tenho certeza de que esse caçador veio para cá procurando pela cura. - ela disse.

- Não! Valerie, eu vou matar você. Literalmente. - eu disse.

- Clarie, pode, por gentileza, fechar a matraca? - Damon disse.

- O que precisa, Valerie? - ouvi a voz de Stefan.

- Ok, me ignorem. - falei, bufando.

- Descubram se isso é verdade, mediante ao que descobrirem, Clarie está livre. - ela disse.

- Vamos ver o que podemos fazer. - Damon disse.

- Eu te odeio, Damon! - falei.

- Claro que odeia. - ele disse, antes de desligar.

Valerie sorriu e disse:

- Então, o que quer fazer hoje?

- Eu posso ficar sozinha? - perguntei, planejando recuperar minhas memórias de uma vez por todas.

- Se não tentar fazer nenhuma gracinha... - ela deu de ombros.

- Eu estou amarrada com verbena queimando minha pele, Valerie, você acha mesmo que eu vou fazer alguma coisa? - perguntei.

Ela deu de ombros e disse:

- Só pra garantir, eu tenho conexões com umas amigas bruxas em Nova Orleans e elas me prometeram que me ajudariam se eu precisasse. Não tente alguma coisa comigo, Clarie, ou a sua família pode estar em perigo. Principalmente, a sua sobrinha.

- Klaus não deixaria nada de ruim acontecer à ela. - eu disse.

- Mas e se ele estiver morto até lá? - ela deu de ombros. - Não sabemos, certo?

E então, ela se foi. Bufei. Se ela mexer com a minha família, eu não respondo pelos meus atos.

Respirei fundo e analisei o local. Ele não era estranho pra mim, senti que já estive ali antes. Claro que já estive, é a casa dos Salvatore, mas que eu me lembre, nunca estive em nenhum quarto antes. Então, por que parece tão familiar pra mim?

Fechei os olhos e respirei fundo. Parece que vou passar o dia aqui, então, vou tentar lembrar de alguma coisa que aconteceu. Quem sabe eu não lembro de alguma coisa que me dê a pista que eu preciso para descobrir se eu realmente sou essa vampira que Dean procura, não é?

Então, senti uma dor forte na cabeça assim que comecei a me concentrar para recuperar as minhas lembranças. Era uma forte dor e certeza de que se eu fosse humana, acabaria morrendo ou alguma coisa. Dei um grito, chamando atenção de todos os hereges presentes. Mary Louise, Nora, Valerie, Lily e de bônus, Enzo.

- Clarie! - Enzo correu em minha direção. 

- O que ela está fazendo aqui? - Mary Louise perguntou.

- Jesus... minha cabeça. - murmurei, antes de gritar outra vez.

- Eu falei pra você ficar quieta! - Valerie disse.

E como um raio, todas as minhas memórias voltaram e mais a sensação de que algo tinha mudado, de que eu não era mais o que eu sempre fui. 

- Eu... - olhei para Enzo, desesperada. - Acho que não sou mais vampira.

- O que!? Clarie! - foi o que ele disse, antes de eu desmaiar.



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