Capítulo 8

9.2K 755 28
                                        

  - Vou preparar um chá para nós, acho que estamos a precisar. - Carolina prepara o chá e ambas se sentam na varanda para beber. E tudo o que ela consegue pensar é na ultima vez que tinha estado naquela varanda, no dia em que ele apareceu para comprar as suas peças, na intensidade do seu olhar, agora percebia os sinais de interesse que ele deu. 

- Acho melhor dormir aqui contigo. - Mónica interrompe-lhe os pensamentos

- Obrigado amiga, realmente acho que não me sentirei bem aqui sozinha. - Carolina sorri para a amiga.

 - Combinado então, e vou ligar para a minha agente de viagens, vamos começar a preparar a nossa viagem. - Mónica levanta-se para fazer a ligação entusiasmada e carolina volta a perder-se nos seus pensamentos, talvez se não tivesse sido tão rude, recusando todos os convites, tivessem tido a oportunidade de se conhecerem, talvez as coisas pudessem ter sido totalmente diferentes.

Mas de nada vale estar a pensar nisso agora, levanta-se e entra em casa, percorre as divisões, sentido que já nada parece igual, na sala para e olha a foto por cima da lareira, olha a imagem do seu marido e sente algo completamente diferente, já não dói, o seu marido está morto e ela sente-se pronta para finalmente aceitar isso, por mais que o tenha amado, nada o vai trazer de volta, ele está morto e ela viva. Chora e sente uma vontade enorme de viver nascer em seu peito, já não lhe basta sobreviver, está pronta para voltar a viver e ser feliz. 

Fecha os olhos, nunca poderá ser feliz com o Sheik, ele traiu sua confiança da pior maneira, mas uma coisa tem de admitir, ele a trouxe de volta ao mundo dos vivos e nele ela pretende permanecer.

Mónica volta toda entusiasmada, marcou a viagem para dali a dois dias, vão para as ilhas Maurícias. Tal como prometeu muito sol e muita praia. 

Carolina sorri, é uma boa forma de voltar ao mundo dos vivos.

No dia seguinte logo cedo Alan veio, pessoalmente, entregar o carro e a mala de carolina. 

- Aqui estão suas coisas Senhora. - Ele lhe entrega a mala e as chaves do carro. - Eu peço desculpas em nome do meu patrão, ele não costuma agir assim, garanto-lhe que nunca tinha raptado ninguém antes. 

- O que ele fez não tem desculpa Alan, eu não sei como as coisas funcionam no vosso país, mas aqui rapto é crime. - Carolina respira fundo. - Diga-lhe apenas que esqueça que algum dia me conheceu. Adeus Alan

- Adeus senhora. - Ele faz uma vénia e vai embora.

Agora que tem o seu carro e aproveitando que Mónica saiu para tratar de assuntos relacionados com a viagem, Carolina sai, há um coisa que tem de fazer antes mesmo de viajar. Dirige-se à imobiliária do seu bairro, tem de mudar de casa, para poder seguir com a sua vida, tem de sair daquela casa cheia de lembranças.

Depois de sair da imobiliária, resolveu ir às compras para a viagem. Comprou vestidos leves e vários bikinis e saídas de banho.

Quando chega a casa a amiga já lá está:

- Olá, tudo bem? - Mónica pergunta

- Sim, fui às compras para a nossa viagem. - Carolina mostra os sacos nas suas mãos.

- Quem bom, confesso que também comprei umas coisitas quando fui à agência levantar os bilhetes. Partimos amanhã ao final do dia.

- Que óptimo, assim dormimos durante o voo, custa menos a passar.

- Sim. - Mónica hesita, mas acaba por dizer. - Carolina está uma encomenda para ti na sala, chegou à pouco, um estafeta entregou. 

Carolina tem um pressentimento de quem mandou a encomenda, vai à sala e lá encontra  uma cesta em forma de coração cheia de rosas vermelhas. A cesta é linda mas infelizmente nada concerta entre eles. Aproxima-se para ler o cartão: " Peço apenas uma oportunidade de te provar que posso ser digno da tua confiança. Por favor janta comigo, traz a tua amiga se te sentires mais segura assim, mas vem. Samir"

Senta-se e fecha os olhos, por mais que gostasse de ir a esse jantar sabe que não pode ceder. Levanta-se decidida e agarra no cesto das rosas, sai e atravessa a rua até à casa da vizinha, sabe que é uma senhora de idade que vive sozinha, deixa as rosas na sua porta, toca à campainha e vem embora. Ela vai gostar de receber a cesta das flores.

- Mónica que tal se eu fizesse as minhas malas e hoje ficássemos na tua casa, assim tinhas tempo de fazer as malas e amanhã estamos mais perto do aeroporto. - Mónica sabe que ela quer ir para sua casa por causa das flores, teme que ele apareça por ali.

- Boa ideia, até podemos ir jantar naquele restaurante que fica perto de minha casa.

- Óptima ideia. Vou subir e fazer as malas.

Quando chega ao quarto, Carolina pega no telemóvel e liga para o hotel onde Samir estava hospedado na primeira vez que a convidou para jantar, teve sorte era onde ele estava. Falou com a recepcionista e pediu para entregar uma mensagem no seu quarto: "Depois de tudo o que me fizeste nunca poderei confiar em ti. se realmente tens alguma consideração por mim não me voltes a contactar. Carolina".

Depois de deixarem as malas na casa de Mónica, saíram para jantar.



O SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora