POV. Mariana
O tempo estava passando rápido - já estávamos em maio - e as coisas estavam indo bem, muito bem, na verdade. Eu e Cadu nos descobríamos mais a cada dia, me permitindo conhecer mais qualidades e defeitos seus. Percebi como ele era determinado, indo até o final com todos os seu objetivos, também tinha sua sinceridade, honestidade e companheirismo, fazendo questão de conversar todos os dias com seus amigos do Rio, ele tinha um carinho e um cuidado exacerbado com as pessoas que ele gostava, um humor tão único que conseguia sempre me tirar um sorriso, e claro, sempre com sua confiança e calma, nunca deixando de acreditar que as coisas iam sair perfeitas, como ele planejava. Em contra partida era tão teimoso e cabeça dura, não aceitando a opinião das pessoas algumas vezes. Não tinha muita paciência também, principalmente quando via Rafael, eu e Fernanda quase tínhamos que segura-lo para que não houvessem provocações. Eu não entendi muito bem essa raiva excessiva, mas ele insistia em dizer que era pelo o que ele tinha feito comigo, então eu apenas evitava pensar sobre o assunto, apenas pedia que ele deixasse isso pra lá.
Patricia e Renato também estavam muito bem, era tão bonito ver o amor deles, tão puro e verdadeiro, na verdade todos achavam que os dois iriam acabar se casando, por mais que eles digam que nunca pensaram nisso. Já sobre o sigilos dos namoros, os dois não contavam nada para seus amigos e companheiros de trabalho, ao mesmo tempo que eu e Cadu não contamos para ninguém da escola, fora Fernanda.
Ela entendeu tudo tão bem, apoiando ambos os casais, ela já era parte da família, todos consideravam-a. Até Patricia tinha entendido que minha amizade com Manoela havia acabado, colocando logo a garota no posto de "melhor amiga da Mari". Meu ciúmes bobo também havia acabado, percebi que da mesma forma que Fernanda era um amiga incrível para mim, também podia ser para Cadu. Foi ela que me ajudou a não me importar com as fotos de Cadu e Manoela que chegavam sempre no meu celular, toda semana era uma diferente dos dois juntos no Rio de Janeiro, geralmente em alguma festa. Mas eu tentava esquecer, não me importar, o que era bem complicado às vezes, eu não conseguia entender o porquê de tudo aquilo. Qual seria a necessidade de me mandarem sempre aquelas fotos? Me separar de Cadu? E se esse era o objetivo da pessoa, por quê essa pessoa iria querer isso?
Essas eram perguntas que apenas o tempo iria responder, mas eu realmente esperava que parasse. Por mais que eu dissesse, pensasse e agisse como se não me importasse, eu sei que lá no fundo, isso me machucava e muito. Porém, como eu já disse, evitava ao máximo pensar nesse assunto, principalmente porque no próximo mês começariam as provas do bimestre. Pra mim seria algo tranquilo, nunca tive problemas com notas na escola, mas com Cadu a história era diferente. Ele era extremamente bom com matemática e física, já em matérias como química e biologia não funcionava tão bem assim. Eu tentava ajuda-lo, mas não era tão fácil.
- Sendo assim, - eu dizia, tentando lhe explicar genética. - temos a primeira lei de Mendel, onde ele diz que cada característica é determinada por dois fatores que se sep...
- Quando nós aprendemos anatomia para que eu possa aprender mais sobre o seu corpo? - ele disse me cortando e vindo até mim, começando um beijo.
- Nós aprendemos anatomia no segundo ano, - eu disse o distanciando, dando um sorriso. - e eu acho que você já sabe demais sobre o meu corpo.
- Isso é injusto. - ele disse fazendo uma cara triste. - Eu quero conhecer mais sobre seu corpo, será que posso me formar em "Marianalogia"?
- Tenho quase certeza que não. - disse enquanto riamos. - Mas posso pensar em deixar você me conhecer mais se passar nos exames.
- O que você estava falando sobre esse tal de Mendel, mesmo? - ele disse, tirando risadas de mim mais uma vez.
Além das provas, o assunto mais falado entre todos os estudantes do terceiro ano era a viagem de formatura para Florianópolis, praticamente todos os alunos iriam, e eu era uma das pouca que ainda não havia decidido.
- Você deveria ir, Mari. - dizia Fernanda enquanto descíamos para o refeitório. - Todo mundo vai, e vai ser bem divertido.
- Verdade, babe, - Cadu também tentava me convencer de ir à viagem. - até eu vou, e imagina só, nós vamos estar sozinhos, sem os nossos pais, em Floripa. Imagina quantas coisas legais não podemos fazer.
- Viu? - continuou Fernanda. - Você vai poder transar com o Cadu na praia...
- Fernanda! - eu a interrompi, sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas e vendo os dois rindo.
- Vocês namoram à três meses, - ela dizia rindo de minha reação. - todos esperam que vocês façam isso. - ela se aproximou falando baixo. - Vocês fazem isso, né?
- Fazemos sim! - o garoto respondeu alto. - E fazemos muito, varias vezes.
- Carlos Eduardo! - eu chamei sua atenção.
- Mas é verdade. - ele disse com um bico, como se estivesse triste, fazendo nós duas rirmos.
Ao chegar em casa, pensei mais sobre o que os dois falaram. Talvez ir nessa viagem seria uma ótima ideia, ficaria com Cadu, iria curtir um pouco meu último ano no ensino médio, além de poder comemora meu aniversário, que estava próximo, de uma mareira diferente esse ano. Decidi que iria conversar com Patricia quando ela chegasse.
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The Bet
Fiksi PenggemarMariana é uma adolescente normal, que mora com a sua mãe e que nunca conheceu seu pai. Nada nunca acontece em sua vida, até o terceiro ano do ensino médio. Sua melhor amiga volta do Rio de Janeiro. Será que a relação delas continuará a mesma? E o qu...