24 anos (parte II) - Lado Direito

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Iran saiu da porta de seu prédio para não ser encontrado por Raoni, virou na primeira rua que cruzava a sua e ligou para sua mãe.

- Iran, o que aconteceu? - A voz de Letícia soava preocupada.

- Você já está sabendo? 

- Sim e fiquei sabendo pelo seu pai - Iran se assustou tanto com a menção do nome de seu progenitor que seu nariz parou de doer por alguns segundos - O que ele disse?

- Que você é um viado sem vergonha e que a culpa é minha por ter afastado vocês dois - Letícia falou cheia de raiva.

- Mas que canalha - Iran respondeu alterado, voltando a sentir a dor em seu nariz. - Mãe, vamos conversar sobre isso daqui a pouco, preciso que a senhora venha me levar ao hospital.

- O QUE ACONTECEU - Sua preocupação chegou a um nível alarmante.

- Venha me buscar, passe em frente ao prédio que moro, vire na primeira rua à direita, estou aqui, mas venha rápido, preciso urgentemente ir ao médico - Iran disse se sentando no meio fio, enquanto sentia seu nariz pulsar.

Assim que desligou o telefone, viu que recebera algumas mensagens de Raoni.

[23h32] Ra <3: cadê você?

[23h36] Ra<3: Sumir assim não vai melhorar as coisas.

- Que cara de pau seu filha da puta nojento, você tem noção da merda que você fez? Seu desgraçado! - Iran esbravejou para o celular, não iria responder Raoni por agora, sua vontade era não precisar mais falar com o, a partir de agora, ex.

Letícia apareceu em vinte minutos, tempo suficiente para Raoni ligar duas vezes e mandar mais sete mensagens. Assim que ela viu o estado do filho, com o nariz sangrando e a roupa toda suja, se desesperou. À caminho do hospital mais próximo, ela perguntou o que aconteceu e Iran explicou. Letícia ficou revoltada com a atitude de Raoni, mas não endossou o filho querer desaparecer da vida do cara que ele ainda vive, ele precisaria resolver e colocar tudo o que aconteceu em pratos limpos.

Iran fez uma cirurgia e ficou em observação por algumas horas. Na parte da manhã, voltou com Letícia para sua casa. Raoni ainda tentava falar com ele sem sucesso, entretanto Iran não queria lidar com aquele problema naquela hora, iria deixar para depois. Sentou-se no jardim de sua casa, de frente para a casa dos Malacrida, com Pituxa e ficou esperando a chegada de Ismael. Sabia que este chegaria entre o final da manhã e o início da tarde, precisava muito explicar para ele e desfazer o mal entendido que Raoni fizera. Este ligou novamente, mas continuou não sendo atendido

Após três horas aguardando a chegada de Ismael, Iran ouviu um carro entrar no beco, levantou-se rapidamente, fazendo seu nariz pulsar com uma dorzinha incômoda, Pituxa que estava em seu colo o olhou com uma cara de contrariedade naquele olhinhos já envelhecidos, pois queria ficar ali com o dono que mal aparecia naquela casa.

- Vou voltar a morar aqui, Pituxa, compenso isso depois - disse para a cachorrinha enquanto caminhava para o portão de sua casa, assim que saiu, deu de frente com o carro dos Malacridas que iria entrar na garagem. Iran viu o olhar enraivecido de Celso para ele e ficou com medo de ser atropelado.

Ismael desceu do carro, seu olhar era impassível, Iran não sabia dizer o que o ex sentia naquele momento. Ele estava lindo, um pouquinho mais velho desde a última vez que o vira, e isso tinha o deixado mais bonito ainda. O carro entrou na garagem, Iran e Ismael continuavam em silêncio, se olhando um pouco distantes um do outro. Celso e Joyce saíram do carro e olharam para os dois. Iran teve a impressão que se Celso pudesse soltar lasers pelos olhos, este o esturricaria imediatamente. 

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