Érica

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Como não estava frio eu resolvi abrir a janela e então me conectei ao Skype torcendo por uma pessoa em especifico estar online.

MAO LIN NEKO está online. Ela estava e parece que ainda não trocou seu username. Ela nem me deu tempo de clicar em seu nome, pois já estava me mandando uma mensagem.

MAO LIN NEKO: Heeeeeeeeeeey pretty girl ♥ hehehe tudo bem?

~Roxy~: Vamos conversar pela chamada de voz?

MAO LIN NEKO: Claro. 

MAO LIN NEKO: Tá tudo bem? :/

~Roxy~: chamada de voz

Com isso ela me chamou logo em seguida para uma chamada e eu aceitei. Foi bom ver o rosto pálido e o cabelo longo escuro cacheado dela. Minha (ex?) melhor amiga, Sara, nem sabia da existência dela, mas Érica sabia de praticamente tudo sobre todo mundo. Nunca teve algo que eu não pudesse contar para Sara, mas às vezes eu gostava de conversar com outra pessoa e essa outra pessoa era ela. Érica Montenegro, minha prima por parte de pai.

Pele pálida, cabelo castanho escuro e cacheado, olhos castanhos, nariz reto e pequeno e boca rosa. Se bem que na maior parte do tempo eu acho que ela usa gloss. Mas deixa para lá, isso não é importante.

– Bom dia, princesa – ela riu e eu revirei os olhos. – Ai. Meu. Deus.

Ela percebeu meu novo corte de cabelo. Confesso que foi maravilhoso ver a expressão dela.

– Roxanne Montenegro! Quem fez isso no seu cabelo?!

– Minha mãe – eu sorri e ela riu. – Mas está feio? – eu toquei a ponta do meu cabelo.

– De jeito nenhum! Ficou muito bom em você! Eu sabia que franjas combinavam com você – ela tinha um sorriso aberto. – Ah, eu também tenho uma novidade – ela mostrou a língua e se abaixou.

– O que está fazendo? – eu franzi a testa.

– Péra! – ela gritou. Um pouquinho depois ela aparece com um projeto de gato na mão, porque aquilo ali era muito pequeno para ser um gato de verdade. – Não é fofo?!

– Fofo é... É de brinquedo?

– Claro que não Roxanne! – ela era a única que me chamava de Roxanne, mesmo o meu nome sendo Roxy. Até hoje não sei o porquê faz isso, mas eu nunca tive forças para questioná-la. – Olha – ela apertou o coitado do gato e ele deu um berro. – Viu? É de verdade!

– Eu já entendi! Pare de apertá-lo! - eu me desesperei. Devia ser um filhotinho e se ela continuasse o apertando daquele jeito iria matá-lo.

– Mamãe me deu de presente por ter ganhado a medalha de aluno com as notas mais altas de todo o Fundamental!

Érica tem a minha idade, tem paixão por gatos, é extremamente inteligente e mora em outro país. Não sei como ficamos tão amigas, mas sempre conversamos de tempos em tempos. Não somos do tipo que conversamos todos os dias. Preferimos esperar as novidades acumularem para depois conversarmos uma com a outra.

Além de ser boa em todas as matérias escolares, Érica ainda falava quatro línguas sem contar o português. Ela e meus tios moraram durante um tempo em Portugal e estavam na França há anos. Érica parecia ter doze anos apesar de tudo e, de acordo com o que ela me falou, media 1.50cm.

– Isso é muito legal – eu sorri. – Só, por favor, não o mate sufocado – franzi a testa.

– Roxanne! – ela gritou indignada e parecendo pronta para retrucar quando seu celular tocou. – Ah, um momento.

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