18 anos ( parte III) - Lado Esquerdo

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Obs: Não se esqueçam que a outra realidade paralela deste capítulo será postada logo depois. ;)


Iran abriu os olhos e viu o teto branco no quarto escuro. Olhou para si, estirado na cama de um hospital, e viu um soro ligado a seu braço, fios que mediam sua frequência cardíaca estavam em seu corpo e sua mãe dormia na poltrona próxima a cama.

- Oi! - Ouviu sua voz rouca.

As lembranças vieram à sua mente e ele apenas conseguia distinguir imagens e sons espaçados.

Uma explosão... Gritos... Correria... Uma dor absurda... Mãos o imobilizando e o colocando em uma maca.

Lara e Ismael.

- Mãe, acorda! - falou um pouco mais alto. Um desespero nasceu em seu peito. - Mãe!

Letícia acordou e disse com extremo alívio:

- Meu filho! - Se levantou de sua cama e se aproximou, passando os dedos em seus cabelos. Iran notou que ela estava chorando, aliviada. - Graças a Deus!

- Mãe, o que aconteceu? - Iran perguntou, ouvindo o pânico crescente sair de sua voz.

- Um atentado terrorista na hamburgueria que vocês estavam. Uma bomba explodiu próximo a vocês. - Respondeu Letícia com a voz embargada.

- E Lara e Ismael, mãe! - Perguntou sentindo o desespero tomar conta de si. Os olhos de Letícia desviaram por um milésimo de segundo, tempo suficiente para que Iran percebesse que algo acontecera.

- Preciso chamar o Doutor Marcos Henrique. - Disse evasiva saindo do quarto. Ou melhor, fugindo do quarto.

Iran entrou em desespero, sentou-se na cama porem sentiu uma dor lancinante em suas costas e abdome. Deitou-se novamente, enquanto começava a chorar. Sua vontade era sair correndo do quarto e sair gritando pelos amigos nos corredores daquele hospital.

- Mãe! – Chamou o mais alto que pôde, em pânico.

Iran ouviu a intensidade de seus batimentos aumentarem no monitor cardíaco, junto com a sua respiração.

Rapidamente entrou no quarto um jovem médico. Letícia vinha atrás, olhando para o filho, preocupada.

- Como você está Iran? - Perguntou o médico.

- Não importa como estou. - Respondeu olhando para sua mãe que chorava. - Quero saber de meus amigos.

- Você me fala como está se sentindo que logo você saberá sobre seus amigos.

- Quanto tempo dormi? - Perguntou ainda olhando para Letícia. Estava óbvio que o choro dela não era mais de alívio e sim por algum outro motivo.

-Você esteve em coma induzido por três dias, pois sofreu uma fratura no cérebro durante a explosão. Tivemos que fazer uma cirurgia e te deixar em como induzido enquanto se recuperava. Agora precisamos saber se houve sequelas.

- Estou ótimo. Quero saber de meus amigos!

- Primeiro sua saúde, depois você conversa com sua mãe. - O médico permaneceu firme.

Iran não quis insistir. Com o coração apertado, respondeu todas as perguntas do médico e fez tudo o que ele pedira. Além de duas costelas quebradas, Iran não apresentava nenhum outro problema após a cirurgia que tivera três dias atrás.

Assim que o Doutor Marcos Henrique saiu do quarto, Lara entrou. Um alivio tão grade tomou conta do peito de Iran, que ele começou a chorar.

Ela estava pálida, sem aquela beleza que exalava normalmente, os cabelos amarrados em um rabo de cavalo sem graça, olheiras profundas e um ar abatido.

Clube da Cerveja (Romance Bissexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora