Rafael's side (Part I)

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- Como assim, Mari? - ele perguntou em meio a um suspiro, parecendo cansado.

- Eu lembro que a Manu tinha me mandado uma mensagem, dizendo que você estava na mesma balada que ela, ficando com uma outra garota. - eu falava de cabeça baixa, lembrando da sensação que tive naquele dia, era como se uma dor enorme estivesse criando um enorme buraco em mim. - Então eu te mandei aquela mensagem dizendo que estava tudo acabado.

- Então foi isso que aconteceu? - ele perguntou com um misto de surpresa e raiva. - Eu nunca soube o que aconteceu, você simplesmente terminou comigo e nunca mais atendeu minhas ligações ou me recebeu na sua casa. Eu não sabia o que tinha feito, eu achei que tinha estragado tudo...

- Calma, você tá falando rápido demais. - eu disse, segurando uma e suas mãos, tentando passar tranquilidade para o loiro, o que o fez soltar um suspiro. - Você pode me explicar melhor?

- Eu fui naquela festa porque era de um dos filhos dos sócios do meu pai, nós nos conhecíamos desde pequenos e eu fui por pura pressão do meu pai, já que era um dos acordos mais caros dele. - ele fez uma pausa e soltou um suspiro, como se estivesse tirando um peso de seu peito.

Rafael's Flashback On

Mesmo morando em uma casa gigante, ainda me impressionava o tamanho e a estrutura das mansões que as vezes eu ia. Mas nenhuma, nunca, se comparou com o tamanho das casas dos Diniz, é claro, não eramos uma família que gostava de perder, em nada. Mas aquela foi a que mais chegou perto em relação ao tamanho.

O jardim da frente da casa estava cheio de adolescentes parcialmente bêbados, copos e garrafas de bebida. Fui em direção à porta da frente, querendo encontrar Matheus, fazer uma social e ir embora. Não que eu não gostasse de festas, mas depois de conhecer a Mari e ficar com ela, eu não sentia necessidade alguma de beber tudo o que eu bebia e usar todas as drogas que eu usava, eu não precisava ter medo do meu pai porque ela me ajudaria a enfrenta-lo.

- E aí, cara, você veio. - Matheus me cumprimentou no meio do corredor, de frente pra escada pro primeiro andar. - Não achei que iria te ver aqui. Lá em cima são os quartos, seguindo reto fica a cozinha e lá embaixo é pra quem quer mesmo se divertir. - ele disse piscando para mim - Estou indo pra lá agora, se quiser me acompanhar.

- Valeu, mas vou ficar por aqui. - respondi em meio a música alta. Ele ficou me olhando enquanto eu ia em direção a cozinha. 

Não foi fácil me livrar dessa vontade de usar drogas. Não que eu fosse viciado, mas era um refugio, quando tudo estava errado era pra droga que eu corria, até ela aparecer. Depois disso ela se tornou meu refugio.

Cheguei na cozinha e, provavelmente, era a parte da casa mais bagunçada. No meio do lugar tinha uma ilha, tipo de cozinha americana, e estava cheia de garrafas de bebidas cheia e vazias, copos jogados, o chão estava pegajoso e as pessoas completamente bêbadas. Fui em direção a bancada tentando não esbarrar em ninguém, e que ninguém esbarrasse em mim, coloquei dois dedos de wiskey e energético em um copo, e fui em direção ao jardim dos fundos. 

Me encostei na parede e fiquei tomando minha bebida olhando a cena. A caixa de som estava lá fora e as pessoas, já muito bêbadas, dançavam enquanto algumas outras estavam se beijando e ficando ali em volta. Apenas fiquei parado, olhando pra lugar nenhum e pensando. Eu havia me tornado aqueles apaixonados sem causa, passava a maior parte do meu tempo pensando em Mariana, uma menina que vi no shopping, me encantei e tive coragem de pedir seu número. Em pouquíssimo tempo ela tinha mudado minha vida inteira e eu estava completamente apaixonado por ela. Me permiti rir com a ideia de Rafael Diniz, o pegador, presente em todos os roles, e agora sumido, apaixonado.

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