Recaída

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POV. Carlos Eduardo

Quando viemos juntos pra Floripa, eu a vi deitada em meu ombro, dormindo, e ali eu senti que poderíamos nos acertar. Eu achei que tudo ia ficar bem, eu ia explicar pra ela o que aconteceu e que ela iria me perdoar. Provavelmente iria demorar, ela precisaria voltar a ter confiança em mim, mas no fim, tudo ia dar certo. Segui o conselho de Fernanda e fiquei na minha, conheci o resort, fui à praia, surfei depois de quatro longos meses longe do mar, renovei minhas energias e matei a saudade que eu estava da natureza. Me aproximei de novas pessoas, alguns colegas de classe com quem eu nunca havia falado, conheci o espaço que nos ofereciam, as piscinas, os passeios, festa de boas vindas. Ou seja, tentei ao máximo não pensar em Mari e não cair na tentação de ir falar com ela antes do momento certo.

Durante todo o dia, não vi ou tive noticias de Manoela e suas sombras, o que era uma coisa maravilhosa. A última coisa que eu precisava no momento era dela e suas confusões pra cima de mim. No momento eu só queria paz para relaxar e conseguir me acertar com Mariana.

Na hora do jantar, me preparei para vê-la, o que não aconteceu, já que ela não desceu para a refeição. Avistei Fernanda, o que me chamou a atenção, a garota já havia me dito que a amiga não se alimentava a algum tempo, o que eu achava bem estranho e preocupante. Antes de ir para o quarto, me arrumar para balada, que haviam organizado para nos darem as boas vindas, fui falar com a garota.

- Oi. - eu disse chegando, aos poucos, próximo de minha amiga que estava com algumas garotas de outra sala.

- Oi Cadu! - ela se despediu das meninas com um aceno de mão, e me deu um abraço. - Como você tá?

- Bem, eu acho. - respondi em meio a um suspiro. - Como ela está? Por que não desceu para comer?

- Ela parece estar abalada com algumas coisa, mas ainda não conversamos. - nos sentamos em uma das mesas do refeitório e ficamos conversando. - Mas essa não é a primeira vez que ela faz isso, eu já te falei.

- Eu sei, e eu me preocupo, mas não posso fazer nada estando longe dela. - mais uma vez a dor de não poder tê-la me atingiu. Balancei a cabeça, soltando um suspiro, afastando aquilo de meus pensamentos e tentando me concentrar. - Ela vai na festa de hoje?

- Vou tentar tudo que eu tenho, - ela dizia olhando no fundo dos meus olhos, eu conseguia sentir sua sinceridade. - mas não se preocupe, vai dar tudo certo.

E foi com essa esperança e palavras que subi para o quarto para me arrumar. Entrei no lugar e fui direto para o banheiro, me despi, abri o chuveiro e logo em seguida peguei o sabonete. Senti a água morna caindo em minha nuca, o que me fazendo viajar, comecei a pensar no que Fernanda havia me dito, em como Mari não se alimentava, em como sua saúde poderia estar em risco, e como eu não podia fazer nada para ajudar. Enchi a mão de sabonete, o que a fez ficar cheia de espuma, e me comecei a lembrar de nossa vida antes de toda essa confusão, como tudo era mais tranquilo sem a intromissão de Manoela. Me lembrava de como eu a protegia, como eu conseguia cuidar dela, como nossas tardes eram suaves e ficávamos juntos por toda ela, todas nossas caricias, nossos beijos, nossos corpos colados um ao outro. Eu encostei minhas costas na parede do banheiro, tendo-a como apoio, minhas mãos, cheias de espumas graças ao sabonete, deslizava com rapidez e facilidade. Não percebi quando comecei, mas não conseguia mais parar. Todos os músculos do meu corpo estavam enrijecidos, a imagem de Mari, seu sorriso, seu corpo, seu cheiro, todos nossos momentos íntimos. Meus braços iam a uma velocidade absurda, e quando percebi, já havia gozado em minha própria mão. Por um minuto percebi a situação em que me encontrava, admitia a carência e só torcia para aquilo acabar logo.

Me limpei e me lavei rapidamente, fechando o chuveiro e começando a me secar com a toalha. Fui para o quarto me vestir, escolhi uma camiseta branca e uma calça jeans de lavagem escura, passei um perfume que eu sabia que Mariana gostava e desci com João Paulo, com quem eu dividia o quarto e que era de nossa sala. Saímos do resort e atravessamos a rua, chegando no local onde seria a festa. Demos nossos nomes para o segurança que estava na porta e entramos. O lugar era grande, espaçoso e estava lotado. Era necessário pedir licença a cada metro, as luzes coloridas iluminavam a pista com efeitos diversos, via pessoas já bêbadas em vários lugares, na pista dançando, nos cantos consumindo drogas ou beijando outras pessoas, no camarote. Fiquei rondando o lugar com os olhos, procurando Mariana, eu sabia que ela não costumava beber e não seria problema ter uma conversa sóbria com ela.

The BetWhere stories live. Discover now