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- Então Alan o que descobristes? - Pergunta Samir

Carolina estava no hospital à dois dias, dois dias sem se lembrar dele. Era uma tortura senti-la afastar-se sempre que tentava tocá-la, ficar nervosa sempre que entrava no quarto. Tentava ser paciente pois ela estava grávida e precisava manter-se calma. Assim ia vê-la apenas de manhã e à noite e durante o dia a Mónica ficava com ela. 

Para já centrava as suas forças em tentar descobrir o que tinha acontecido ao jacto.

- O jacto foi totalmente revisto antes de seguir para Portugal, estava tudo bem, pelas câmaras de segurança do aeroporto ninguém mexeu no aparelho antes de ele partir, durante a viagem o comandante também garantiu não aconteceu nada que pudesse provocar a falha dos motores. Então não fazia sentido os motores terem falhado. Por isso resolvi investigar se algo se teria passado no aeroporto de Lisboa e foi aí que pelas câmaras de segurança consegui ver um homem suspeito a mexer no avião. - Alan faz uma pausa e olha nos olhos do Sheik. - Não foi um acidente, foi um atentado e  o alvo era a Senhora, ninguém sabia que o Sheik estava a bordo do aparelho e a intenção foi ele se despenhar na volta, e na volta seria ela que o aparelho estaria a transportar.

- Estás a dizer-me que tentaram matar a Carolina? - Samir pergunta, com os punhos serrados,  sentindo uma fúria enorme.

 Alan assente:

- Mas o homem foi muito descuidado, deixou que lhe filmassem o rosto. Já tenho homens à procura dele, é uma questão de tempo até sabermos quem é e onde está.

- Ele continua em Portugal? - Samir quer saber

- Sim, tudo indica que sim.

- Muito bem, não poupes meios para encontrar esse verme.

- Fique descansado Sheik. Este irei tratar dele pessoalmente. - Os homens olharam-se nos olhos e nada mais foi dito. Ninguém faria mal a Carolina e sairia ileso.



Ao terceiro dia no hospital, o médico deu-lhe finalmente alta e carolina não sabia se ficava feliz ou apreensiva. Era muito bom poder sair daquele hospital mas por outro lado não sabia para onde ia. Durante estes últimos dias Samir veio visitá-la sempre de manhã e ao final do dia, e esses eram os momento de maior tensão para ela porque para ele, ela era a sua mulher e para ela, ele era um desconhecido e mesmo tentando disfarçar, acabava sempre por se sentir estranha e quando ele a tentava tocar acabava sempre por afastar-se, e mesmo ele tentando disfarçar ela percebia-se que isso o incomodava, porque ele não dizia nada mas ela percebia que ficava tenso.

Agora olhava-se ao espelho da casa de banho do quarto do hospital, a ferida ainda estava visível na sua testa, mas já não estava tapada e conseguia escondê-la com o cabelo. Fisicamente estava mais que preparada para sair do hospital, mas não conseguia evitar sentir-se apreensiva, sentia-se perdida, pelo menos no hospital só o via duas vezes por dia, agora teria de viver com ele na mesma casa, como ia viver com um homem que era um completo estranho.

- Carolina. - A voz dele interrompe os seus pensamentos

 - Só um minuto, estou na casa de banho. - Ela diz alto e fecha os olhos. Não tinha outra alternativa se não ir com ele, ainda tinha ligado para a Mónica mas ela tinha-lhe dito que a ia visitar a casa mais logo. A casa, a sua casa estava em Portugal, para ela no Dubai não tinha casa, mas a amiga contou-lhe que tinha ido a Portugal precisamente para assinar a escritura da venda da casa, custou-lhe muito aceitar isso.

Respirou fundo e saiu para o quarto:

- Estou pronta. - Ela disse olhando para ele.

Samir aproximou-se e antes que ela pudesse desviar-se, beijou-lhe os lábios ao de leve:

- Bom dia Carolina. Vamos para casa. - Sem lhe dar tempo para reagir, pega-lhe na mão e leva-a para fora do quarto.

Carolina segue-o muda, perdida no turbilhão de sensações que aquele leve beijo lhe causou. Todo o seu corpo formigou em resposta ao leve roçar de lábios e por mais vergonhoso que pudesse ser, só conseguia pensar como o seu corpo reagiria a um beijo a sério.

Lá fora, um homem de fato escuro esperava por eles com a porta traseira do carro aberta, e sem  perceber porquê um nome sai da boca dela:

- Alan. -Os dois homens olham para ela espantados, Samir segura-lhe as mãos:

- Tu lembras-te do Alan? Recuperaste a memória? - pergunta quase em desespero

- Não, lamento. Não sei porque disse esse nome. mas assim que o vi com a porta do carro aberta, esse nome saiu da minha boca. - Carolina diz com vergonha

Os homens entre olham-se , pelo menos é um sinal de que a memória quer voltar. O médico disse que a memória podia voltar a qualquer momento, podia ser dentro de dias mas também podiam passar anos.

- Tudo bem. É um bom sinal lembrares-te do Alan, ele é o teu guarda costas, passavas muito tempo com ele. - Samir aperta-lhe as mãos para a confortar e ajuda-a a entrar no carro.

O SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora