Capítulo sem título 14

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Chegaram ao Dubai às nove da manhã, quando saíram do avião foram imediatamente apresentadas a um senhor que as conduziu a um carro.

- Senhoras o Sr. Jaime já teve alta hospitalar e está hospedado na casa do Sr. Zulius, é para lá que as vou levar. - O homem explicou num inglês um pouco arrastado.

- Obrigado. -Mónica agradece ao senhor e sorri para a amiga, suspirando de alívio. Carolina suspira aliviada também.

Depois de 45 minutos de viagem, o carro entrou por uns portões enormes de ferro, ainda percorreram cerca de 1 km antes do carro parar na frente de uma mansão enorme branca, rodeada de palmeiras. 

Imediatamente as portas da mansão abriram e apareceu um homem alto, de pele escura, com cerca de 60 anos que se apresentou:

- Sejam bem vindas, eu sou o Zulius.

- Muito prazer, eu sou a Mónica e queria agradecer por nos ter facilitado a viagem até aqui.  - Depois virou-se para a amiga. - É a minha amiga Carolina.

- Jamil (linda). - o homem disse na sua língua e as amigas trocaram olhares não percebendo o que o homem disse. Vendo a confusão no semblante das mulheres ele sorriu e disse em inglês:

 - Muito prazer em conhece-la Carolina, por favor sintam-se ambas em casa.  - depois virou-se para dentro e chamou por alguém.

Uma senhora com cerca de 50 anos apareceu e cumprimentou-as acenando levemente.

- É a Alma minha governanta, ela vai mostrar-vos os vossos quartos e de seguida vai acompanhá-las até aos aposentos onde o Jaime está a descansar.

- Obrigado. - Ambas disseram e seguiram a Alma para dentro da casa.

Alma explicou que a Carolina iria ficar numa suite no primeiro andar da casa enquanto a amiga ficaria no apartamento privado que existia no piso térreo, onde estava instalado o seu marido.  Primeiro foram até ao apartamento, mas apenas Mónica entrou para ver o marido, Carolina disse que viria mais tarde, depois de tomar um banho, queria deixar a amiga estar sozinha com o marido algum tempo, mais tarde veria visitá-los.

Alma conduziu Carolina pela escada, percorreram um longo corredor e abriu a ultima porta. Carolina ficou deslumbrada com a decoração do quarto, era enorme, todo decorado em tons creme, uma cama gigante com uma colcha dourada, colocado no meio de duas colunas que iam até ao tecto. Por trás das colunas da cabeceira tinha uma entrada para o closet e casa de banho. Carolina sentia-se com uma princesa num conto de fadas.

Alma disse-lhe que em pouco minutos subiria uma funcionária com a sua mala e que arrumaria as roupas no armário, Carolina teve vontade de dizer que não era necessário pois não devia ficar muito tempo, mas não disse nada, explicou-lhe também que se precisasse de alguma coisa só tinha de primir a tecla 1 no telefone que estava junto da cabeceira da cama, que era uma ligação directa para a copa.

Carolina assim que ficou sozinha, tomou um banho demorado, encheu a banheira e colocou uns sais para relaxar, estava muito cansada, a viagem tinha sido longa e muito stressante devido à preocupação com o estado de saúde do Jaime. Quando saiu do banho, vestiu o roupão que estava na casa de banho e foi ao closet buscar roupas, pois ouviu a funcionária a arrumar as roupas quando estava no banho. Vestiu um vestido curto e fresco, estava muito calor, calçou sandálias rasas e desceu para ir ver o Jaime.

Bateu à porta do apartamento e foi a amiga que veio abrir:

- Entra Carolina, o Jaime está na sala. - conduziu a amiga até à sala. - Estou muito aliviada pois ele está bem, um pouco cansado mas bem.

- Olá carolina! - Jaime exclama - É um prazer rever-te.

 - Olá Jaime, fico muito contente que estejas bem, pregaste-nos um grande susto. - Sorri para o marido da amiga, não o conhece à muito tempo mas é marido da sua melhor amiga, ela é muito feliz com ele e isso chega-lhe para gostar dele.

