No seu mundo

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Carolina corre até chegar ao quarto e tranca a porta, fecha os olhos e deixa-se deslizar pela porta até chegar ao chão. Não podia acreditar que ele estava ali, decidira viajar para se afastar dele e tentar esquecer o que tinha acontecido e no final acabara por vir para junto dele. O destino estava a ser cruel nos últimos tempos.
Assustou-se com uma batida na porta.
-Quem é? - Pergunta
- Sou eu.- é a voz da Mónica
Carolina levanta-se e abre a porta.
- Pela tua cara já te cruzaste com ele...
- Cruzei-me com ele no jardim...Mónica eu tenho de sair daqui.
- Calma ele não vai fazer nada aqui, sabe que nós nunca o permitiriamos.
- Ele...eu... - Carolina não sabe como explicar o que sente.
Mónica observa a amiga com atenção e diz-lhe:
- Tenta acalmar-te, ele está em reunião com o tio e depois deve ir embora, o Jaime disse-me que ele tem uma casa a alguns quilómetros daqui ao que parece ele tem uma grande criação de cavalos em sociedade com o tio, foi para negociar uma grande venda que o Jaime veio até cá.
- Sim, eu já me acalmo, eu só não estava nada à espera de o ver.  - Carolina esboça um sorriso para tranquilizar a amiga.
- Isso. Tudo se vai resolver. Agora vou até lá abaixo, qualquer coisa liga-me a extensão do apartamento é o 3.
- Ok. Eu vou ler um dos livros que trouxe na varanda. Até logo.
Depois que a amiga sair, Carolina bebe um copo de água e vai para a varanda com o seu livro. Senta-se mas não consegue concentrar-se no livro, as memórias estão mais vivas que nunca. Sentir novamente o seu toque, o seu cheiro, mexeu com ela muito mais do que gostaria de admitir.

Mónica

Mónica encontra o Samir a sair da biblioteca com o tio e não se contém:
- Samir eu preciso falar contigo.
Samir olha-a muito sério, já esperava por isso.
- Tio, se não se importar usamos a sua biblioteca.
- Não, estejam à vontade. - Zulius diz e  eles seguem para a biblioteca e fecham a porta.
- Muito bem Mónica, diz. - Samir mantém uma postura altiva
- Eu quero que saibas que não vou permitir que voltes a magoar a minha amiga.
- Essa nunca foi a minha intenção.  Devo admitir que talvez tenha exagerado um pouco.  Mas em minha defesa devo dizer que a Carolina estava morta por dentro, enterrada junto com o marido defunto. Eu não vi outra hipótese se não o que fazer o que fiz, de outra forma ela nunca teria me deixado sequer aproximar-me dela. - Samir fecha os punhos com força para controlar a raiva.
- Talvez tenhas razão, ela não queria sequer ouvir falar em outro homem e isso não é  saudável mas mesmo assim ultrapassaste todos os limites.
- Talvez.. - Samir encolhe os ombros. - Mas nós estávamos a começar a entender-nos se tu não tivesses aparecido em breve tudo estaria bem e não seria  necessário ela continuar retida, ela ficaria por vontade própria. - A arrogância com que falava era tanta que Mónica tinha vontade de o agredir.
- Acreditas mesmo nisso?? A sério que acreditas que ela ficaria contigo depois de a raptares?? Tens noção que não estamos na idade média, certo? Acredito que nem no teu país se faça mais isso..
- No meu país nós temos sempre a mulher que escolhemos..- ele responde altivo.
- Por favor esquece a Carolina...
- Nunca!! - Ele a interrompe.- A Carolina é minha e jamias enquanto viver vou desistir dela.
- Eu não vou permitir que a voltes a obrigar a estar contigo, por mim estavas atrás das grades.
- Não te preocupes, não voltarei a fechá-la. Desta vez ela virá de livre e espontânea vontade. - Ele sorri
- tu Acreditas mesmo nisso? Achas mesmo que ela te vai querer depois de tudo? -Mónica pergunta-se ele é loco.
- Ela quer-me, a mente dela pode não aceitar a realidade ainda mas o seu corpo deseja-me tanto quanto eu a desejo a ela e disso não tenho dúvida nenhuma.- mais uma vez ele sorri. - Se alguma dúvida houvesse eu vi no seu olhar à pouco quando me viu,  ela    não me teme, teme a si mesma teme não conseguir resistir à atração que existe entre nós.
Mónica tem de admitir que ele pode estar certo, pelo menos nesse ponto.
- Muito bem Samir, tenta conquistá-la da forma correcta e eu não me meto. Magoa-a mais uma vez e eu acabo contigo. - fala séria.
- Pela Carolina eu enfrento tudo, nada me fará parar. - Ele fala sério e abandona a biblioteca.
Mónica tem de admitir que ele é um adversário e pêras talvez, eventualmente, possa vir a simpatizar com ele, desde que faça a sua amiga feliz.
Quando entra no apartamento, Zulius está na sala a conversar com o seu marido.
- Mónica estávamos à tua espera. - Zulius diz-lhe. - há uma coisa que tens de saber.
- O quê exactamente? - Pergunta desconfiada.
- Meu sobrinho veio até mim pedir-me ajuda. E isso vindo de Samir é por si só inédito.  Mas ele tinha feito algo do qual não se orgulhava e tinha perdido
a única mulher que queria. Resumindo o Jaime não se sentiu mal...
- O quê???? - Mónica está indignada
- Por favor não te zangues com ele. Fomos nós que o obrigámos a participar no nosso plano. Tudo foi feito para que a Carolina viesse para cá para que o Samir tivesse a oportunidade de fazer as coisas da forma correcta.
- Eu não acretido nisto!!! Fazez ideia do medo que tive de te perder?? - pergutou ao marido.
- Eu sei querida e lamento, mas sabes que sou um romântico, não pude dizer não. - Jaime desculpa-se.
- Vocês têm noção que ele a raptou??!!
- Não foi correcto, mas em sua defesa tenho de lembrar que sangue árabe corre-lhe nas veias e o próprio pai raptou a mãe quando o pai dela proibiu o casamento dos dois e eles foram muito felizes. - Zulius sorri e Mónica revira os olhos
- Muito bem, eu já disse ao Samir, não me meterei no seu caminho se ele não  ultrapassar os limites do aceitável.
- Muito obrigado minha querida. - Zulius beija-lhe a mão e sai.
- Jaime...
- Desculpa querida..
- Se no final a minha amiga ficar feliz eu perdou-te - Ela sorri travessa. - Já que não estás doente vamos matar saudades.  - Jaime sorri e pega a esposa ao colo e leva-a para o quarto.

O SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora