21 anos - Lado Direito

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A escuridão total do quarto era quebrada pelos gemidos, tapas, sussurros, respirações ofegantes e beijos rápidos trocados pelos dois. Iran e Renato transavam afoitos. O sexo estava gostoso, a química perfeita e tudo levava a um clímax explosivo.

- Vou gozar - Avisou Renato.

- Eu também - informou Iran. Porém, mais uma vez, Iran precisou pensar em Ismael para atingir o clímax.

Aparentemente havia uma espécie de regra no cérebro do rapaz que só liberava o sêmem se a imagem de Ismael fosse acionada. Não era algo que incomodava muito, mas era deveras chato perceber que após mais de dois anos de término, ele ainda precisasse pensar no ex para atingir o clímax.

Após gozarem, Renato e Iran passaram duas horas na cama conversando sobre os mais diversos assuntos.

Era a quarta vez que os dois ficavam, normalmente às quintas-feiras, que era o dia que Renato não tinha aula.

Normalmente Iran encontrava alguém após as aulas. Não todos os dias, porque ele gostava de tirar algumas noites para si, mas umas três vezes por semana ele se encontrava com alguém. Seuss peguetes fixos eram todos ótimas pessoas. Cada um tinha um papo e uma vida diferente e isso agregava muito ao rapaz. A relação que ele gostava de manter com os caras era de algo mais que sexo, porém não muito além disso.

Às vezes alguém se apaixonava e Iran precisava cortar a pessoa, mas ele sempre deixava muito claro quais eram as intenções dele. Sexo. E se for bom, repetir até quando parar de ser.

Sábado era dia de ir com Isá e Fábio à Casinha. Iran viciou no local. Ficou amigo dos promoters, dos barmans, dos seguranças, da drag que fica na fila, do dono do local, dos djs e da maioria dos frequentadores assíduos. A única pessoa que Iran não se dava bem era Raoni.

Desde o primeiro dia que Iran foi à balada, ele já não fora com a cara do rapaz e a recíproca pareceu verdadeira. Os dois mantinham uma rivalidade silenciosa. Toda semana, quando chegava alguém novo na balada, os dois voavam como urubus na pessoa, às vezes Iran pegava, às vezes Raoni, às vezes os dois, ou às vezes nenhum deles. Nunca expuseram a competitividade um para o outro e quem estava do lado de fora não percebia. Mas estava lá, na troca de olhar provocativo quando pegavam a "carne nova" antes do outro.

A faculdade ia bem e o trabalho na ONG também. Iran fora promovido no local, mas ainda tinha um salário aquém do ideal, entretanto pare ele tudo bem, ele trabalhava para ter uma vida confortável, apenas. Trabalhava seis horas por dia, malhava e estudava para concursos antes de ir para a faculdade. A sorte de Iran era que ele dormia pouco e mantinha esse ritmo alucinante. Ele mal via o momento de se formar e ficar livre da faculdade. Porém ainda tinha mais dois anos e meio de faculdade pela frente.

Desde que saíra com o casal Danilo e Murilo, e teve uma conversa com este, que disse que no mundo gay, se você não tiver um corpo bem cuidado perde muito espaço, Iran passou a cuidar do corpo com muito esmero.

Largou até seu amor por cerveja. Agora consumia uma vez por mês, porque conseguir a tão almejada barriga de tanquinho era um trabalho extremamente difícil para ele. Mais de um ano com dieta, corrida, musculação e abdominais que foram criadas pelo capeta, de tão torturantes que são, não foram o suficiente para ele ter aqueles gominhos na barriga. Porém ele conseguira aumentar os braços, os peitos, as costas e suas pernas. Iran estava ficando gostoso.

Xxxx

Aquele sábado do mês de junho começou como qualquer outro. Iran acordou às 8h30. Tomou um café com muita clara de ovo, queijo cottage e peito de peru e foi para a Lagoa do Taquaral correr.

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