Capítulo 7

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Assim que terminou de comer, saiu da cozinha. Tinha 10 minutos para procurar por suas coisas antes da Aida sair da cozinha, ela estava a arrumar a cozinha e não devia de demorar muito mais até vir arrumar a casa. Sobe as escadas e vai até ao quarto dele, procura nas gavetas da cómoda e das mesas de cabeceira, no roupeiro, na casa de banho, mas não encontra nem a sua mala nem as chaves do carro, nada.

Desce a tenta abrir a porta do escritório, mas está trancada, procura nos armários da sala, mas não encontra nada. Tenta todas divisões mas as que não estão trancadas não têm nada nos armários. Sente-se a desesperar.

 Sobe para o seu quarto e senta-se na cama, já não sabe o que fazer,  unica hipótese que tem é tentar fugir novamente a pé, mas não será facil, sair sem ninguém a ver.

Carolina estava perdida nos seus pensamentos quando a campainha da porta começou a tocar com insistência, achou estranho não costumavam receber visitas. Resolveu descer para ver quem era.

Quando desce as escadas ouve uma voz muito falimiar, quase perde as forças, é a sua amiga Mónica, ela veio, não sabe como mas ela veio em sua ajuda.

- Mónia!!! - Carolina grita do topo das escadas.

- Carolina. Esta mulher estava a dizer que não te conhecia e que não estava ninguém em casa. - Ambas olham para a Aida

- Perdão senhora, mas são as ordens do Sheik. - Aida diz 

- Leva-me daqui Mónica, estava a ponto de eloquecer. - Carolina atira-se nos braços da amiga.

- Os homens não a vão deixar sair, as ordens são claras senhora, não pode sair sem o Sheik. - Aida está cada vez mais nervosa.

- Nós vamos sair daqui agora, se me tentarem impedir vou chamar a policia! - Mónica fala convicta

- Por favor senhora não vá. - Aida apela

- Eu vou sair agora Aida e por favor diz ao homens para não nos tentarem impedir, se chamarmos a policia o Sheik vai preso, porque eu vou apresentar queixa por rapto. - Aida percebe que não tem escolha e concorda.

Carolina e Mónica não perdem tempo, entram no carro e saem com grande velocidade pela estrada da herdade, quando estão a chegar perto dos portões, ambas prendem a respiração com receio que alguém as tente parar, mas nada acontece e conseguem sair sem problemas. Carolina explode num choro descontrolado, estava finalmente livre daquele pesadelo, podia voltar para a sua casa.

- Calma Carolina, o pior já passou. Nós deviamos ir à policia fazer queixa desse monstro. - Mónica diz revoltada.

- Não, não quero envolver-me em nenhum escândalo. Mas como soubeste onde estava? A Ana conseguiu ligar-te?

- Nem imaginas!! Lembras-te daquele médico obstetra meu cliente? Eu cheguei a apresentar-te, ele é grande fã do teu trabalho.

- Sim, lembro-me vagamente.

- Ele é o médico dessa tal Ana que te ia ajudar, ele reconheceu-te no dia que a foste visitar ao hospital. Quando ele estava a examinar a Ana ele comentou com ela que te conhecia da minha loja e ela pediu-lhe que ligasse para mim para me avisar que estavas na herdade do Sheik e que precisavas de ajuda. Eu nunca iria imaginar uma coisa destas, eu recebi uma mensagem tua a dizer que ias estar fora uns dias, que ias visitar a tua familia, depois disso não consegui mais ligar-te mas pensei que era porque querias dedicar-te apenas à  tua familia.

- Foi ele que mandou a mensagem depois de ficar com as minhas coisas. - Carolina fecha os olhos. 

- Eu nem sabia que conhecias o Sheik.

- Eu não conhecia, ele apareceu no atelier no dia seguinte à festa e comprou várias peças.

- No dia depois da minha festa?

- Sim

- Meu Deus, ele estava nessa festa. Será que foi lá que ele te viu?

- Não sei, eu senti que ele me olhava de uma forma estranha mas foi bastante educado, só depois começou a enviar-me presentes e convites, eu recusei tudo. Ao que parece ele não lida muito bem com a rejeição. - Carolina faz uma careta 

- Eu já tinha ouvido histórias sobre ele, que tudo o que gostava tinha de possuir, que era mulherengo, mas nunca imaginei que fosse capaz de algo assim.

 - Eu agora só quero esquecer este pesadelo e seguir com a minha vida. - Olha pela janela do carro e pensa para si mesma que nunca vai esquecer os ultimos dias, mas terá que aprender a viver com as memórias.

- Assim é que se fala minha querida. O que achas de, para começar, fazermos uma viagem as duas? Algum sitio com muito sol e praia. - Mónica sorri de antecipação.

- Parece-me optimo Mónica, podes tratar de tudo, me entrego em tuas mãos.

- Optimo, amanhã começo a tratar da nossa viagem. o Jaime vai estar fora por algumas semanas assim aproveitamos e nos distraímos as duas.

- Obrigado por tudo amiga, estaria perdida sem ti. - Carolina sorri, mas as lágrimas ameaçam cair pelos seus olhos.

- De nada querida, sei  que farias o mesmo por mim. Agora chega de lágrimas. - Carolina sorri para a amiga e limpa as lágrimas:

- Sim, chega!

quando chegaram perto da casa de Carolina avistam o carro preto parado na frente da casa.

- É o carro do Sheik!! - Carolina está em pânico

- Calma Carolina, ele não pode fazer nada aqui. Vamos eu prometo não te deixar sozinha com ele um segundo sequer. - Ambas saem do carro e imediatamente o Sheik sai do seu carro também.

- Carolina... - Ele começa mas ela o interrompe

- Como te atraves a vir até aqui? Queres que chame a policia?

- Precisamos conversar...

- Não temos nada para falar Samir, só quero que desapareças para sempre. - Ela não lhe dá hipotese de falar

- Nós ainda não terminamos!! - Ele fala sério

- Nós?? Nunca existiu um nós, eu fui obrigada a ficar contigo. Tu estás doente Samir, vai tratar-te. E agora sai de perto da minha casa, nunca mais apareças por aqui ou vou fazer queixa na policia. - Carolina sente uma dor imensa no peito ao dizer as palavras mas tem de ser forte, tem de se ver livre dele.

- Não. Tu queres estar comigo, só não o admites. Eu sei que quase te fiz esquecer aquele maldito defunto. - Ele fala com raiva e Mónica observa-o com atenção.

- Tu és um monstro!!! - Carolina dispara, não aceita a pequena verdade que existe nas palavras dele.

Mónica aproxima-se de Samir e diz-lhe:

- Vai-te embora Samir, acho que já chega. - Samir olha-a com raiva, mas acaba por ceder.

- Amanhã mandarei entregar o teu carro e as tuas coisas. - E entra no carro sem se despedir.

Carolina suspira de alívio e entra em casa, por sorte sempre tinha uma chave suplente guardada no jardim. Só passaram uns dias mas parece que já estava fora à muito tempo, tudo parece diferente, estranho.


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