Capítulo quatorze

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Depois de longos minutos nos encarando percebi que estávamos próximos demais, a iluminação era pouca fazendo assim com que eu não enxergasse seu rosto muito bem, mas sentindo sua respiração em contato com minha pele.

Mas Mostarda pula de vez no meio de nós dois e pula desesperadamente para brincar com uma bolinha que estava na sua boca.

- Ei garoto! Qual seu nome? - Miguel pergunta se sentando e acariciando Mostarda que está elétrico.

- Mostarda. - Digo rindo por conta que Mostarda pula em cima do Miguel. - Acho que ele gostou de você.

- Acho que você está um pouco elétrico demais para essa hora da noite, não rapaz? - Ele fala enquanto Mostarda joga a bolinha para cima, chamando Miguel para brincar.

Depois de lutar bastante para Mostarda desiste de brincar e ir dormir, ele deita-se debaixo do pé de goiaba. E eu e Miguel resolvemos ir entrar, devido os parentes já terem ido dormir.

Entro num quarto que meu avô reservou para mim, coloco uma roupa mais confortável para dormir e escovo os dentes, saio para beber água e dou de cara com Miguel na cozinha também tomando água.

- Ainda acordada? - Ele pergunta me olhando.

- Só vim tomar um pouco de água também. - Digo e dou um sorriso de lado.

- Vou sair bem cedo amanhã, acho que você não vai estar acordada. - Ele comenta deixando o copo em cima da pia.

- Ah, é verdade. Boa viagem então. - Digo fazendo o mesmo que ele com o copo.

Ele abre os braços me chamando para um abraço e assim foi, nos encontramos com um abraço acolhedor, mas não de um adeus, e sim de um até logo.

(...)

Desperto com a luz da janela invadindo o quarto, e vi que era minha avó abrindo a cortina.

- Bom dia, dorminhoca! Já é hora do almoço, ficou sem o bolo de cenoura do café da manhã. - Ela diz puxando o cobertor para eu levantar.

- Poxa o meu bolo preferido! - Resmungo com a voz ainda rouca.

- Levante logo então, senão vai ficar sem almoço também. - Ela diz rindo.

- Do jeito que meu pai é, ele devora tudo mesmo. - Digo rindo e esfregando os olhos para despertar.

Levantei, fiz minha higiene matinal e fui para a cozinha depois de trocar de roupa.

- Bom dia! - Digo dando um sorriso, e cumprimentando todos.

- Boa tarde né? - Meu avô fala rindo devido ao horário, me dando um beijo na testa.

- Quero ver para levantar amanhã para a escola, mocinha. - Minha mãe fala lavando algumas panelas.

- Relaxa mãe, vai ser mamão com açúcar. - Falo enquanto abro as panelas e admiro o cheiro maravilhoso da comida, eu realmente estou com fome.

Mamãe me olha relutante e sai da cozinha.

- Quem era aquele seu amiguinho Lia? - Minha vó perguntou e meu pai olhou para mim.

- Que amigo Cecília? - Pergunta meu pai se levantando e cruzando os braços.

- Ora Rodolfo, não seja tão duro com a menina, você era muito rebelde na sua adolescência viu? - Vovó diz batendo em seu ombro.

- Aquele era um amigo meu, nos conhecemos de São Paulo. - Foi só o que eu disse.

- De São Paulo? E como ele veio parar aqui? Ele te seguiu? Não me diga que ele é um daqueles garotos obsessivos que perseguem a namorada por ciúme! - Meu pai falou, dessa vez colocando as mãos na cintura.

Do outro lado da RuaOnde histórias criam vida. Descubra agora