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nayana pov

Cada vez acelerava mais. O pânico crescia cada vez mais dentro de mim e o medo de que algo de mal acontecesse era enorme.
Luna vinha sentada ao meu lado, folheando nervosamente um enorme livro.

- O que é que estás a fazer? – perguntou o Alonso, também nervoso e preocupado.

- Estou à procura de um feitiço – respondeu ela sem dar mais explicações.

O meu pensamento fugiu para longe.
Só queria que não lhes acontecesse nada. Só queria que não acontecesse nada ao Connor... Nós estavamos chateados porque eu e o Liam estavamos cada vez mais amigos, e acho que o Connor começou a duvidar do que sinto por ele. Mas eu amo-o. E só de pensar na hipótese de lhe acontecer algo de mal fico com uma angústia enorme.

- Encontrei! – gritou Luna, despertando a nossa curiosidade.

- Encontraste o quê? – perguntou Alonso, chegando-se para a frente de maneira a poder ver a amiga.

Ela não lhe respondeu e pareceu concentrar-se a totalmente nas páginas que lia.
Percebemos que ela se preparava para fazer um feitiço mas não sabíamos do que se tratava. Pela expressão da Luna e pelo seu nervosismo, percebi que ela nunca tinha feito aquele feitiço.
Nervosa, olhei pelo espelho retrovisor, mas não vi nenhum carro atrás de nós.

- Alonso – chamei-o – Vai olhando pelas janelas e se vires algo de errado avisa-me.

- Algo de errado?

- Sim... Se vires alguém, alguma coisa de errado – tentei explicar – Só espero que ninguém nos esteja a seguir. Não podemos ser atacados até chegarmos ao Arizona.

dani pov

A situação estava a sair do controlo. Bryan estava deitado no chão, a rugir de dores enquanto tentava arrancar a seta que se espetara no seu braço.
Enquanto isso, cada um de nós tentava escapar vivo aos ataques dos caçadores.
Já tínhamos conseguido matar um caçador, o que deixou os outros furiosos, mas não sabiamos ao certo quantos eram.

- Dani! – gritou George.

Sem olhar para ele, tentei livrar-me do caçador que tentava apanhar-me. Segundos depois, estiquei a perna e dei-lhe um chuto tão forte que o atirou para a floresta.
Voltei-me para ver o que queria George, mas ele encontrava-se a tentar livrar-se de dois caçadores. Mas ele não me estava a pedir ajuda. Ele estava a tentar chamar-me a atenção para a Maya, que tinha sido apanhada por um caçador.
Sem pensar duas vezes, corri para junto dela e arranquei-a dos braços do caçador de vampiros que, para minha surpresa, não me atacou. Em vez disso, deixou a Maya deslizar para os meus braços e afastou-se.
Eu até podia ter ficado a pensar em mil hipóteses para o que acabara de acontecer, mas não o fiz pois Maya gritava cada vez mais alto com dores na perna.
Afastei-me com ela nos braços e pousei-a no chão, tirando-lhe, com cuidado, a seta de prata da perna dela. Os gritos dela eram mais fortes mas segundos depois ela começou a suportar as dores.

- Estás bem? – perguntei, preocupado.

- Sim, mas...

Ela não teve tempo para acabar o que estava a dizer pois lançaram sobre nós uma rede de prata, que nos queimou a pele fazendo-nos gritar de dores.

george pov

Assim que ouvi os gritos do Dani e da Maya, voltei-me para ver o que se passava.
Mas eu não tinha maneira de os ajudar. Estavam três caçadores à volta deles e sozinho eu não podia fazer nada. Para além disso, não me conseguia ver livre deste caçador que me perseguia para todos os lados.
Estava a ver a situação perdida quando aconteceu o inesperado. Alguém deu um tiro no caçador que tentava apanhar-me e, quando me virei para ver quem o tinha feito, dei de caras com outro caçador. Mas ele não me atacou, nem tentou matar-me. Apenas correu na direção contrária, em direção aos caçadores que agarravam Dani e Maya.
Eu fiquei chocado com o que acabara de acontecer e por momentos não tive reação.
Mas os gritos à minha volta despertaram-me e não perdi tempo em correr até aos meus amigos para os ajudar.

telmo pov

Sem ninguém reparar, consegui esconder-me atrás de um dos carros e peguei no meu telemóvel, procurando o número do Jaymi. Liguei-lhe e esperei que ele atendesse.

- Já conseguiram controlar a situação?  – perguntou assim que atendeu, dando a entender que se encontrava nervoso e agitado.

- Nem por isso. Matámos alguns caçadores, mas eles são muitos. Estamos em dificuldades – expliquei – Vocês demoram muito?

- Encontrámos há pouco os vossos amigos que conseguiram fugir e estamos a ir já para aí. Aguentem mais um pouco – pediu.

- Na boa. Mas acho que temos um problema...

- O que é que se passa?  – perguntou, preocupado.

- Não tenho a certeza, mas acho que estamos a ter a ajuda de alguém... - disse-lhe enquanto observava a luta – Acho que há um caçador de vampiros que nos está a ajudar.

- Tens a certeza disso?

- Tenho – suspirei.

- Pois, não sei se isso pode ser um problema, mas o importante é vocês conseguirem sobreviver a este ataque – disse – Estamos a chegar, até já.

- Okay, até já – disse e desliguei a chamada.

Nesse momento ouvi um rugido muito forte seguido de um estrondo.
Connor tinha sido atirado contra o carro onde eu estava escondido. Apressei-me a ir ajudá-lo, verificando que ele tinha sido atingido por duas balas de prata, felizmente nenhuma atingiu o coração.
Mas quando olhei em volta, estava cercado por dois caçadores de vampiros e não tinha maneira de escapar.
Suspirei e preparava-me para os enfrentar quando um deles foi baleado nas costas. Fiquei pasmado quando percebi que tinha sido outro caçador de vampiros a matá-lo, e as minhas suspeitas tornaram-se mais fortes: estavamos a ser ajudados. Só restava saber quem era aquele caçador misterioso e quais eram as suas verdadeiras intenções.

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