Do outro lado da rua, ou melhor, do outro lado daquele campo de terra e mato, a lua ocupava o céu com seu intenso brilho, junto com estrelas que espalhavam-se pelo céu distribuindo feixes de luz para todo lugar.
Toda a minha família incluindo tios, primos, avôs e amigos estavam reunidos em volta da fogueira, enquanto meu pai e meu tio Jorge preparavam o churrasco. Estava um vento frio aconchegante que combinavam perfeitamente com o calor da fogueira, todos conversavam harmoniosos entre risadas e sorrisos.
Um carro estaciona na rua reservado para os carros de todos os presentes e um homem desce com um garoto que parece ser seu filho.
- Ótimo, Fábio chegou com Miguel. - Minha tia Helena fala para tio Jorge.
Miguel? Ele está aqui?
Gustavo que estava sentado ao meu lado percebe minha reação um tanto surpresa.
- Lia? O que houve? - Ele pergunta despertando-me.
- Lembra quando eu te falei que conheci um garoto na praça? - Pergunto olhando em seus olhos.
- Sim lembro perfeitamente. - Ele diz assentindo com a cabeça.
- Aquele é o garoto que conheci, o Miguel. - Digo apontando com a cabeça para Miguel que está apertando a mão de meu tio para cumprimentá-lo.
- Que mundo pequeno. - Ele diz sorrindo.
Olho para Miguel que no mesmo instante me olha e se surpreende ao me ver ali, solto um sorriso envergonhado e volto a olhar para a fogueira, esfregando minha mão em frente a mesma.
De repente sinto alguém sentar ao meu lado.
- Estou começando a achar que você está me perseguindo. - Ouço ele dizer já reconhecendo sua voz.
- Bom, você que veio até a casa dos meus avôs acho que é você que está me perseguindo. - Digo soltando um sorriso e olhando em seus olhos.
- É, você tem razão. - Ele diz rindo.
Gustavo ao meu lado força uma tosse para eu saber que ele estava ali.
- Ah, que falta de educação a minha. - Digo sorrindo desconcertada. - Esse é meu irmão Gustavo, Gustavo esse é meu amigo Miguel.
Os dois apertam as mãos educadamente.
- Então você é o famoso Miguel, Lia falou muito de você. - Gustavo diz olhando de rabo de olho pra mim só pra provocar, na mesma hora arregalo meus olhos para ele saber a minha raiva.
- Ah é mesmo? Espero que tenham sido só coisas boas. - Ele diz rindo.
- Pode acreditar que sim. - Gustavo diz segurando a risada.
- Estão com sede? Vou pegar refrigerantes. - Falo rapidamente levantando-me indo até dentro de casa, para a cozinha na verdade.
Peguei as primeiras latinhas de refrigerante que vi em minha frente, e contra a minha vontade voltei para lá.
- Voltei. - Parei na frente dos dois estendendo as latinhas.
- Você sabe que não bebo Fanta. - Gus fala, e só então percebo que ele não gosta de maneira alguma daquele sabor.
- Então me dá aqui. - Tiro a lata da mão dele e abro para beber enquanto Miguel fazia o mesmo.
Depois de nós três jogarmos conversas fora e várias rodadas de refrigerante e churrasco. Toda a família se juntou ao redor da fogueira. Meu tio sugeriu tocar violão e Miguel acompanhar com sua voz, logo todos acharam ótima a ideia.
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Do outro lado da Rua
Teen FictionEntre rabiscos, linhas, cores e esboços, Lia vive sua paixão por desenhos em uma pequena cidade de São Paulo. Tendo uma mãe com excesso de limpeza, um pai ausente e um irmão cursando a faculdade, ela se vê um pouco sozinha no mundo. Do outro lado da...