Lara... tentativa de suícido... morte...
Por alguns segundos, Iran ficou atônito com o que ouvira. O medo de nunca mais ver o amor de sua vida, o levou para um lugar distante, onde apenas ele e o pânico que sentiria ao perder Lara estavam presentes. Sua visão ficou turva e um zumbido tomou conta de sua audição.
- Iran! - Ouviu seu nome sendo chamado de longe por Renatinha.
- Oi? - Respondeu voltando à sala de sua casa.
- Tudo bem? - Perguntou a amiga preocupada.
- Não! Lara não pode morrer! - Falou com a voz estridente, se levantando rapidamente. - Preciso ir à casa dos Malacriadas.
- Não, você tá bêbado - aconselhou Renatinha.
- Eu não vou ficar aqui esperando a notícia da morte da Lara! - Cuspiu Iran, sentindo lágrimas querendo sair de seus olhos.
- Você tá bêbado, fica aqui - Jorge sugeriu.
- Cara, eu nem me sinto mais bêbado - Iran respondeu, saindo da sala, indo aonde a chave do carro ficava guardada - o susto que passei agora é tão grande que todo o álcool desapareceu do meu organismo de uma vez.
- Não, Iran! - Renatinha foi atrás dele. - Você não está em condições!
- E com que condição vou ficar em casa esperando notícias? - Iran disse com os olhos já marejando. - Eu preciso saber como ela está e a família vai ficar sabendo antes.
- Acho mel...
- RENATA! - Iran berrou. Reantinha calou-se imediatamente, Maria, que ainda estava nos braços da mãe, acordou e olhou assustada para o pai. - Eu preciso ir até lá. - Completou a frase com o tom de voz ameno, como se estivesse pedindo desculpas pelo grito que dera.
- Eu vou com você - Se ofereceu Luis.
- Não! - Iran disse pegando a chave do carro. - Isso é uma coisa minha, eu preciso ir lá sozinho.
Sem falar mais nada, saiu do apartamento e chamou o elevador. Iran sabia que precisava ir pelo elevador do lado esquerdo. Apertou o botão implorando para o Universo mandar o elevador desejado. Porém o mais próximo era o do lado direito.
A porta se abriu.
"Não vou entrar, se eu for pelo elevador do lado direito, algo terrível vai acontecer com Lara" - Pensou desesperado.
O elevador foi embora. Iran esperou por um minuto até chamar novamente.
Quando a luzinha do elevador do lado direito indicou que seria este que viria buscá-lo, Iran decidiu ir pelas escadas. Desceu os 17 andares de escada o mais rápido que pôde. O desespero só aumentava por não ter a mínima ideia de algum novo status sobre a saúde da ex-namorada. Iran quis ver alguma notícia em seu celular sobre como Lara estava, se algo pior já tinha acontecido, mas percebeu que deixara o deixara em casa e não iria voltar para buscá-lo.
Ao entrar no carro, sentou-se ofegante no banco do motorista e ficou parado por pouco mais de um minuto, descansando e se acalmando. Olhou para relógio. Eram 00h04.
- Feliz 24 anos, Iran - disse para si mesmo, antes de dar partida. O portão da garagem de seu prédio nunca foi tão lento. Assim que saiu, partiu para a casa de Lara, pelo caminho mais rápido que conhecia. - Se o sinal da próxima avenida estiver vermelho, é um sinal que a Lara está mal. - Falou para si, antes de chegar na avenida que encontraria o tal sinal que estava se referindo. Assim que o avistou, ele estava verde, porém, um pouco distante.
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Clube da Cerveja (Romance Bissexual)
RomanceHISTÓRIA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL! PLÁGIO É CRIME "Clube da Cerveja" conta a história de Iran e os irmãos gêmeos Lara e Ismael, um trio de amigos inseparáveis. Lara, uma aspirante a cantora, está perdidamente apaixonada por Iran...