Daddy

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POV. Narrador

Após fazer uma bateria de exames, que mostraram que tudo estava certo com ela e com o bebê, Mariana repousava em seu leito no hospital. Já os dois garotos que estavam acompanhando-a, estavam na lanchonete comendo algo, ou pelo menos, tentando. Os dois estavam cansados e acabados, mas Carlos Eduardo estava muito pior, a notícia da perda de memoria de Mariana o acertará em cheio. Ele não sabia exatamente o que sentir ou fazer, não sabia quanto tempo demoraria para que a memoria da garota voltar, se fosse voltar, ele passou a noite procurando sobre o assunto e viu casos em que ficavam sequelas, e até mesmo a perda permanente da memória, obrigando a pessoa à relembrar e retomar toda a vida novamente.

— Você realmente não deveria ficar assim. — começou Rafael. — Isso pode ser um pós trauma que vai passar logo.

— Eu realmente não quero ouvir a sua voz nesse momento. — respondeu o moreno sem muita paciência. Soltando o ar pesadamente, Rafael se levantou, saindo do refeitório do hospital e deixando o moreno sozinho. Por mais que ele não quisesse admitir, também estava preocupado com toda aquela situação, mesmo longes um do outro, Rafael sempre se preocupou com Mariana e o fato de sua memória não estar em perfeito estado o deixava apreensivo. E ela pensar que ainda estavam juntos, só confundia mais o garoto, já que seus sentimentos por ela nunca morreram e ele nunca entendeu o porquê do termino, com essa nova chance, eles poderiam recomeçar. Ou seria loucura de mais ter esperanças em uma pessoa que estava mentalmente instável?

Ele seguiu andando pelo corredor, indo em direção ao quarto da morena, talvez estivesse acordada e pudessem conversar, já que ainda não o tinham feito desde que a garota tinha acordado. Ao entrar no corredor em que ficava o quarto da garota, Rafael sentiu um nó na garganta, na porta do quarto de Mariana se encontravam dois homens enormes, de óculos escuros e terno, já bem conhecidos do garoto. A passos lentos e suando frio, o loiro continuou andando, parando em frente à grande janela de vidro do quarto que dava para o corredor. Ele estava sentado na poltrona que havia ali, de frente para a cama e de costas para Rafael, que da janela podia vê-lo mexendo em seu Rolex e arrumando suas ataduras de ouro em seu terno Armani. Uma onda de raiva o invadiu e ele foi andando, determinado, quando parou na frente dos dois seguranças, que juntos, tampavam toda a porta. Os dois homens não nem se moveram, continuaram olhando pra frente, como se Rafael nem existisse.

— Vocês vão me deixar entrar AGORA! — o garoto disse para os seguranças, e ao perceber que reação alguma, continuou. — Ou vão querer mais um escândalo? — Um deles bufou, sabendo exatamente o que o loiro queria dizer. Assim, cada um deu um passo para o lado, dando passagem pro garoto, que abriu a porta e ficou olhando para as duas pessoas presentes na sala, sem nem notar que haviam fechado a passagem às suas costas. Não houve nenhuma reação por parte das pessoas presentes no lugar, o que fez Rafael imaginar que não tinham percebido sua presença, o que não durou muito.

— Finalmente ele chegou! — o homem estava com um terno Armani preto perfeitamente passado e alinhado, em seu pulso esquerdo era possível ver um Rolex de ouro grande, seus sapatos Louboutin eram perfeitamente lustrados e o corte de seu cabelos louros era de dar inveja. Os olhos, de um verde indescritível, carregavam toda a ganância, superioridade e arrogância do mundo. — Chegou o homem mais idiota do mundo! — continuou falando sem olhar para o garoto. — Se é que podemos chama-lo de homem.

— O que ta acontecendo, Rafa? — perguntou Mariana que estava deitada, ainda confusa pelo acidente, e mais confusa agora com o aparecimento desse homem que ela não fazia a mínima ideia de quem era.

— É exatamente o que eu quero saber. — o garoto respondeu com os punhos fechados, sentindo raiva e insegurança ao mesmo tempo. — O que você ta fazendo aqui, pai?

The BetWhere stories live. Discover now