Epílogo - Para sempre

780 50 2
                                    

Assim que pisamos no aeroporto eu senti como se tudo houvesse finalmente ficado no lugar. Dormi em algum momento da viagem e acordei no colo de Sara completamente babando, mas antes que eu pudesse falar para ela qualquer coisa, ela disparou a rir e eu simplesmente a acompanhei.

De mãos dadas, fomos para a parte das bagagens e eu não conseguia me conter. Havia o que? Mais de um ano que não víamos Érica e nem Nuno e agora os dois estavam nos esperando a poucos metros. Sim, eu estou animada como nunca, pois nada melhor do que ver um amigo querido e minha prima que além de estarem juntos, estavam completamente perdidos um pelo outro. Sorri um pouco com isso. Quem diria que as coisas aconteceriam desta forma?

– Rexy? – Escutei sua voz me chamando e um leve aperto na minha mão. Olhei para ela e ela sorriu animadamente. – Nós realmente estamos aqui.

Sorri abertamente e avistei nossas malas. Nós fomos pegá-las e tivemos ajuda de um senhor perto, porque simplesmente não dava. Tentamos nos manter econômicas nas roupas, mas roupa de frio ocupa muito espaço e Portugal estava muito frio em dezembro.

– Pois é, mas eles bem que poderiam estar em uma cidade mais ao sul. Foram morar logo em Bragança – "reclamei" e ela sorriu. – Vamos, Érica deve estar desesperada lá fora.

Levando as malas, nós atravessamos o portão e não precisou de muito tempo para que eu escutasse um grito e visse alguém correndo em nossa direção. Soltei a mala e tirei a mochila das costas para que eu não sofresse tanto quando ela pulasse em cima de mim.

– Roxanne! – Gritou e pulou nos meus braços. A abracei e ela disparou a rir. Com um sorriso, a coloquei de volta no chão e ela logo se virou para Sara. – Cunhada!

Eu ri, porque era simplesmente impagável a expressão que Sara fazia quando Érica a chamava de cunhada. Enquanto as duas se abraçavam o vi andar calmamente com um sorriso leve e as mãos nos bolsos do casaco pesado. Com passos lentos me aproximei dele e trocamos um abraço rápido, mas não consigo explicar o quanto foi bom.

– Parece que você está bem melhor – falei e ele assentiu.

– Quem não fica perto dela? – Quase soltei um "que fofo", mas me segurei. Empurrei-o com meu ombro levemente e sorrimos. – Quero dizer... Todos os problemas parecem nada quando eu estou com ela. Ela faz tudo parecer tão pequeno e simples de resolver.

Olhei para as duas conversando animadamente e suspirei pensando em tudo o que aconteceu no ano anterior. Todas as brigas, confusões e conversas pareciam tão distantes agora que eu simplesmente agradecia por serem passado.

– Está um frio do caralho aqui – suspirei e ele riu. – Qual é temperatura aqui, pelo amor de Deus?

– Estamos bem, na verdade. Aqui chega a -10 em dezembro. Vocês estão com a agradável temperatura de -1. – Revirei os olhos e ele sorriu. – Senti sua falta também. Falar por Skype não é o mesmo.

– Pois é, mas parece que você se manteve bem ocupado.

– Olha quem fala. – Foi a vez dele de revirar os olhos e com um sorriso prepotente continuou: - Parece que eu estava certo o tempo todo.

– Como assim?

– Sobre a sua namoradinha – piscou e suspirou. – Nicolas também se ajeitou, pelo visto.

Ok. Sinto que devo a todos algumas explicações sobre tudo o que aconteceu.

Ao voltar para a escola, duas semanas antes das férias, às coisas pareceram se encaixar nos trilhos.

Nicolas foi até nos buscar num dia. Érica já estava de frente a escola nos esperando e quando saímos – eu, Sara e Nuno – ela acenou para nós. Ela falou algo para Nicolas e ele assentiu levemente. Correu em nossa direção e me abraçou para logo depois sorri para Nuno e abraçá-lo levemente. Eu olhei para Sara e o olhar dela dizia "estou te falando que esses dois...".

DilemaOnde histórias criam vida. Descubra agora