- Foi apenas uma dor ligeira no peito, talvez tenha exagerado um pouco no trabalho, queria muito fechar este negócio com o Sheik....

- Com o Sheik??? - Carolina pergunta alarmada

 - Sim... O Sheik Zulius, vocês já o conheceram certo? - Jaime explica meio atrapalhado

- Sim, claro. foi ele que nos contactou no hotel e também quem nos recebeu hoje cedo. - Carolina suspira aliviada e a Mónica calcula o que passou pela mente da amiga, ela temeu que Jaime se estivesse a referir ao Sheik Samir, mas nos Emirados Árabes Unidos era muito comum o titulo de Sheik.

- Enfim, deveria ter descansado um pouco em Tokio antes de seguir para cá, mas o Sheik queria fechar o negócio com urgência e vim directo. Como disse foi apenas cansaço, uns dias de descanso e ficarei como novo. - pegou na mão da esposa e beijou-a.

- Vou deixar-vos a sós, para matarem as saudades. - Pisca para os dois e levanta-se. - Vou fazer uma caminhada pelo jardim, pareceu-me lindo quando chegámos. vemo-nos mais logo.

Saiu pela porta principal e seguiu para o jardim, era maravilhoso tal como lhe tinha parecido quando chegou, muitas flores coloridas e muitos arbustos verdes a contrastar, ao fundo uma fonte enorme com uma estátua de um casal abraçado de onde caia água para a fonte.  Aproximou-se da fonte, sentou-se na borda e tocou levemente a água.

- Se eu não estivesse sóbrio e perfeitamente lúcido, diria que  estar perante a mais bela alucinação que um homem pode ter.

Carolina petrificou, conhecia aquela voz, ouvia-a todas as noites em seus sonhos chamando por ela.

- Samir... - Carolina virou-se lentamente e olhou-o

- Olá carolina. Confesso que eras a ultima pessoa que esperava encontrar no jardim da casa do meu tio. - os olhos dele buscam os dela tentando perceber neles o que ela está a sentir.

- O Sheik Zulius é teu tio? - O cérebro da Carolina parecia ter parado de funcionar, ali estava ele o homem que a tinha raptado mas que o seu corpo teimava em sentir falta.

 - Sim.  E tu? o que fazes aqui tão longe de Lisboa?

 - Na verdade eu não estava em Lisboa, eu e a Mónica estávamos de férias nas Maurícias quando recebemos um telefonema do teu tio a avisar que o Jaime estava aqui e que tinha-se sentido mal, os médicos desconfiam de um aviso de um possível ataque cardíaco.

 - O Jaime? E como ele está?

- Bem, está bem melhor. - Carolina sorri. - Principalmente agora que a Mónica está aqui com ele.

 - Jaime é um homem de sorte em ter o amor da sua esposa. - Samir aproxima-se lentamente - Carolina eu...

 - Por favor não...

 - Não o quê carolina, nem me deixas-te dizer nada.

 - Não fales do passado, não te aproximes de mim, por favor esquece que  existo...

 - Não me peças o impossível. Tu és minha desde o primeiro minuto que nossos caminhos se cruzaram - Ele segura-a pela cintura e chega-a para junto de si e ela prende a respiração. - Carolina eu posso ter errado na forma como agi no passado, mas pertencemos um ao outro e  quanto mais cedo aceitares isso melhor para nós dois.

- larga-me Samir. - carolina tenta soltar-se. - Larga-me agora - Ela eleva a voz

- Calma, eu não te vou magoar...

- Tarde demais - ela o corta. - Já o fizeste há muito tempo e eu nunca o vou esquecer. - Vira-lhe as costas e começa a afastar-se em direcção à casa.

- Carolina...

- Esquece que eu existo!!! - ela lhe grita de longe

 - Nunca... - ele sussurra de onde está. Queria desesperadamente ir atrás dela, beijá-la, sentir o seu cheiro, mas tinha de a deixar ir, desta vez tinha de ter paciência para não estragar tudo novamente.

O SheikOnde histórias criam vida. Descubra agora