Clube da Cerveja (Romance Bissexual)

24 anos (parte II) - Lado Esquerdo

- Agora você me explica o que aconteceu – Renatinha falou, assim que ficou sozinha com Iran no carro de Jorge, após o rapaz receber alta.

- Levei um soco do Gael – Explicou envergonhado, olhando pela janela. Sua voz estava anasalada devido a gaze em seu nariz.

O dia estava amanhecendo. Após a cirurgia, ele ficou em observação por algumas horas até ser liberado.

- Por que ele te deu um soco? – Renatinha perguntou surpresa.

- Ele ama a Lara e pelo vista Lara me ama – Iran disse se lembrando da briga que houve na noite anterior com o rapaz – e segundo a mãe dela e o Gael, a culpa é minha pelo o que quer que tenha acontecido à Lara.

- Mas que povo idiota! – Renatinha se indignou - o que aconteceu já tem anos, você não pode ser responsabilizado por isso.

- Eu sei, mas eles me responsabilizam e isso é péssimo – Iran falou segurando o choro que o pegou de surpresa.

Renatinha deixou Iran na casa de sua mãe, que foi onde ele deixara o carro ao ir ao Clube da Cerveja saber notícias sobre Lara. Assim que ela parou o carro na entrada do beco, para que o rapaz pegasse o carro, Celso e Joyce passaram pelos dois de carro, provavelmente seguindo ao aeroporto para visitar a filha. Celso o olhava de maneira empática enquanto Joyce olhava com censura.

Iran pegou seu carro e seguiu Renatinha até a casa deles. Assim que chegou, Maria estava chorando no colo de um Jorge desesperado, porque os pais não estavam em casa e chorou mais ainda quando viu o estado de seu pai, com o nariz cheio de gaze.

***

Os dias se passaram e a imprensa noticiava uma melhora de Lara M. Como a cantora havia quebrado as duas pernas, ficaria alguns meses se recuperando. Especulava-se que ela nunca mais iria dançar tão bem quanto antes, o que Iran torcia para que fossem apenas especulações.

O terceiro álbum, que começaria a ser gravado naquela semana, precisou ser adiado por alguns meses, indeterminadamente. Iran tentava buscava obsessivamente saber se Lara estava bem, mas os sites eram apenas vagos e falavam sempre as mesmas coisas.

Ele sempre apelava às perguntas ao universo, assim como Lara.

Quando seu nariz estava 100% novamente, ele voltou ao traabalho. A parte da manhã era uma loucura, o pico dos problemas começavam às 9h da manhã e ia até um pouco antes do horário de almoço. Iran esperava que seu primeiro dia de volta ao fim do atestatado médico fosse louco, com uma ligação atrás da outra, com mil problemas seguidos. Esse era o momento ideal para Iran perguntar ao Universo se Lara estava ficando melhor. Quando deu exatamente 9h horas da manhã, ele pensou:

"Se meu ramal não tocar nos próximos 10 minutos, Lara voltará a cantar está se recuperando bem".

Olhou no relógio do computador, enquanto via seus e-mails, com medo que o telefone tocasse e que o deixasse preocupado como nos dias anteriores em sua casa.

9h01: sem toque

9h02: sem toque

9h03: sem toque

Três minutos sem toque, no horário de pico, após dias sem trabalhar, era impressionante três minutos sem ninguém o chamar .

9h08: sem toque

Iran parou de ler os e-mails e ficou olhando para o relógio, tenso, com medo de que alguém ligasse no último segundo e o deixasse preocupado com a saúde de Lara até ele fazer a mesma pergunta no dia seguinte.