Capítulo dezoito

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Do outro lado da cachoeira no caso, as pessoas pulavam e jogavam água para cima. O tempo estava favorável, mas ainda um tanto nublado. E a brisa ainda era de se enfiar debaixo das cobertas.

— E aí Lia, não vai se jogar? — Hugo, um aluno da nossa sala gritou euforicamente.

Parece até que nunca viu água, fala sério.

— Não estou muito afim — Faço um cone com as minhas mãos para que ele ouça.

— Larga de ser fresca — Ele revida tentando me acertar jogando água para cima o que no mínimo foi inútil.

Rolo os olhos, o que tem nessas pessoas de só respeitar a opinião de não entrar na água?

Resolvo ignorar o comentário dele e prestar atenção em Beth que ainda luta para a água ao menos chegar no seu ombro.

— Ah vamos Lia, que mal tem? — Ela fala com os seus cabelos que eram na altura do pescoço já molhados.

— Como assim a Liazinha não quer entrar na água? — Pedro então percebe a minha existência ali na beira da água e vem nadando em minha direção.

— Já ouviu falar da frase "não estou com vontade"? — Mas ele ainda continua vindo em minha direção.

— A água está maravilhosa Liazinha — Ele dá um sorriso como de quem vai aprontar e senta ao meu lado, mostrando o seu tanquinho definido, ao que as meninas encaram sem nem ter a decência de disfarçar. Oferecidas.

— Pena que não tenho vontade de entrar — Encaro seus olhos, totalmente séria na chance que ele desistisse de me chamar — Já pode voltar com a sua ficante, ela está te esperando.

Pedro estava ficando com a Babi, de vez em quando eles davam alguns beijos, que realmente era de dar nojo como se agarravam. Mas se dependesse de Babi eles já estariam praticamente casados.

Fora que praticamente ela o engolia quando ia beijá-lo. Não que eu já tenha reparado.

— Ela não é minha ficante — Ele fala cessando o sorriso ao me encarar — Está com ciúme?

Eu realmente gargalhei, essa era nova. Mandaria Jú... quer dizer, Beth me enterrar viva se eu estivesse preste a sentir algum tipo de ciúme por esse ser humano.

— Nem morta eu sentiria ciúme de você — Viro o meu rosto para olhar os outros se divertindo, mas vejo que ele ainda está com seus olhos fixos em mim.

— Seria uma pena se você ficasse molhada — Ele fala rindo e finalmente tira os olhos de mim.

Eu também dou uma risada baixa. Espera. Molhada?

— Nem ouse me tocar Pedro! — Me viro rapidamente voltando a minha expressão séria.

— Larga de ser chata — Ele se levanta e coloca as mãos em minhas costas e rapidamente nas minhas pernas, me pegando no colo.

— Me coloca no chão! — Falo dando tapas no ombro dele enquanto ele ria e me ignorava. — Pedro a gente vai cair! — Enlaço meus braços no seu pescoço e aperto os olhos — Que droga!

Ele simplesmente pula direto na água. Comigo no colo! E debaixo da água quando finalmente abro os olhos ele me encara como nunca me encarou antes.

Por breves segundos percebi o brilho em seus olhos e a alegria por ter brincado comigo, por breves segundos eu me perdi ali, mas foi só em segundos, porque depois eu explodiria de fúria.

Eu me solto e volto à superfície. Por sorte sei nadar. E logo ele também volta balançando seu cabelo e rindo da minha cara de brava.

— Eu NÃO queria entrar, tá legal? — O empurro fazendo perder o equilíbrio e mergulhar de costas. Mas ele volta, e sério dessa vez.

— Precisa disso tudo? Desse show todo porque entrou numa cachoeira Lia? Cresce vai. — Ele fala esbravejando e ficando um pouco vermelho.

QUE SACO! Por que esse garoto não me deixa em paz? Não larga do meu pé e ainda provoca tudo isso.

— Se você não tivesse me pego e me jogado na água eu não estaria brigando com você, muito menos teria te empurrado. Idiota. — Falo um pouco alto, e nado rumo às pedras para voltar aos dormitórios o mais depressa possível.

— Garota irritante — Ele fala ainda irritado e bate na água fazendo jogar respingos por todos os lados.

Eu estava completamente molhada e ainda por cima com frio. Não que eu seja essas meninas com frescura nem nada, eu só não queria entrar. Custava respeitar?

Eu já estava subindo, chegando a ponte quando eu parei com alguém segurando meu pulso me fazendo virar.

- Lia o que deu em você? Precisava disso tudo? - Pedro pergunta indignado segurando meu pulso fortemente.

- Pedro você já me causou problemas demais hoje. Me solta! - Falo me debatendo.

- Calma! Eu só vim me redimir tá legal? Parece que você odeia todos que estão aqui! Se você não veio se divertir, pra quê veio então? Pra estragar a alegria dos outros? - Ele pergunta indignado.

- Eu só vim porque da porcaria da nota de matemática! E aposto que você também já que parece saber menos do que eu! - Digo me virando para sair.

- Como é que é? Está me chamando de burro? É isso mesmo? - Ele exaulta a voz.

- Entenda como quiser! Deixe-me ir agora! Já que você me derrubou na água quando estava começando a me resfriar eu preciso imediatamente me esquentar, já que preciso estar bem para a maldita trilha que eu vou fazer com você. - Falo começando a tremer de frio.

Ele se vira e segura a cabeça para se controlar e depois grita novamente.

- Por que? Por que você é desse jeito? - Ele pergunta me sacudindo e olhando nos meus olhos.

- Quer a verdade? Então eu direi a verdade! - Digo me soltando e olhando para ele. - A verdade é que eu sou assim com quase todos os garotos Pedro! Quando eu me apego ás pessoas, elas acabam me decepcionando, me machucando. Todos em que eu acreditava estar comigo agora virou as costas para mim! - Falo sentindo meus olhos marejarem. - Primeiro a Júlia que na primeira oportunidade se juntou á pior garota do mundo, e depois o Miguel que nem me deu mais sinal de vida! - Paro de falar um instante para enxugar uma lágrima que escorreu e respiro fundo. - Eu tenho medo de me machucar entende? E eu não vou deixar mais ninguém machucar o meu coração. Muito menos você!

Seu rosto começa a relaxar e ele olha para o chão, parecendo triste.

- Você pode até criar essa barreira para não se machucar, mas as bombas que você atira para afastar as pessoas, podem machucá-las. - Ele me olha profundamente e sombriamente.

- Tchau Pedro. - Falo mais baixo que o normal e saio dali chorando descontroladamente, passo pela ponte esbarrando nas pessoas e as molhando, quando eu chego no dormitório, vou direto para minha cama e deito minha cabeça no travesseiro.

Choro mais e depois, caio no sono e me perco em meio a escuridão.

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Olá leitores! Como vão? Eu estou destruída porque desse capítulo.

Revelador não é? Será que o Pedro vai fazer alguma coisa?

Espero que tenham gostado do capítulo, votem, comentem e divulguem! :)

Beijos! Até mais! :*

~Rabiscada

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OI GENTE! Aqui quem fala é a Gosh.

E aíiiii? O que acharam dessa breve discussão? Ah, mas vai rolar MT coisa nesse acampamento viu, aguardem!

Estamos com quase 950 visualizações!!!!!!!! Muito, muito obrigada ❤ Rumo a 1k :)))))))

Votem, comentem, e divulguem! ❤

Até quarta!

/Gosh

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