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maya pov

Assim que vi Sonia a entrar em nossa casa, partindo o vidro da janela, soube logo que os meus pressentimentos estavam certos.

- Foge Alonso, vai ter com o Niall por favor – gritei-lhe, enquanto corria na direção de Nayana e de Sonia.

Infelizmente Sonia conseguiu ser mais rápida que eu e agarrou Alonso pelo pescoço.
Nayana também correu na direção deles.

- Nem mais um passo – ordenou a rapariga do cabelo azul – Se vocês me atacam, eu mato o humano só com a mão com que o estou a agarrar!

Fiz sinal a Nayana para parar enquanto sentia um enorme aperto dentro de mim.
Alonso não estava a aguentar a força com que Sonia o agarrava no pescoço e isso deixava-me em pânico, sem poder fazer nada para o ajudar.

- O que é que tu queres, Sonia? – perguntou a Nayana, com o olhar a transbordar de raiva.

- Quero vingar a morte do teu irmão! – exclamou a Sonia, olhando-me com ódio – Eu quero fazer justiça!

- Mas o Alonso não tem nada a ver com o assunto – gritou a Nayana – Ninguém teve culpa! Aqueles caçadores é que o apanharam...

- Não sejas ingénua Nayana! Todos sabemos por que é que o Tiago morreu!

Senti uma lágrima a cair pelo meu rosto. Eu não conseguia acreditar que tudo isto era por causa da morte do Tiago. E custou-me a aceitar que a razão disto tudo estar a acontecer era eu. Foi por minha causa que o Tiago morreu...

- Estou desejosa de ver a reação da Maya quando vir que perdeu a pessoa que mais ama no mundo – riu-se a Sonia – Espero que gostes da sensação de perderes o Alonso, pois vais perceber o que eu senti quando soube que o Tiago morreu!

- Mas a Maya não teve culpa! – gritou a Nayana, em pânico com tudo isto.

- Larga-o, por favor – pedi, sem forças – Podes vingar-te em mim, o Alonso não tem nada a ver com isto, deixa-o fora disto...

O riso cínico de Sonia soou por toda a casa, fazendo aumentar o pânico dentro de mim.
E, sem estarmos à espera, Niall apareceu ao fundo das escadas e, com um forte murro, atirou com Sonia ao chão. Alonso, com o impacto, foi atirado contra um armário. Os vidros do armário estilhaçaram e feriram-no no pescoço, nos braços e no rosto. O sangue que ele perdia deixou a Sonia louca, fazendo-a atirar com o Niall ao chão.

luna pov

Assim que ouvi um grande estrondo e vidros a partirem-se, fiz um enorme esforço para me levantar. Ao fazê-lo, toda a zona da minha barriga se contraiu em dores, mas eu não podia ficar ali trancada enquanto os meus amigos precisavam de mim.
Arrastei-me pelas escadas sem fazer barulho e escondi-me atrás de um armário da sala sem que ninguém reparasse na minha presença ali.
Alonso estava estendido no chão, com imensas feridas por todo o corpo, enquanto a Maya tentava acalmá-lo e retirar-lhe todos os vidros que rasgavam a pele do Alonso, conseguindo ter um autocontrolo incrível.
Sonia estava louca com todo aquele sangue e lutava com o Niall com tanta força que quase o matava.
No meio daquela confusão toda, Nayana acabou por reparar na minha presença mas fingiu que não se passava nada.
As dores no meu corpo eram cada vez maiores, mas eu precisava de arranjar forças para os ajudar.
Continuei a observar o que acontecia na sala. As coisas não pareciam querer acabar bem. Niall estava estendido no chão, com o braço queimado devido a uma estaca de prata que Sonia tinha nas mãos.
Achei aquilo estranho. Sonia tinha a oportunidade de matar o Niall, bastava espetar aquela estaca no coração de Niall. No entanto, apenas lhe queimou o braço, para o fazer desistir de lutar contra ela. Porquê?
Nayana tentou falar com Sonia calmamente, mas foi ignorada com desprezo.
Maya, que até ali estava chocada e só queria certificar-se de que o Alonso estava bem, agora parecia que estava realmente furiosa, talvez nunca tenha estado tão furiosa como estava agora. Levantou-se do chão e caminhou até Sonia, que foi apanhada de surpresa com esta atitude de Maya.
Em menos de segundos, a luta entre elas as duas tornou-se bastante séria. Partiram-se moveis e cadeiras, atiravam-se uma à outra contra as paredes. Não era uma simples luta de raparigas onde apenas existiam puxões de cabelos. Era uma luta à séria, e isso preocupava-me, pois se a Sonia estava furiosa, à Maya ninguém lhe podia tocar.

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