horas depois
alan pov
Assim que saí para a luz do dia tive dificuldade em ver, pois a luz ofuscou-me por uns segundos. Assim que os meus olhos se habituaram àquela claridade, espreguicei-me e olhei em volta. Estava um lindo dia para ir caçar.
Preparava-me para caminhar até às redondezas do pavilhão quando ouvi um vampiro a caminhar na minha direção. Voltei-me e encarei o Niall, que me observava com atenção e cautela.
Não pude evitar um grande sorriso quando ele disse o motivo que o levou ali.- Queres aliar-te a mim?! – perguntei, ainda sem acreditar que aquele loiro era mesmo fraco de mente.
- Sim – respondeu ele, muito convicto – Eu estive a pensar no que me disseste ontem à noite e... tu tens razão. Não vale a pena continuar ao lado do George, até porque ele não me dá importância nenhuma. Ele só quer saber da família dele, fez-me sentir a mais naquela casa...
Não me controlei e desatei a rir à gargalhada. Nunca pensei que ele fosse tão rápido a perceber que nunca me devia ter abandonado.
- Bem-vindo a casa, Niall – exclamei – Já caçaste hoje?
- Não... - murmurou.
- Então anda daí, vamos dar uma volta pela floresta – convidei-o e ele aceitou de imediato.
alonso pov
Desci as escadas e entrei na biblioteca, sentei-me ao piano e respirei fundo, aborrecido.
Isto de não poder sair de casa estava a dar comigo em doido. Gostava de voltar a ter a minha liberdade, gostava de poder sair de casa, sair com amigos, sem ter de me preocupar com o Alan, sem ter de ter medo dele...
Já andava a faltar às aulas há mais de uma semana, por este andar não ia conseguir terminar o curso tão cedo. Já há imenso tempo que não estou com a minha família. Tinha saudades dos meus irmãos e dos meus pais...
Olhei para as teclas do piano, imóveis, à espera que alguém lhes quisesse tocar.- E por que não? – murmurei, pensando em voz alta.
Suspirei e passei a minha mão pelo teclado e comecei a tocar uma leve melodia.
Estava tão concentrado que nem me apercebi de que não estava sozinho. Só quando a Maya se sentou ao meu lado é que dei pela presença dela.- Está tudo bem? – perguntou, em voz baixa, fazendo-me parar de tocar.
Apenas acenei que sim sem tirar o olhar das teclas.
- E por que é que eu sinto que não estás bem?
Olhei-a nos olhos, sentindo, como sempre, aquelas borboletas na barriga típicas de quem está apaixonado.
- É que... - comecei a dizer – Custa-me estar sempre aqui trancado. Queria voltar a ter uma vida normal...
Senti que ela ficou triste e desiludida. Infelizmente eu não podia saber o que ela estava a pensar exatamente e apenas desviei o meu olhar dos seus olhos.
- Desculpa... - murmurou ela – Eu não queria causar-te problemas. Não queria que a tua vida mudasse...
- A culpa não é tua – disse imediatamente.
- É sim. Alonso, nós somos bastante diferentes e eu sabia que, se te deixasse aproximar demasiado de mim, a tua vida ia mudar. Infelizmente mudou mais do que o que eu estava à espera, eu não sabia que o Alan iria ser um problema tão grande...
- Exato, a culpa é do Alan, não é tua. Foi ele que me tirou toda a liberdade que eu tinha! – exclamei, revoltado.
Uma pequena lágrima vermelha caiu pelo rosto dela, fazendo-me acalmar em menos de segundos.
- Desculpa... - pedi – Desculpa ter falado assim contigo...
- Não faz mal... - murmurou.
Suspirei. Eu já tinha percebido que não era a pessoa certa para a Maya e ela também não era a pessoa certa para mim. Cada vez tinha mais a certeza de que era impossível ficarmos juntos.
E começava a ter dúvidas quanto ao que ela sentia por mim. Estas diferenças todas entre nós só nos afastava cada vez mais e começava a chegar à conclusão de que o Alan tinha razão: eu e a Maya não podiamos ficar juntos.
Mesmo que eu e a Maya tentemos ficar juntos, tenho consciência de que nunca vou ser suficiente para ela. Sei que a minha história com ela nunca vai ser tão perfeita como a história que ela teve com o Tiago. Eu vejo como ela fica quando fala dele, consigo ver o brilho de felicidade no olhar dela quando recorda os bons momentos que teve com ele, consigo sentir a mágoa e a tristeza que ela sente quando recorda a noite em que o Tiago morreu para a salvar...
Sei que, por mais tempo que esteja com a Maya, ela nunca me vai amar da mesma maneira como ama o Tiago...no dia seguinte
niall pov
- O que é que vamos fazer hoje? – perguntei, aproximando-me de Alan.
- Tenho de ir falar com uma pessoa que acabou de chegar à cidade.
- Uma pessoa? – estranhei.
- Sim – respondeu, sem me encarar – É um vampiro que conheci há uns anos, na América.
- E por que é que vais falar com ele? – perguntei, curioso e ao mesmo tempo com medo.
Alan não me respondeu e voltou para dentro do pavilhão, deixando-me especado a pensar no que é que estava prestes a acontecer.
Abanei a cabeça para abandonar os meus pensamentos e segui o Alan para dentro do pavilhão.
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acreditas em vampiros ?
VampirgeschichtenOlá, chamo-me Maya e tenho, aparentemente, dezoito anos. O meu pai era espanhol e a minha mãe era de descendência portuguesa. A minha família era da alta sociedade, rodeada de luxo e de riqueza. Digo 'era' porque todos da minha família já morreram...