Carolina chegou a Lisboa ao final da tarde, apanhou um taxi e foi directo para a sua casa. Quando abriu a porta da sala de sua casa parecia que tinham passados anos desde que tinha estado ali pela ultima vez, os móveis, as decorações, os quadros, tudo parecia pertencer a outra pessoa e na realidade ela era, agora, uma pessoa completamente diferente e por muito que, no inicio, lhe parecesse impossível o Samir era a razão de estar tão diferente e melhor que tudo, a razão de estar feliz. Com esse pensamento pegou no telefone e ligou para ele:
- Carolina. - Ele atendeu ao primeiro toque
- Samir, acabei de chegar
- Como estás?
- Bem, apenas um pouco cansada. Vou tomar um banho e tentar descansar um pouco.
- Está bem, descansa eu ligo-te mais tarde.
- Beijo. - Ela diz apenas, mas com uma vontade enorme de lhe dizer que estava com saudades, mas não o faz por temer parecer idiota, afinal tinham-se passado apenas algumas horas desde que tinham estado juntos.
- Outro, até logo. - Ele desliga e ela larga o telefone e segue para o seu quarto para tomar um banho e tentar relaxar um pouco.
Os dias seguintes passaram a correr, conseguiu despejar a casa, entregar todas as coisas para a escola como tinha planeado, a escritura foi assinada e estava a caminho da casa dos pais para os visitar e deixar as coisas que queria guardar, as coisas do Pedro, as coisas do seu marido, do seu querido e amado falecido marido. Por mais fortes que fossem os seus sentimentos pelo Samir, e eram muito, o Pedro sempre seria o primeiro e grande amor de sua vida. Um amor calmo, carinhoso com base numa grande amizade e companheirismo, totalmente diferente da paixão avassaladora que sentia por Samir, sentia por ele uma necessidade de o tocar e ser tocada por ele desesperante, e tinha-se tornado consciente disso, ainda mais, nestes dias longe dele . Falavam todos os dias por telefone, por norma duas a três vezes por dia, mas não era o suficiente, estava com muitas saudades.
A visita aos seus pais foi muito boa, já não os via à muito tempo, e Carolina, recriminou-se interiormente por não visitar os seus pais com mais frequência. Seus pais ficaram muito contentes por vê-la assim, totalmente recuperada da morte do Pedro e seguindo com a sua vida.
Sua mãe adorou a saber que tinha conhecido um Sheik e que estava apaixonada, isso porque não lhe contou que ele a sequestrou logo que se conheceram. Já o seu pai quis saber quando poderia conhecer o Samir.
Passou uma semana com os pais, prometeu que não voltaria a deixar passar tanto tempo para os voltar a visitar e seguiu para a herdade de Samir.
Ao passar pelos portões de entrada da herdade sentiu uma emoção muito forte, foi impossível não lembrar a última vez que passou ali, no carro com a Mónica a fugir, nesse dia pensou que nunca mais o veria.
Quando estacionou o carro, viu a Aida surgir à porta de casa e saiu do carro para a cumprimentar:
- Menina! Que saudades. - Ela a puxa para um abraço apertado, que Carolina corresponde com naturalidade
- Olá Aida. Como está? - Carolina pergunta enquanto entram em casa
- Bem, obrigada menina. Fiquei muito contente quando o Sheik ligou a avisar que vinha nos visitar.
- Obrigada Aida. É muito bom voltar.
- Venha, vamos colocar as suas coisas no quarto e depois vou preparar algo para comer, a menina agora mais que nunca precisa se alimentar bem.
- Não percebi Aida, porque agora tenho que me alimentar bem? - Carolina olha para a outra mulher confusa, sem entender do que ela está a falar.
- A menina não sabe? - Aida pergunta espantada
- Não sei o quê Aida?
- A menina está grávida, percebi isso assim que a vi chegar. - A empregada diz muito contente.
Carolina arregala os olhos
- O que a faz dizer isso? Eu não estou grávida Aida.
- Menina, eu já tenho uma certa idade e garanto-lhe que a menina está grávida, eu nunca me engano. - Ela diz sorridente
- Acho que desta vez enganou-se Aida. Eu não tenho qualquer sintoma de gravidez. - Carolina sorri para a senhora e seguem para o quarto.
Aida levou-a até ao quarto do Samir, poderia ficar no outro quarto que ocupou quando cá esteve antes, mas seria bom ficar no quarto dele, assim sentia-se mais próxima dele.
Depois que ficou sozinha, prometendo que iria para a cozinha assim que terminasse de tomar um banho, Carolina foi consultar a sua agenda no telefone. Tinha certeza que não estava atrasada, que não estava grávida. Verificou que estava um pouco atrasada, mas apenas uns dias, e isso já lhe tinha acontecido antes, à muito tempo tinha colocado um aparelho porque nunca se tinha dado bem com as pílulas mas necessitava de algo para a ajudar a ser regular, por isso sabia que não estava grávida.
Tomou banho e desceu para comer, estava mesmo com fome.
- O que preparou para eu comer Aida? - ela pergunta entrando na cozinha
- Preparei uma omelete de queijo e cogumelos e um sumo de frutas.
- Obrigada Aida, estou realmente com fome.
- Então coma tudo. - Sorri e carolina abana a cabeça, mas não diz nada. Ainda está mesmo convencida de que ela está grávida.
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O Sheik
RomanceHabituado a ter o mundo a seus pés, ele a vê apenas uma vez e a quer para si e vai quebrar todas as regras para a conseguir.....