Capítulo treze

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Do outro lado da rua, ou melhor, do outro lado daquele campo de terra e mato, a lua ocupava o céu com seu intenso brilho, junto com estrelas que espalhavam-se pelo céu distribuindo feixes de luz para todo lugar.

Toda a minha família incluindo tios, primos, avôs e amigos estavam reunidos em volta da fogueira, enquanto meu pai e meu tio Jorge preparavam o churrasco. Estava um vento frio aconchegante que combinavam perfeitamente com o calor da fogueira, todos conversavam harmoniosos entre risadas e sorrisos.

Um carro estaciona na rua reservado para os carros de todos os presentes e um homem desce com um garoto que parece ser seu filho.

- Ótimo, Fábio chegou com Miguel. - Minha tia Helena fala para tio Jorge.

Miguel? Ele está aqui?

Gustavo que estava sentado ao meu lado percebe minha reação um tanto surpresa.

- Lia? O que houve? - Ele pergunta despertando-me.

- Lembra quando eu te falei que conheci um garoto na praça? - Pergunto olhando em seus olhos.

- Sim lembro perfeitamente. - Ele diz assentindo com a cabeça.

- Aquele é o garoto que conheci, o Miguel. - Digo apontando com a cabeça para Miguel que está apertando a mão de meu tio para cumprimentá-lo.

- Que mundo pequeno. - Ele diz sorrindo.

Olho para Miguel que no mesmo instante me olha e se surpreende ao me ver ali, solto um sorriso envergonhado e volto a olhar para a fogueira, esfregando minha mão em frente a mesma.

De repente sinto alguém sentar ao meu lado.

- Estou começando a achar que você está me perseguindo. - Ouço ele dizer já reconhecendo sua voz.

- Bom, você que veio até a casa dos meus avôs acho que é você que está me perseguindo. - Digo soltando um sorriso e olhando em seus olhos.

- É, você tem razão. - Ele diz rindo.

Gustavo ao meu lado força uma tosse para eu saber que ele estava ali.

- Ah, que falta de educação a minha. - Digo sorrindo desconcertada. - Esse é meu irmão Gustavo, Gustavo esse é meu amigo Miguel.

Os dois apertam as mãos educadamente.

- Então você é o famoso Miguel, Lia falou muito de você. - Gustavo diz olhando de rabo de olho pra mim só pra provocar, na mesma hora arregalo meus olhos para ele saber a minha raiva.

- Ah é mesmo? Espero que tenham sido só coisas boas. - Ele diz rindo.

- Pode acreditar que sim. - Gustavo diz segurando a risada.

- Estão com sede? Vou pegar refrigerantes. - Falo rapidamente levantando-me indo até dentro de casa, para a cozinha na verdade.

Peguei as primeiras latinhas de refrigerante que vi em minha frente, e contra a minha vontade voltei para lá.

- Voltei. - Parei na frente dos dois estendendo as latinhas.

- Você sabe que não bebo Fanta. - Gus fala, e só então percebo que ele não gosta de maneira alguma daquele sabor.

- Então me dá aqui. - Tiro a lata da mão dele e abro para beber enquanto Miguel fazia o mesmo.

Depois de nós três jogarmos conversas fora e várias rodadas de refrigerante e churrasco. Toda a família se juntou ao redor da fogueira. Meu tio sugeriu tocar violão e Miguel acompanhar com sua voz, logo todos acharam ótima a ideia.

Do outro lado da RuaOnde histórias criam vida. Descubra agora