POV. Mariana
O restante do jantar continuou sendo agradável. Patricia e Renato pareciam casados a anos, de longe já era possível ver o quanto se gostavam. Renato era engraçado e muito simpático, sempre tentava puxar assunto comigo, me agradar, talvez tentando conquistar a filha da nova namorada. Mas meus pensamentos estavam um pouco longes dali.
Desde o momento em que Renato falou o nome de seu filho, meu pensamento não saiu de Cadu, o que ele estaria fazendo? Será que estava pensando em mim? Foi quando cheguei no meu quarto, após o fim do jantar, depois de me despedir de Renato e deixar ele e minha mão a sós, que eu percebi o quão boba estava sendo e o quão apaixonada eu estava. Por toda a semana eu desconfiei de Cadu por palavras de alguém que eu nem confiava, que eu nem sabia quem realmente era. Sentia ciúmes das duas pessoas que sempre estavam comigo, sendo que eu deveria estar feliz por eles se darem bem. Percebi o quão egoísta estava sendo, querendo ele só pra mim. Também notei como a simples lembrança de sua imagem me proporcionava um frio na barriga, um sorriso bobo nos lábios, como meu pensamento voava imaginando seus abraços e beijos.
[...]
Mais uma sexta-feira e mais uma vez estávamos no carro em direção ao colégio. Tanto eu quanto Patricia estávamos radiantes, cada uma com seus motivos. Ela, pela noite com Renato que, após nos deixar em casa, pediu ela em namoro e, claro, ela aceitou. (Ela não parava de sorrir, e eu estava tão feliz por ela). Já eu, havia percebido o quão idiota estava sendo, estava deixando passar um chance de conhecer uma pessoa que me fazia tão bem, de ser feliz com essa pessoa e, quem sabe, construir um futuro ao lado dela.
Me despedi de Patricia, que estava quase dando pulinhos de felicidade, e entrei no prédio da escola decidida em me declarar para Cadu. Porém quando eu cheguei na sala, ele não estava lá, o que me deu um certo desanimo, porém a sala não estava cheia, então decidi esperar. A cada minuto que passava e a cada pessoa que entrava na sala, meu coração dava pulo e batia cada vez mais forte, mas a decepção dominou meu ser, quando vi Fernanda entrando com a professora de física na sala. Ele realmente não ia vir.
Mas logo a decepção virou preocupação e receio. Várias coisas passaram pela minha cabeça, que ele estava doente, que um acidente poderia ter acontecido. No mesmo momento eu peguei meu celular e mandei uma mensagem pra ele: "Onde você está? Tá tudo bem?". Infelizmente a professora viu o ato e me chamou a atenção, me forçando a guardar o aparelho. Quando ela sentou pra fazer a chamada, dando uma pausa na matéria, peguei o celular, mais um vez, pra ver se ele tinha respondido, abri o aplicativo de mensagens e vi que minha mensagem havia sido visualizada, mas não respondida.
Nem prestei atenção no restante das aulas, a raiva de Cadu ter visualizado minha mensagem e não ter respondido me dominava por completo. Por várias vezes havia ignorado Fernanda, por estar ocupada demais xingando ele em meus pensamentos.
- Mari? - chamou Fernanda.
- Oi? Desculpa, o que disse? - respondi, acordando de meus xingamentos.
- Chamei você pra ir na cantina comigo. - ela disse me olhando preocupada. - Você tá bem?
- To sim, só pensando um pouco. - respondi me levantando. - Vamos?
- Você sempre pensa demais. - ela disse com um riso. Fomos em direção à escada, com a maioria dos alunos, e parecia estar acontecendo alguma coisa porque todos cochichavam e ficam nas pontas dos pés para ver o que estava acontecendo. Quando chegamos no fim da escada, descobri. Bem no final, havia um caminho de velas no chão, como que guiando as pessoas para um determinado lugar. Junto de Fernanda, que parecia muito animada com tudo aquilo, segui pelo caminho de velas brancas que davam no refeitório.
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The Bet
FanfictionMariana é uma adolescente normal, que mora com a sua mãe e que nunca conheceu seu pai. Nada nunca acontece em sua vida, até o terceiro ano do ensino médio. Sua melhor amiga volta do Rio de Janeiro. Será que a relação delas continuará a mesma? E o qu...