Capítulo 35.

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Eu, Klaus e Elijah estávamos na lanchonete da universidade e Klaus decidiu perguntar:

- Por que você está aqui afinal, Clarie?

- Por que você está perguntando mesmo? - perguntei.

Klaus sorriu.

- Por que não vem com a gente? Sentimos sua falta. - ele disse.

- Tenho assuntos inacabados aqui, irmãozinho. - suspirei e dei um gole no café. - Será que tem um jeito de eu continuar sendo imortal? Digo, com o meu próprio corpo e sem envelhecer?

- Tão vaidosa. - Elijah disse e eu queimei sua mão com um feitiço. Klaus riu e apagou o fogo com um guardanapo, enquanto Elijah me encarou, perplexo. - Eu estava brincando, irmã.

- Não brinque com Clarie, Elijah, ela está com os nervos à flor da pele. - Klaus disse.

- E não podem me culpar por isso, não é a primeira vez que Esther decide me tirar tudo o que tenho. - eu disse.

- Vamos encontrar um jeito de te transformar de novo, Clar. - Klaus disse.

- Tenho certeza de que se tentarmos, eu vou acabar morrendo. Esther é cheia de truques, não podemos arriscar. - eu disse.

- Ela tem razão, Klaus. Acho que o que temos que fazer agora, é procurar por uma forma de fazer com que Clarie viva pra sempre com a gente. - Elijah disse.

- E no meu próprio corpo. Não quero acabar com a vida de alguém pra conseguir o que eu quero. - eu disse.

- A gente dá um jeito. Sempre damos. - Klaus disse.

De longe, avistei Stefan caminhando em direção ao prédio dos dormitórios. Me levantei e disse:

- Acabo de encontrar um dos meus assuntos inacabados e sinto em dizer, mas eu tenho que ir.

- Melhor correr, irmãzinha, já que não pode se locomover tão rápido quanto antes. - Klaus disse, com um sorrisinho no rosto.

- E correr nunca foi um dos seus hobbies favoritos. - Elijah acrescentou e os dois riram.

Estalei os dedos e queimei os dois ao mesmo tempo. Eles reclamaram e apagaram o fogo em suas calças.

- Mas queimar vocês agora é o que me divertem. Tomem cuidado.

Dito isso, sai correndo para alcançar Stefan.

- Stefan! - gritei, para fazê-lo parar. Ele virou para olhar pra mim e ofegante, comecei a caminhar. - Meu Deus. Eu esqueci o quão ruim é sair correndo.

- Clarie? O que houve? - Stefan perguntou, vindo até mim.

- Nada... eu só... podemos conversar? - eu perguntei.

- Claro. - Stefan disse.

- Eu... eu recuperei as minhas memórias, antes de tudo o que aconteceu. - eu suspirei, ofegante. - Você disse que não se importa, mas importa porque... você tem a Caroline agora e ela é minha amiga, mas eu... Stefan, eu amo tanto você que queimei os meus irmãos para chegar aqui mais rápido.

- Uau. Essa é a melhor declaração de amor que eu já recebi na vida. - ele disse, zombando e eu ri.

- É sério, Stef. - eu disse.

- Eu sei e acredite quando eu digo que amo você mais do que você pode imaginar, mas como você disse... não posso magoar Caroline. - ele disse.

- É, eu sei, mas eu não sei se tenho muito tempo. Devem ter mil vampiros insatisfeitos atrás de mim agora ou... não sei, mil coisas podem acontecer agora. - eu disse.

- Eles podem tentar machucar você, mas eu não vou deixar. Nem Damon. - ele disse e eu sorri.

- Vocês não precisam fazer isso por mim, já causei problemas demais pra vocês. - falei.

- Você tem razão. Você roubou o meu coração e eu não consigo viver sem você. - Stefan disse.

Suspirei e disse:

- Você também roubou o meu.

- Vai ficar tudo bem, Clarie. Nós vamos ficar bem. - Stefan disse.

- Nós? Stefan, eu não sei se existe um "nós" no momento. Eu amo você e você me ama, mas você está com outra garota e ela é minha amiga, não posso ficar no meio disso. - eu suspirei outra vez e levantei o olhar, para olhar para ele. - Vejo você por ai.

- Clarie, eu...

- Tudo bem. A gente se vê. - eu falei, interrompendo e caminhando pra longe.

Por que a nossa relação tem que sempre ser tão complicada? Por que as coisas não podem ser simples?

Suspirei. Eu sei a resposta. Porque eu sou uma Mikaelson e nada na vida dos Mikaelson é fácil, e o pior, é que não temos saída. A família mais poderosa no mundo é também que mais sofre no mundo.

Avistei meus irmãos de longe e os dois me deram um sorriso gentil, o que me fez abrir um sorriso gigante. Klaus acenou para que eu me apressasse e Elijah começou a rir, dei uma pequena risada e ameacei a atear fogo nele outra vez e Klaus estendeu os braços em rendição. Elijah e eu rimos outra vez.

Todas essas coisas que acontecem nos unem ainda mais e mesmo que a vida seja ruim, que eu esteja longe de quem eu amo e de que não tenha certeza sobre o meu futuro agora, eu tenho os meus irmãos comigo. Eles são minha família, meu sangue e sei que sempre estarão aqui por mim. Apesar de tudo, eu sei que estarão.

- Resolvido? - Elijah perguntou, colocando o braço em volta dos meus ombros.

Olhei pra trás, Stefan estava parado no mesmo lugar, parecendo triste. Triste como eu estou agora.

- Não. E não sei se vai dar certo. - eu disse.

Elijah me abraçou, enquanto Klaus disse:

- Você sabe que eu posso dar um jeito nele, né?

- Você não vai matá-lo, Klaus. - eu falei.

- Tudo bem. - Klaus deu de ombros. - Mas saiba que você não está sozinha e que New Orleans está sempre de portas abertas pra você.

- Nós estamos. - Elijah acrescentou.

- Eu sei. Sempre e para sempre, né? - eu falei.

- Sempre e para sempre. - os dois disseram em uníssono.

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