POV. Mariana
A Fernanda é uma guerreira e uma ótima amiga! Ela ficou praticamente a noite inteira no celular comigo, tentando me convencer de encontrar o Cadu. Já era 01:30 da madrugada e eu ainda não tinha conseguido dormir, nem me decidir se iria ou não.
Talvez, ter mandado aquela mensagem errada pra ele foi a coisa mais vergonhosa que já me aconteceu. Eu me sentia uma completa idiota. Só queria achar um buraco e me enfiar nele. Não queria ver o Cadu tão cedo depois disso, mas como Fernanda disse, não vou poder fugir dele para sempre. O cansaço já estava me cansando e eu sentia meu olhos pesados.
(...)
Acordei com o meu celular vibrando, o peguei e vi que tinha .. mensagens. Fiquei assustada e despertei, mexendo no celular e lendo-as. As duas primeiras eram da Fernanda.
"Mari, ta acordada?"
"Preciso te mostrar uma coisa! Me liga."
O restante era de Cadu
"Tá pronta?"
"Vou me atrasar um pouco. Me espera, tô chegando."
E foi aí que eu olhei para o relógio e percebi que horas eram, 12:50. Aparentemente ele estava vindo me buscar e eu tinha acabado de acordar. Foi nesse momento que me senti na obrigação de ir, mesmo com vergonha e qualquer outro sentimento, eu não podia simplesmente desmarcar com o garoto já a caminho.
Me levantei rapidamente e fui correndo para o banheiro. Tirei minha roupa, entrei no box e liguei o chuveiro. Senti a água quente ir de encontro com a minha pele e o sentimento de calma tomando conta de mim, me senti totalmente relaxada. Me ensaboei e lavei meu cabelo rapidamente, já pensando em que roupa usaria.
Roupas frescas ele disse. Enrolei meu corpo na toalha e peguei uma outra para meu cabelo. Fui para meu guarda roupa pegando um short jeans e uma blusa branca básica. Me vesti e fui secar meu cabelo. 13:15.
Estava morrendo de fome. Desci as escadas colocando meu coturno preto e indo até a cozinha. Peguei umas duas barras de cereais e percebi que minha mãe havia deixado dinheiro e um bilhete: "Me desculpe por ontem, mas mesmo assim vou sair com ele. Nos falamos mais tarde." No momento eu estava um pouco vibrante e atrasada demais para pensar nisso, mais tarde pensava nas loucuras da Patricia.
Meu cabelo já estava parcialmente seco e percebi que estava muito sol, peguei meu chapéu e peguei uma bolsa preta, de lado. Coloquei celular, dinheiro e comi as barras de cereais enquanto esperava. Já eram 13:30 e não havia nenhum sinal do Cadu, comecei a me sentir uma idiota.
POV. Carlos Eduardo
Talvez, quando eu planejei fazer esse encontro, não tenha planejado tão bem assim. Odiava me atrasar e eu estava atrasado, e pra ajudar ela não parava de me perturbar. Mesmo sabendo que ia sair com a Mari hoje, ela apareceu em casa. Sorte que meu pai não estava e espero que ninguém à tenha visto.
Peguei as chaves do carro na bancada, guardei as coisas no porta malas para que Mari não pudesse ver e dirigi em direção à sua casa. Sai do carro e fiquei encostado no mesmo. Mandei uma mensagem para que Mari descesse e ela estava demorando um pouco.
Eu sempre tive uma personalidade irritada e impaciente, mas após a morte de minha mãe isso havia piorado bastante. Já estava prestes a mandar outra mensagem quando a porta abriu. Ela estava encantadora. E no momento em que a vi toda a irritação, impaciência, tudo foi embora. O jeito tímido dela me encantava e me fazia rir um pouco. Ela era linda e mesmo assim baixava o olhar. Olhar que tinha a capacidade de me deixar perdido. Em meio à toda tristeza, raiva e desinteresse ela conseguia me dar vontade de sair dessa casca.
POV. Mariana
Ele estava lindo. Camiseta preta, bermuda jeans, tênis vermelhos e óculos escuros, e quando ele me viu, sorriu, o que me fez sorrir também e consequentemente baixar a cabeça. Caminhei até ele que estava encostado em um carro preto.
- Não sabia que você dirigia. - comentei chegando perto, olhando do carro pra ele.
- Você não sabe muita coisa sobre mim. - ele respondeu sério. Eu fiquei um pouco assusta e recuei um pouco. - Desculpa, tá tudo bagunçado. Não quis ser grosseiro. - ele me abraçou forte, e eu senti que ele precisava daquilo.
- Tudo bem. - respondi retribuindo o abraço. Respirei, inalando seu perfume forte. - Então, vai finalmente me dizer onde vamos? - perguntei enquanto nos soltamos do abraço, dando um sorriso.
- Não, continua sendo uma surpresa. - ele respondeu em tom com um sorriso no rosto enquanto destrancava o carro. Eu dei a volta no mesmo, abrindo a porta do passageiro e entrando. Vi Cadu fazendo a mesma coisa do lado do motorista. Colocamos o cinto e ele ligou o carro, ligando o rádio e colocando Arabella do Arctic Monkeys, quando lembrei que havia esquecido algo.
- SEU AGASALHO! - eu gritei - EU ESQUECI ELE! Volta, por favor.
- Calma. - respondeu ele rindo do meu desespero. - Não precisa me devolver, é um presente.
Eu não sabia como reagir àquilo, fiquei olhando pra ele sem entender e ele olhou pra mim com um sorriso pra mim, virando rapidamente olhando pra estrada. Aquilo me deu a sensação de que o sol estava dentro de mim, me aquecendo e me deixando bem. Seguimos viagem ouvindo música e indo estrada a dentro. Depois de um tempo, só havia mato e floresta na beira da estrada. Eu ficava perguntando se já estávamos chegando de cinco em cinco minutos, como uma criança. E Cadu ria, e o riso dele era tão bom de se ouvir, que eu ria junto.
Depois de quase uma hora dentro do carro, Cadu entrou em um parque ecológico, bem no meio da mata. Havia algumas famílias com crianças fazendo piqueniques e brincando com bolas. Ele destrancou o carro, saindo do mesmo e me deixando lá dentro sem entender muita coisa. Também desci do carro e o vi tirando algo do porta-malas e depois me pedindo para segui-lo.
Ele estava com uma mochila grande nas costas. Imaginei que pararíamos na área de lazer, onde as famílias se encontravam, mas passamos por elas e entramos em uma trilha. No começo ela era larga, conseguíamos andar um ao lado do outro, porém após alguns minutos de caminhada, ela se tornou estreita e com uma mata fechada em volta.
Após longos 20 minutos e muitos insetos, chegamos à sua surpresa. O lugar era esplendido, nem sabia que ainda existia um lugar tão lindo na terra. Era uma clareira, cercada por várias árvores. Tinha grama por todo o chão, e no lado oposto, havia uma cachoeira, o que deixava o ambiente com um clima úmido e frio.
- Cadu, isso é incrível. -disse me virando para ele, com um sorriso bobo.
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The Bet
FanficMariana é uma adolescente normal, que mora com a sua mãe e que nunca conheceu seu pai. Nada nunca acontece em sua vida, até o terceiro ano do ensino médio. Sua melhor amiga volta do Rio de Janeiro. Será que a relação delas continuará a mesma? E o qu...