Capítulo dezesseis

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Do outro lado da rua o céu estava nublado e uma chuva fraca caia, e eu continuava bem ali debruçada na janela observando ele correr e driblar com a bola em seus pés, seu cabelo e sua roupa já estava levemente molhados tanto devido à chuva, quanto ao suor. E me pergunto novamente, por que brigamos tanto?

Será que é devido termos o gênio muito forte? Ou por sermos tão parecidos?

— CECÍLIAAA! O almoço vai esfriar! — Ouço minha mãe dando seus típicos berros e me libertando das minhas dúvidas.

— Já vou mãe! — Grito de volta.

Pego meu celular no bolso da mochila e vou à lista de contatos para ligar para o Miguel, depois de não ter o visto sair da casa dos meus avós e durante a viagem não ter dado nenhum sinal de vida comecei a me preocupar, cliquei para fazer a chamada.

"Este número se encontra desligado ou fora da área de cobertura..."

Desligo, sem sorte. Às vezes lá não tem sinal então decido tentar outro dia e ir almoçar antes que a dona Célia me puxe pelos cabelos.

Três dias depois, 23h54m.

Ouço batidas na porta do meu quarto que logo é aberta, era Gus.

— Trouxe Donuts. — Ele sorri enquanto entra e mostra a sacola.

— Vou ficar mimada desse jeito. — Sorrio de volta enquanto ele senta ao meu lado na cama.

— Você já é mimada, só estou mimando mais ainda. — Ele ri enquanto abre a sacola.

— Ai credo. — Levo a mão no peito em sinal que me senti ofendida, caímos na risada.

Ele me entrega um Donuts e um cappuccino.

— Diz aí, e esse bilhete? — Ele fala lendo a autorização que estava em cima do travesseiro enquanto toma o cappuccino.

— É de um passeio para um acampamento numa montanha, mas não quero ir. — Falo dando de ombros, meu Donuts era mais importante.

— Acho que deveria rever essa sua decisão afinal, vale a maior parte da nota em Matemática. — Ele fala ainda lendo. — E você sabe que não vai tirar uma nota muito boa na prova.

— Bom... — Tentei procurar uma maneira de ainda recusar o passeio.

— Você sabe que precisa dessa nota Lia, e também sabe que o nosso pai vai ficar uma fera se ocorrer de você ficar na matéria. — Ele fala enquanto come o lanche.

— Gus, a Júlia não fala comigo, a Babi e suas escudeiras vão me atormentar todo tempo, e vou ficar o acampamento inteiro discutindo com o Pedro. — Revirei os olhos tomando o cappuccino.

— Mas é sua nota que está em jogo Lia, fora o castigo que você deve levar do nosso pai e o sermão da nossa mãe. — Ele fala parecendo sincero.

— Verdade... — Digo cabisbaixa.

— Ei! Mas eu garanto que você vai adorar o passeio, já fiz também uma excursão como essa. — Ele fala terminando de comer e levantando. — Eu te ajudo a arrumar a mala. — Ele me puxa sorrindo.

— Obrigada, seu chato. — Falo dando um abraço nele no qual ele retribui.

Ele realmente me ajudou a arrumar tudo e conversou com nossos pais, e quando fomos dormir já era 1h20m.

— Bom dia, pai! — Falo quando o vejo entrando na cozinha já com o seu terno.

— E aí, preparada para o acampamento? — Ele fala dando um beijo em minha testa.

Do outro lado da RuaOnde histórias criam vida. Descubra agora