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Depois de alguns quilómetros a conduzir a grande velocidade, Freddy parou o carro à beira da estrada e saiu, olhando para todas as direções.
O carro do George e o do Dani também foram parados à beira da estrada.

- Parece que estamos sozinhos... - comentou o Alonso, ainda mais confuso.

- Não estamos não – discordou a Luna.

Nas suas mãos apareceu uma luz forte que nos despertou a curiosidade.

- Seja quem for que nos seguia, parou a cerca de um quilómetro de nós – explicou ela, observando a luz nas suas mãos – Nós não estamos seguros aqui.

- O que é que queres dizer com isso? – perguntou Bryan, nervoso.

Nesse momento captámos movimentos vindos da floresta.
E foi aí que tive plena consciência de que estavamos numa estrada isolada, rodeada por uma densa floresta. Poucos minutos depois começou a chover.
Era o cenário perfeito para uma luta contra caçadores de vampiros. Eu já tinha visto este cenário antes. E por breves momentos passaram na minha memória imagens daquela luta na fronteira de Itália.

- Não te preocupes Maya – murmurou Dani, abraçando-me pela cintura – Não vai acontecer nada...

Eu sabia que ele estava a dizê-lo apenas para não me preocupar.
Mas ninguém acreditava que no que ele acabara de dizer. Sabíamos que algo não estava bem e que a qualquer momento algo de mal ia acontecer.

- Não acham que devíamos entrar nos carros e continuar a viagem? – perguntou Nayana, preocupada com o ambiente assustador.

- Não – disse logo George – Temos de acabar com isto de uma vez por todas.

- Mas não vale a pena corrermos riscos desnecessários – continuou a Nayana – Se continuarmos aqui ainda alguém se pode magoar!

A discussão entre eles continuou e talvez tenha sido por isso que quase ninguém reparou no que se passava à nossa volta.
Sem estarmos à espera, ouvimos tiros e pouco depois apareceram, vindos da floresta, dois homens que não eram nossos desconhecidos. Um deles foi o caçador que matara Tiago.

- Olhem quem são eles – riu-se um dos caçadores – Será que é desta que os vamos conseguir apanhar a todos?

O riso deles fez crescer a minha raiva e cada vez tinha mais vontade de acabar com eles.
Dani travou-me com o braço, impedindo-me de atacá-los.

- Não te precipites – pediu ele – Lembra-te que tens de proteger o Alonso.

nayana pov

Assim que aqueles dois caçadores apareceram, percebi logo que isto não ia acabar bem.
Dani tentava controlar a Maya enquanto o George tentava resolver as coisas de forma pacífica.

- Nós estamos aqui para vos matar, não para conversar – gritou um dos caçadores, apontando uma das suas armas ao George.

- E eu só quero perceber por que é que fazem tanta questão de virem atrás de nós!

- É tudo uma questão de vingança – explicou o outro caçador.

Vingança? Aqui quem tinha direito à vingança eramos nós, que perdemos o Tiago e o Henrique nas mãos deles. Por que raio é que os caçadores se queriam vingar?!
Mantive-me afastada do grupo, escondida atrás de um carro, acompanhada pela Luna. Ambas não queríamos ser mortas hoje, por isso preferíamos não chamar a atenção, e assim talvez conseguíssemos ajudar os outros sem os caçadores saberem da nossa presença.
E, por estarmos escondidas, conseguíamos ver tudo o que se passa à nossa volta.
Maya tentava esconder o Alonso a todo o custo, e era compreensível. Se os caçadores percebessem que Alonso era humano, iriam ter ainda mais vontade de matarem todos os vampiros presentes ali.
Quanto a Dani, tentava acalmá-la para que ela não cometesse nenhuma loucura.
George e Liam tentavam falar com os caçadores para evitarem uma possível luta. Apesar de estar bastante preocupada com todos eles, eu morria de pânico só de pensar que podia acontecer alguma coisa ao Connor.

- Há uns anos, naquela luta na floresta, nós apenas andávamos atrás de vocês para nos vingarmos da morte de três amigos nossos. O nosso objetivo era matar-vos a todos, mas infelizmente só apanhámos dois vampiros – explicou um dos caçadores.

- E aqui estamos nós outra vez, para acabarmos o que começámos há uns anos.

- Mas nós não temos nada a ver com a morte dos vossos amigos! – gritou Connor.

- Tu não, mas os teus amigos sim.

Senti a Maya a ficar bastante nervosa nesse momento. E apesar de ela não ter dito nem feito nada, percebi que ela sabia bem do que falavam os caçadores.

maya pov

Eu lembrava-me bem do que acontecera.
Lembrava-me daquela tarde, em França. Henrique tinha sido transformado há pouco mais de duas semanas e descontrolara-se quando andava a caçar. Alguns homens também caçavam e um deles cortara-se numa casca de árvore. Isso foi o suficiente para que Henrique se descontrolasse. Matou três homens e deixou outro bastante ferido. Eu e Bryan conseguimos chegar a tempo de o impedir de matar os outros caçadores, que por sinal eram amigos de caçadores de vampiros. Desde aí que este grupo de caçadores anda atrás de nós. Conseguiram matar o Henrique e também apanharam o Tiago, e agora queriam acabar a vingança. Definitivamente, hoje iria ser uma dura luta.
Acabava eu de ter estes pensamentos, quando ouvimos setas de prata a serem disparadas. Os nossos sentidos confundiram-se, pois não sabíamos de onde vinham as setas.
Os dois caçadores, que há pouco estavam mesmo à nossa frente, agora já lá não estavam. Do outro lado da estrada surgiram mais caçadores que disparavam contra nós, tentando matar-nos.
O pânico instalara-se entre todos e Bryan já tinha sido atingido por uma seta de prata no braço esquerdo.
Estavamos completamente cercados e encurralados, não nos podiamos esconder.

- Rápido, estamos a ser atacados! – gritou o George, com medo que alguém fosse apanhado

- Nayana! – gritou Connor, em pânico, sem ver a namorada em lado nenhum.

Nayana apareceu atrás de um carro e Connor gritou-lhe para fugir num dos carros e levar a Luna e o Alonso consigo. A vampira, bastante nervosa, obedeceu à ordem de Connor e levou a Luna para o carro do George. Alonso olhou para mim, em pânico, e eu indiquei-lhe o carro. Ele percebeu que tinha de fugir com elas mas percebi que não queria ir.

- Tens de ir Alonso, não podes ficar aqui! – disse-lhe.

- Eu não te vou deixar!

- Mas eu fico bem! Tens de ir! – gritei, em pânico – Eu prometo-te que vou ter contigo assim que puder. Prometo que não me vai acontecer nada...

Ele olhou-me nos olhos e beijou-me, correndo de seguida para o carro do George. Segundos depois o carro arrancou pela estrada, até que nós o deixámos de ver.
Senti um enorme peso em cima de mim ao pensar que a promessa que fiz ao Alonso podia não se cumprir. Mas para mim o que interessava era a segurança do Alonso.

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