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Samir

Samir sentia-se com um leão, no meio da selva, mas preso dentro de uma jaula. Vira-se obrigado a concordar com aquela viagem mas não gostava nem um bocadinho da ideia de Carolina voltar a Portugal sozinha. Temia que ao voltar a casa, voltar a ver as fotos do falecido marido, ela fraquejasse e voltasse a fechar-se no mausoléu cheio de fotos do defunto. Mas depois de tudo o que tinha feito, principalmente o rapto, tinha de lhe dar um voto de confiança, percebeu que não tinha muitas hipóteses, ou lhe dava a oportunidade de ela ir e escolher  voltar para ele ou passaria a vida toda a prendê-la ao seu lado. 

No final, ela sempre ficaria com ele, não permitiria que ela se afastasse nunca, mas estava disposto a deixa-la ir, a dar-lhe a hipótese de ela perceber que era com ele que estava a sua felicidade, só ele a faria plenamente feliz e satisfeita.

Ela tinha mudado muito nos últimos tempos, percebia que ela já não pensava no falecido marido como antes e isso dava-lhe esperanças que talvez ela o tivesse esquecido de vez, claro que ela sempre o lembraria como o marido que teve, mas o mais importante era que ela não esquecesse que o marido estava morto e não ia voltar, enquanto ele estava bem ali, ao seu lado, vivo e que ele a tinha trazido de volta à vida, ele a tinha arrancado dos braços do defunto, ele e mais ninguém.

Ele a deixaria ir ao seu país resolver tudo o que tinha a resolver, mas no fim ela voltaria para ele, de uma forma ou de outra, ela voltaria para ele.

Olhou para o relógio e apercebeu-se que já passava da meia-noite, estava na varanda perdido em pensamentos e nem tinha percebido o tempo passar. Voltou para dentro e subiu para o quarto.

Quando entra no quarto vê Carolina adormecida em cima da cama, ainda estava com o robe que ele lhe tinha vestido depois do banho, ela devia ter adormecido sem querer logo depois dele sair do quarto, a sua expressão era serena, quase feliz e ele não pode evitar sorrir e fazer um carinho no seu rosto, ela remexe-se mas não acorda e ele, com cuidado, retira-lhe o robe e tapa-a com o lençol, despe-se e deita-se a seu lado apertando-a contra si.

Ali, junto aquele corpo maravilhoso e quente, era o seu lugar e homem nenhum, em sã consciência, tentaria tira-la de si, não se tivesse amor à vida.

Aperta-a mais junto a si e sente o perfume da sua pele invadir-lhe os sentidos e assim adormece também, caindo num sono profundo.

O SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora