Capítulo sem título 43

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- Eu... Eu estou cansada. - Carolina diz afastando-se dele. - Quero ir dormir, amanhã quero voltar ao trabalho. Vir aqui me encheu de vontade de voltar a pôr mãos à obra. - Dá um pequeno sorriso.

Samir apenas a olha com intensidade e volta a dar-lhe a mão e leva-a de volta para casa.

Quando estão a subir as escadas, Carolina, a cada degrau que sobe, fica mais nervosa. Pergunta-se se ele pensa dormir com ela, não quer dormir com ele, não está preparada para isso.

No quarto, vai buscar a sua camisa de noite ao armário e segue rápido para a casa de banho, sem se atrever a olhar para ele. Quando ganha coragem para sair, encontra-o já deitado na cama, ele estava sem camisola, com aquele peito, que mais parecia ter sido esculpido, à mostra. Se Carolina, antes, estava nervosa, agora tremia só de imaginar se ele também estaria nu da cintura para baixo.

Ela olhava-o aflita, e ele parecia divertir-se com a aflição dela, mas não fazia nada, apenas a olhava.

- Talvez seja melhor eu dormir noutro quarto...

- Não! - Ele a corta e salta da cama em sua direcção. Para alivio, ou decepção, ela não estava bem certa do que sentia, ele estava com umas calças de pijama vestidas.

- Eu prefiro, não me sinto à vontade a dormir com um estranho... - Ela diz, mas pelo olhar furioso que ele lhe lança, arrepende-se imediatamente.

- Eu não sou um estanho Carolina! - Ele faz, claramente, um esforço para se controlar. - E dormir em outro quarto não te vai ajudar em nada. Para voltares a sentir-te à vontade comigo, para me poderes voltar a conhecer tens de fazer um esforço e partilhar tudo como antes. - Ela abre muito os olhos e ele logo a acalma. - Não te estou a pedir para deitares na cama e fazeres amor comigo, mas dormir e acordar ao meu lado vai ajudar-te .

Carolina olha para ele indecisa, mas talvez ele tenha razão, ela também tem de tentar, pelo menos para ver se ajuda a lembrar-se. Assente suavemente com a cabeça e ele guia-a até à cama ajuda-a a deitar-se, tapando-a de seguida. Depois dá a volta à cama e deita-se ao seu lado, sem a tocar.

- Boa noite carolina. - Ele diz ao apagar a luz.

- Boa noite Samir. - Ela responde tensa, mas ele não se aproxima e ela aos pouco vai relaxando até acabar por adormecer.

Samir faz um esforço sobre-humano para não lhe tocar, mas tem de ter calma ou pode estragar tudo. Apercebe-se que ela relaxa e por fim adormece e tenta fazer o mesmo.


De manhã quando ele acorda, Carolina ainda dorme, e ele aproveita para poder olhá-la. Ela está linda adormecida, com o rosto relaxado. Ela dorme deitada de costas e ele não resiste e acaricia-lhe a barriga com suavidade, o seu filho cresce ali e ele não podia sentir-se mais feliz.  Beija-a na face com muito cuidado para ela não acordar e levanta-se.

Carolina acordou a sentir-se faminta, tomou banho e vestiu um macacão leve e curto, estava a custar-lhe um pouco habituar-se ao calor. Desceu para a cozinha e assim que entrou, o cheiro a ovos fritos provocou-lhe um enjoo terrível e teve de correr para a casa de banho. Por sorte lembrava-se que havia uma casa de banho junto à sala, que tinha utilizado ontem.

Estava ajoelhada junto à sanita a vomitar o que nem tinha comido, quando sente as mãos dele a segurar-lhe o cabelo.

- A Isis assustou-se quando te viu a correr para fora da cozinha e chamou-me.  - Ele disse-lhe quando ele finalmente conseguiu acalmar o estômago.

- Foi apenas um enjoo. - Ela explica corada, era humilhante ser vista assim.

- Nosso filho já começa a dar trabalho. - Ele diz em tom de brincadeira, mas ela não consegue sorrir.

- Vou subir e lavar os dentes. - Ela diz e sai da casa de banho

Samir sente vontade de a agarrar  e sacudi-la até ela recuperar a memória, de tudo o que mais lhe doía era perceber que ela não queria aquele filho, isso estava a acabar com ele. Voltou para o escritório, precisava continuar com o seu trabalho pois teria uma reunião muito importante mais tarde no palácio.

- Senhora, telefone para si. - Isis a informa

- Estou? - Ela atende, imaginando que seria Mónica

- Eu sabia que não passavas de uma rameira. Fizeste de propósito, engravidaste para o segurar. Sabias que ele te is deixar para ficar comigo e engravidaste para o segurar.

- Perdão? Com quem estou a falar? - Carolina não estava a perceber nada do que a outra mulher estava a dizer.

- Ele ia deixar-te, assim que voltasses de Portugal ele ia pedir-te que saísses da sua casa. Ele ama-me e ia casar comigo. mas tu tinhas de engravidar e agora ele não tem coragem de te mandar embora. - a mulher dizia com voz de choro

- Eu não...

 - Não? Então sobe ao quarto e procura na mesa de cabeceira dele, é lá que ele tem guardado o anel que me comprou para me pedir em casamento, apenas pediu para eu o guardar lá até ele resolver as coisas contigo.

- Eu... -carolina não sabia o que dizer

- Mas não penses que ganhaste, ele apenas vai esperar até o filho dele nascer e depois vai mandar-te para Portugal e eu vou criar esse filho com ele. Pensavas que tinhas ganho? estás muito enganada, hoje mesmo ele vem me ver, espera e verás que esta tarde ele vem matar as saudades nos meus braços. - carolina não conseguiu ouvir mais nada e desligou o telefone.

Subiu as escadas a correr e no quarto abriu a gaveta da mesa de cabeceira dele e a primeira coisa que viu foi a caixa preta pequena, a tremer abriu a caixa e seus olhos se arregalam, era um anel lindo de diamantes. Lindo, mas não era para ela.

O SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora