Your eyes

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POV. Mariana

A coordenadora brigou com todos nós. Depois da, linda, declaração de Cadu, todos foram comer seus respectivos lanches um bom tempo depois, e isso acabou atrasando todas as aulas, já que ninguém subiu no horário padrão. Depois de mais de dez minutos que o sinal havia soado, e ninguém tinha aparecido em nenhuma sala, a coordenadora apareceu no refeitório. Ela sempre era gentil e tentava ajudar os alunos, mas naquela situação, ela parecia querer acabar com cada um.

- MENINOS! Eu sei que a serenata e a declaração foram muito bonitas, - ela direcionou o olhar pra Cadu, como se estivessem repreendendo-o. - mas agora nós precisamos voltar para as aulas.

- Eu ainda não acabei de comer! - gritou um menino, sentado ao fundo do lugar.

- Tudo bem. - ela suspirou. - Mais dez minutos e todos sobem para suas aulas.

Ninguém concordou ou disse algo, apenas voltaram a conversar com seus amigos como se nada tivesse acontecido. A coordenadora veio andando em nossa direção, com um olhar severo. Eu e Cadu estávamos sentados afastados de todos, ele com um dos braços em volta dos meus ombros, e eu com a cabeça deitada nos mesmos. Nós conversávamos quando ela chegou.

- Carlos Eduardo, posso falar com o senhor? - ela perguntou séria.

- Claro. - ele respondeu tranquilo, ainda me abraçando, como se não temesse nada. - Aconteceu alguma coisa?

Ela o advertiu, dizendo que ele havia causado um grande tumulto, que a culpa das aulas estarem atrasadas era dele. Ela pediu que ele não provocasse mais nenhuma confusão, ou levaria mais uma advertência e suspensão. E ele apenas acenou a cabeça e se virou pra mim, continuando a conversa. Raquel foi se retirando do refeitório com uma cara de vitoriosa, como se tudo tivesse acontecido como ela havia planejado.

E Cadu continuava ali, com seu sorriso bonito e confiante, como se nada o abalasse. Durante o tempo extra que tivemos, algumas pessoas vieram falar com ele, elogia-lo pela voz e pela performance. Durante esse tempo pude perceber o quão seguro de si ele era, como ele tinha facilidade pra falar com as pessoas e cativa-las. Fiquei pensando como era sua vida no Rio de Janeiro, provavelmente era popular e cobiçado por todas as garotas, ele mesmo admitiu que todo final de semana estava em festas. Como nós poderíamos ser tão diferentes e nos darmos tão bem?

[...]

No fim, ninguém subiu para as salas dez minutos depois. Após dar-se por derrotada, e aproveitando que era sexta-feira, Raquel decidiu dispensar a todos mais cedo. Assim, Cadu e eu decidimos voltar a pé da escola, já que não era um caminho tão longe.

Fomos o caminho todo de mãos dadas, conversando. Na maior parte do caminho eu não estava prestando atenção, apenas pensava na felicidade que me preenchia, em como aquele dia estava sendo especial. Eu despertei de meus devaneios quando chegamos na porta da minha casa.

- Mari, - ele disse, mexendo no cabelo, parecendo nervoso. - eu queria te pedir algo, mas não sei como...

- Você pode me pedir o que quiser. - eu disse tentando tranquiliza-lo.

- Na verdade, é um convite. - ele disse um pouco mais animado, ele suspirou parecendo tomar coragem. - Meu pai vai viajar no fim de semana e eu vou ficar sozinho, eu queria saber se você não quer passar o fim de semana comigo?

- Bem, - eu provavelmente estava parecendo o farol do transito, de tão vermelha que estava. - eu preciso conversar com a minha mãe. Te mando uma mensagem confirmando tudo.

- Qualquer coisa me liga e eu venho falar com ela, assim eu me apresento. - ele beijo minha testa em forma de despedida e antes de se afastar disse: - Até mais tarde,namorada.

The BetWhere stories live. Discover now