002

198 19 0
                                    

(em anexo, fotos do Alan e do Freddy)

- Silêncio! – pediu o Dani, num tom de voz baixo.

Todos nós parámos, obedecendo à ordem dele, mas sem perceber o porquê da sua atitude.
Trocámos olhares confusos e ele explicou numa voz tão baixa que seres normais não conseguiriam ouvir, excepto os vampiros:

- Estamos a ser seguidos.

Olhámos em volta, tentando não fazer barulho. Não eram humanos, pois não detetámos odores humanos nas redondezas, e depois de analisarmos o ambiente, começámos a captar a presença de vampiros não muito longe de nós. A questão era: que tipo de vampiros eram? Eram vampiros bons ou maus? Amigos ou inimigos?
As ruas estavam desertas devido à hora tardia, o que tornava o ambiente um pouco assustador.
O Dani deslocou-se para junto de mim e agarrou-me no braço, talvez para o caso de ter que me proteger, e a Alba fez o mesmo com o Carlos.
George e Abraham também estavam um pouco duvidosos quanto ao que estaria para acontecer. O Bryan, ao princípio, também estava um pouco assustado, mas depois acabou por se descontrair quando os vultos que nos seguiam se aproximaram.

- Bryan? – perguntou uma voz masculina.

No rosto do Bryan surgiu um sorriso carregado de saudades.

- Alan!

Em menos de um segundo, dois rapazes surgiram junto de nós, abraçando o Bryan. Percebemos logo que eram os amigos do Bryan e respirámos de alívio.
Rapidamente o Bryan apresentou-nos os dois vampiros. Alan e Freddy, mexicanos, eram primos de sangue, 20 anos, transformados há trezentos e vinte e nove anos.

- Por favor venham connosco e não metam barulho para que ninguém nas redondezas se aperceba da nossa presença.

Seguimos-los pelas ruas desertas, em direção a uns pavilhões abandonados que se situavam nas redondezas da cidade.

- É aqui que nós vamos ficar até arranjarmos casa – informou o Bryan, seguindo os seus amigos e entrando num dos pavilhões.

- Não é um hotel de cinco estrelas, mas serve – disse o George, enquanto observava o edifício.

Entrámos todos para o pavilhão e pousámos as grandes mochilas no chão.

- As meninas têm medo de ratos?

- Porquê? – eu e a Alba perguntámos ao mesmo tempo, sem percebermos a pergunta.

O George caminhou em direção a uma das paredes e acendeu o interruptor. Assim que a luz se espalhou pelo espaço, uma guincharia fez-se ouvir no fundo do salão e não demorou muito até vermos um grande grupo de ratos a correr em direção da porta, saindo todos do pavilhão.
A Alba, ao ver aqueles ratos todos, gritou e, ao recuar, acabou por ir contra o Carlos, que a agarrou para ela não cair, e ficaram especados a olhar um para o outro.
Eu podia jurar que eles, se tivessem ficado assim mais uns segundos, se iam beijar, mas infelizmente o Alan apareceu e estragou o momento:

- Bem, eu espero que não tenham ficado com medo desses ratos... - gozou o Alan.

- Ah, não! Aqui ninguém tem medo de ratos. Eu só gritei porque não estava à espera e assustei-me! – disse a Alba, afastando-se do Carlos, super atrapalhada, com medo que alguém tivesse reparado que eles se estavam quase a beijar.

Um pequeno sorriso apareceu no meu rosto ao ver a atrapalhação da Alba, e o Dani aproximou-se de mim e disse-me ao ouvido:

- Grande barraca! Eles quase que se beijavam e o Alan tinha logo que aparecer!

- Mesmo! – concordei – Olha só o ar atrapalhado dela! Fugiu logo para junto do George e está a evitar ao máximo olhar para o Carlos!

Estavamos os dois, tipo espantalhos, a olhar para a Alba e para o Carlos, tentando controlar o riso. Pela reação do Carlos, do Alan e da Alba, percebemos que eles ouviram os nossos comentários, mas tentaram disfarçar.
O Carlos e o Abraham começaram a arranjar os sacos-cama para nos instalarmos esta noite, enquanto o George procurava nas mochilas as garrafas de sangue. Quanto ao Bryan e ao Freddy, estavam sentados no chão a pôr a conversa em dia.

acreditas em vampiros ?Onde histórias criam vida. Descubra agora