Capítulo quatro

210 17 24
                                    

O ódio estava crescendo dentro de mim a cada segundo que Babi ameaçava rasgar o desenho. Era só mais um desenho que eu tinha dentre os tantos do meu caderno, porém, foi o mais complexo que já fiz, e eu realmente não faço ideia do porquê ela escolheu exatamente esse.

Alguém bate na porta, e logo vejo um barulho muito forte.

— Lia, eu vi que você estava demorando muito e... — Júlia chega correndo e empaca logo que me vê presa por uma das escudeiras de Babi.

— Larga ela, agora. — Júlia diz calmamente, mas pra falar a verdade, vejo que não está nem um pouco calma.

— Isso não vai ficar assim. — Babi diz bem perto do meu rosto, e ordena a escudeira a me soltar.

Ah, mas é claro, antes dela ir embora em "grande estilo", simplesmente rasga o desenho. ISSO MESMO! Como se fosse um papel com uma lista de compras.

— QUE ÓDIO! — Grito logo depois que vão embora.

— Você está bem? — Júlia diz se aproximando.

— Estou ÓTIMA, não dá pra ver? — Falo com a voz alterada.

Respirar, expirar. Respirar, expirar.

— Me desculpa, essa garota me dá nos nervos! — Falo me agachando para recolher os pedaços do desenho, e a mochila que ficou jogada no chão.

— Estou vendo... eu sinto muito pelo desenho. — Jú fala me acolhendo num abraço.

Eu realmente adoro a Jú, mesmo com o jeito de ser brava e autoritária, ela tem uma pessoa doce por dentro.

Saímos do banheiro direto para a aula, o sinal já tinha tocado a um tempo, e eu estava torcendo para não chegar atrasada.

Chegamos à porta da sala correndo com Jú, e para o nosso excelentíssimo azar, estava fechada, batemos na porta desejando o melhor. A porta se abre.

— Carlos! Desculpa-me mesmo chegarmos atrasadas, é que... é que... — me embaraço nas palavras ao tentar me explicar para o professor de Matemática, olho para a Júlia com uma cara de "Help-me!".

— É que eu passei bem mau, mau mesmo. — Jú faz uma cara de doente. — E o senhor sabe né... como é essas coisas, e a Lia apenas me ajudou.

— Saber sobre passar mal senhorita Júlia, não, eu não sei por que não sou professor de Ciências, mas como é a primeira vez, estão perdoadas. Entrem, por favor. — Ele dá espaço para entrarmos e continua com sua cara fechada.

Entramos e nos dirigimos até a nossa mesa, até que o professor voltou a explicar a matéria o que demorou bastante até eu entender o que ele estava explicando, por eu não está presente antes.

— O que você vai fazer com a Babi? — Jú sussurrou no meu ouvido enquanto o professor estava virado para a lousa.

— Vingança é um prato que se come frio, e digamos que não estou com tanta pressa assim. — Sussurro de volta e desperto um sorriso de lado.

— Mal posso esperar. — Júlia solta uma risadinha.

— Ouço ruídos, e espero que as pessoas não sejam tão tolas, ao ponto de quererem levar um carimbo de advertência. — Carlos fala ainda virado para o quadro, reviro os olhos.

Isso aqui está parecendo mais uma escola Militar do que uma escola comum.

A turma continuou a conversar e o professor Carlos já estava irritando-se.

- CHEGA! Se vocês querem conversar tudo bem! Mas vou passar um trabalho em dupla! – Ele parou de escrever no quadro e voltou para a mesa. Todos estavam reclamando.

Do outro lado da RuaOnde histórias criam vida. Descubra agora