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niall pov

Acredito que talvez nunca tenha estado tão nervoso como estava naquele momento.
Durante toda a manhã, tentei sacar mais informações ao Alan mas apenas consegui ficar a saber que a pessoa com quem íamos falar iria ajudar-nos com o plano contra o George e a família dele.
Sinceramente o Alan estava a ser burro. Será que não lhe passou pela cabeça que eu estaria a mentir quando voltei a aliar-me a ele?
Bem, se ele não desconfia de nada, melhor.
Continuei a caminhar em direção à morada que Alan me indicara, até que cheguei a um prédio no centro da cidade. Entrei e subi as escadas até ao segundo andar. Toquei à campainha de uma das portas e depressa um rapaz moreno veio abrir a porta.
Pensei que fosse uma brincadeira ou uma ilusão de ótica quando nos encarámos. Telmo?
Ele também ficara sem reação quando me viu e depressa me deu um abraço bem forte, carregado de saudade.
Várias décadas depois sem notícias dele, soube tão bem abraçá-lo e saber que ele estava vivo... Uma pequena lágrima escapou dos meus olhos e eu apressei-me a limpá-la para que ele não me visse a chorar.

- Há tanto tempo que não te via... - murmurou, emocionado - Entra, Niall!

Quando entrámos em sua casa, não prestei atenção nenhuma ao espaço que me rodeava. Apenas queria saber como é que o meu velho amigo estava e queria ouvir todas as histórias que ele, de certeza, tinha para contar.
Encaminhou-me para a sala de estar e sentámo-nos os dois no sofá.

- O que é que aconteceu naquele dia? - foi a primeira coisa que consegui perguntar.

Ele suspirou e olhou-me nos olhos, com o seu olhar carregado de recordações.

- Quando percebi que aquele caçador de vampiros tinha descoberto o nosso esconderijo, a primeira coisa em que pensei foi em fugir e ficarmos todos a salvo. Mas entretanto todos se dispersaram, a Sonia tinha sido atingida por uma seta de prata perto do coração e fingiu estar à beira da morte, o Tiago fugiu por uma das janelas e eu tentei ir atrás dele - explicou, com a voz tremida - Mas não o encontrei. Corri pelas redondezas da casa durante a manhã toda mas não o encontrei, não encontrei nenhum rasto dele. Quando voltei ao nosso esconderijo para vos procurar, vocês já lá não estavam...

- E nunca mais conseguiste encontrar-nos... - concluí.

- Exato. Nunca mais voltei a ver o Tiago, nunca mais tive notícias, nem dele nem vossas. Tive medo que o caçador ainda andasse por ali e fugi para a California.

Observei-o dos pés à cabeça, talvez para ter a certeza de que era mesmo ele. Passou tanto tempo...

- Então e tu? O que é que estás aqui a fazer? - perguntou.

- Ahm bem... Vim buscar-te. O Alan quer falar contigo pessoalmente.

- Ah okay, então tu é que és o aliado do Alan - percebeu ele - Eu aceitei ajudar o Alan porque ele prometeu-me ajudar a encontrar o Tiago...

Okay, o Telmo pensa que o Tiago está vivo?!
Pelos vistos o Alan conseguiu enganá-lo só para ter a ajuda do Telmo, mas porquê? O Telmo tem assim tanta importância para que o Alan precise tanto da ajuda dele?

- Queres ir ver o pessoal? - perguntei, pois não queria ser o único a explicar as coisas ao Telmo, e também porque ele deve estar cheio de saudades dos outros.

- A sério? Os outros também cá estão?! - quase gritou, contentíssimo.

- Sim. Eu e os outros nunca mais nos separámos - expliquei - Viemos para cá há uns dias.

- E o Tiago? Sabes do Tiago? O Alan contou-me que ele não está convosco...

Suspirei. Desde aquele dia que o Telmo e o Tiago nunca mais se contactaram um com o outro. Como é que eu ia dizer ao Telmo que a sua única cria morreu há já alguns anos?

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