POV. Mariana
Quando eu ouvi o barulho do portão da garagem, eu me apavorei, mas quando Cadu disse que seu pai havia chego, com naturalidade, eu literalmente gelei. Em um ato de desespero, peguei as peças do biquíni e corri para o segundo andar.
- Onde você vai? - ouvi Cadu me chamar, mas ignorei, indo direto para o quarto do garoto, pegando uma muda de roupas e indo rumo ao banheiro, que eu já sabia onde era, me trancando lá. Assim que tranquei a porta ouvi o pai de Cadu entrando na casa e falando com o filho.
- Boa noite, filho. - sua voz me parecia familiar, mas não recordava a quem pertencia. - Onde está sua namorada?
- Lá em cima, tomando banho. - o garoto respondeu casualmente, como sempre. Decidi tomar logo o banho e me preparar para conhece-lo, ouvi mais alguns barulhos vindo do andar de baixo, mas que foram bloqueados pelo chuveiro. Me lavei tentando ao máximo relaxar, o que não foi tão fácil, mas reuni coragem para conhecer meu sogro. Desliguei o chuveiro, me troquei rapidamente, respirei fundo muitas vezes e, finalmente, desci em direção à sala, mas gelei assim que cheguei no hall. Os dois estavam sentados em volta da mesa da cozinha, Cadu e seu pai, Renato. Eu não conseguia andar, estava estupefata, eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo, o namorado da minha mãe era pai do meu namorado. Assim que me viram Renato também gelou, e Cadu com todo seu amor, sorriu para mim, não sabendo o que acontecia.
- Amor! - Cadu se levantou, andando até mim, pegou minha mão e me levou até seu pai. - Pai, essa é a Mari, minha namorada. Mari, esse é o Renato, meu pai. - ele estava se esforçando tanto para aquilo dar certo, olhei pra Renato buscando ajuda.
- Prazer, Mari! - Renato disse se levantando e apertando minha mão, com um sorriso. - O Cadu fala muito de você. - sorri de volta, dizendo que era um prazer conhece-lo, e percebendo a enorme bagunça que todos estavam enfiados. - Filho, está um pouco tarde, acho melhor você tomar um banho e levar a Mari.
- Ok. - mesmo achando estranho, ele concordou, depositou um beijo no topo da minha cabeça e sussurrou: - Não demoro. - saindo do recinto. Olhei para Renato, gritando por ajuda, e ele pareceu entender.
- Renato, o tá acontecendo? O que vamos fazer? Cade minha mãe? - eu joguei as perguntas pra ele, desesperada.
- Calma. - ele dizia tentando passar serenidade, mas eu conseguia perceber que também estava preocupado. - Você vai mandar uma mensagem pra sua mãe, dizendo que seu namorado vai jantar na sua casa, assim eles já se conhecem. No meio tempo, eu a chamo pra vir aqui, eu vou estar sozinho com ela e você com ele, assim nós contamos.
- Mas o que vai acontecer depois? - eu perguntei deixando transparecer a preocupação. - Quer dizer, isso é quase incesto.
- Isso não é incesto, ok? - ele respondeu tentando me acalmar. - Eu não sou seu pai, e ela mãe de Cadu, confesso que é bastante estranho, mas vamos dar um jeito. - ele me olhava com ternura, parecendo mesmo meu pai. - Mari, posso te perguntar uma coisa?
- Claro. - respondi.
- Você realmente gosta dele?
- Muito! - respondi - E é por isso que estou com medo, eu não sei o que vai acontecer, mas, definitivamente, não quero me afastar do seu filho. - ele ficou me encarando sério, mas depois sorriu.
- Vamos dar um jeito, querida. - ele disse sorrindo calorosamente. Ficamos ali conversando enquanto esperávamos Cadu, que não demorou muito. Me despedi de Renato com um abraço, o que, percebi, deixou o garoto feliz. No caminho para minha casa, sugeri que ele jantasse lá, e ele aceitou dizendo que era uma ótima ideia. Mandei uma mensagem para Patricia em seguida, avisando-a e respirei fundo algumas vezes, estava realmente preocupada, isso era errado, não? Mas Renato também estava certo. Não sei, minha cabeça estava uma loucura que chegava a doer.
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The Bet
Hayran KurguMariana é uma adolescente normal, que mora com a sua mãe e que nunca conheceu seu pai. Nada nunca acontece em sua vida, até o terceiro ano do ensino médio. Sua melhor amiga volta do Rio de Janeiro. Será que a relação delas continuará a mesma? E o qu...