POV. Carlos Eduardo
Tê-la em meus braços era maravilhoso, ela era toda pequena e nós nos encaixávamos perfeitamente. Ela estava dormindo tão serenamente, com um breve sorriso em seus lábios, tinha vontade que acorda-la e perguntar com o que estava sonhando, se eu fazia parte de sua fantasia.
Incrível como eu tinha mudado em pouco tempo, como ela havia me mudado. Eu estava perdidamente apaixonado por essa garota, eu dava minha vida só para vê-la sorrir. Na estante em frente minha cama, havia um porta-retrato com a foto de minha mãe. Ela tinha uma pele morena, os cabelos castanhos e olhos azuis que, infelizmente, não herdei. Pensei como ela estaria feliz de me ver com alguém que eu realmente gosto, já que ela odiava quando eu ia para as festas ou diversas garotas ligavam em casa atrás de mim.
- Eu espero que você goste dela, porque eu realmente a amo. - disse em um sussurro, de olhos fechados, dando um abraço apertado em Mari. - Ela me faz bem como ninguém me fez, como só a senhora me fazia. Apenas me ajude a não estragar tudo, me ajude para que minhas escolhas do passado não influenciem no meu futuro.
Limpei algumas lágrimas que escorriam por meu rosto e dei um beijo na testa de Mari, tentando não acorda-la. Sai da cama, pegando uma cueca limpa na gaveta e vestindo minha bermuda, enquanto seguia para a cozinha. Eu não sabia cozinhar nada, até evitava passar perto da cozinha, porque eu sabia que aquilo não era a minha praia, mas quando penso em agradá-la tudo muda. Isso é loucura, certo?
Às vezes me pego pensando nisso, como foi que eu mudei tanto por causa de uma garota? Como ela me faz me sentir tão bem? Ela tem uma magia, um encantamento que faz com que todos se apaixonem por ela, se cativem por ela. E talvez esse seja o real motivo de Manoela querer magoa-la, ela não tem esse dom, ela apenas consegue que as pessoas fiquem ao seu lado com medo e manipulação.
Respirei fundo, mandando embora esses pensamentos. Não era hora pra pensar em Manoela, eu tinha mais dois dias pra curtir com a garota que eu amo e não ia desperdiçar nem um segundo desse tempo. Coloquei em uma bandeja um copo com suco de melancia, um potinho com alguns pães de queijo que fiz, algumas torradas e outros mimos. Subi devagar, tentando não derrubar tudo e bati na porta antes de entrar, porém Mari já estava acordada, olhando pro seu celular com a expressão séria.
- Bom dia, namorada. - eu disse colocando as coisas em cima do criado-mudo e indo em direção a ela, lhe dando um abraço que ela recusou, me empurrando e se afastando pro outro lado da cama, ainda com o celular em mãos. - Mari, o que aconteceu?
Ela me mostrou a tela do celular e, por um momento, eu perdi o ar. Na tela do celular havia uma foto minha, de mais de um ano atrás, com Manoela e o meu antigo cachorro. Essa foi a primeira vez que ela foi a minha casa no Rio e quando conheceu minha mãe, que não gostou dela, claro. Eu nem me lembrava mais que essa foto existia, mas a única coisa que se passava na minha cabeça naquele instante eram as palavras de Manoela, "eu vou ajudar a tirar você do caminho", que dançavam na minha mente, fazendo todo o meu corpo se arrepiar.
- Mari, eu posso explicar. - percebi como minha voz soava desesperada.
- Eu espero mesmo que possa. - ela disse com uma mistura de tristeza e raiva. - O que é isso? Você conhece ela!
- Sim, nós nos conhecemos. Nós éramos amigos no Rio de Janeiro, mas não nos falamos mais! - eu tentava chegar perto dela, segurar suas mãos, mas ela desviava.
- Difícil acreditar, já que nessa foto vocês estão quase se beijando. - ela estava brava, eu sentia isso só pelo seu olhar.
- Mas eu não beijei ela, baby. - ela fechou os olhos com força, e eu tive vontade de me socar. Por que nós fazemos coisas estúpidas? - Olhe pra mim, olhe nos meus olhos. - olhei sua imensidão castanha, mais conhecida como olhos. Deus, por que fui tão idiota? Por favor, me ajude a não perder essa garota. - Eu não beijei ela, ok? Eu só peço que acredite em mim, sei que já fiz muitas coisas erradas, me arrependo da maioria delas, mas eu mudei ok? Você me mudou. Eu juro pra você que não temos mais nada, NADA!
YOU ARE READING
The Bet
FanfictionMariana é uma adolescente normal, que mora com a sua mãe e que nunca conheceu seu pai. Nada nunca acontece em sua vida, até o terceiro ano do ensino médio. Sua melhor amiga volta do Rio de Janeiro. Será que a relação delas continuará a mesma? E o qu...