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no dia seguinte

alonso pov

Entrei em casa, estranhando aquele lugar.
Já não sabia há quanto tempo não vinha a casa, e se calhar até ia achar estranho voltar a estar com os meus pais e com os meus irmãos.

- Alonso?

Eu tinha ligado à minha mãe, esta manhã, para lhe dizer que ia voltar para casa, e ela decidira que não ia trabalhar de tarde para poder estar em casa para me receber.
Quando a vi aparecer à porta da cozinha, senti-me feliz por finalmente poder voltar a estar em casa. A minha mãe veio logo abraçar-me, cheia de saudades.

- Há tanto tempo que eu não te via filho... Onde é que tens andado? Estava tão preocupada...

Assim que desfizemos o abraço, fomos para a sala e eu pousei as malas no chão, sentando-me no sofá, acompanhado pela minha mãe.

- Desculpa ter desaparecido durante tanto tempo, mas é uma longa história – disse, pronto para contar toda a verdade à minha mãe.

- Mas o que é que se passou?

- Eu vou contar-te tudo, mas tens de me prometer que não vais achar que eu estou maluco – pedi-lhe – Tens de me prometer que não vais ter medo, que vais ter uma mente aberta e que vais acreditar em mim.

Ela olhou-me com uma expressão assustada e preocupada, mas ao mesmo tempo curiosa.

- Claro que prometo, filho.

maya pov

- Tens a certeza que foi boa ideia? – perguntou George, preocupado – Os pais dele podem não aceitar a realidade...

- Nós tínhamos de tentar. Para além disso, ontem à noite estivemos a falar e chegámos à conclusão de que o melhor para ele é ser transformado... - expliquei.

- A sério?! – exclamou, surpreendido.

- Yah. Foi ele que me pediu para o transformar. Depois de falarmos e de eu lhe explicar tudo, ele decidiu que queria mesmo ser transformado, e eu concordei.

- Vais ver que foi a melhor decisão – apoiou o George, apertando-me a mão, em sinal de apoio.

Acenei que sim e levantei-me.
Saí da cozinha e fui até à sala, onde Luna se encontrava deitada num dos sofás.

- Como é que te sentes? – perguntei-lhe.

- Tenho estado na mesma. Desde que levei aquele tiro que a minha saúde tem estado na mesma... - lamentou.

- Lamento que estejas a passar por esta situação... - disse-lhe – E obrigada por tudo o que tens feito por nós. Vou estar eternamente agradecida pelo que fizeste pelo Alonso.

- Apenas fiz o que era certo. Se fosse preciso voltava a fazer tudo outra vez – sorriu.

Retribui-lhe o sorriso e sentei-me noutro sofá, pensando no que poderia estar a acontecer neste preciso momento, em casa do Alonso.

- Não fiques preocupada – pediu a Luna – Deve estar a correr tudo bem. De qualquer maneira, a minha mãe já lá deve estar.

- A tua mãe? – estranhei.

- Sim. Foi o Alonso que me pediu. Ele achou que, se a minha mãe fosse também falar com os pais dele, era mais fácil eles acreditarem na história. Se os pais do Alonso perceberem que as bruxas existem mesmo, torna-se mais fácil acreditarem na existência de vampiros.

alonso pov

- Mas... - tentou dizer a minha mãe depois de ver as jarras de flores da sala a dançarem e as janelas a abrirem e a fecharem sem que ninguém o estivesse a fazer.

Isto porque a mãe da Luna acedera ao pedido da filha e veio cá a casa falar com os meus pais, para que eles acreditassem no que eu lhes contara. Depois de fazer alguns feitiços, a minha mãe não tinha dúvidas de que as bruxas existiam.

- Mas... - voltou a dizer, ainda chocada – Filho, tu dizes que os vampiros também existem... Afinal quantas... espécies estranhas, existem?

A mãe da Luna riu-se e explicou que existiam bastantes espécies, mas que as mais conhecidas e talvez perigosas, eram as bruxas e feiticeiros, os vampiros e os lobisomens.

- Lobisomens?! – exclamou.

- Ahm sim – confirmei – Mas eu não conheço nenhum.

- Ah, menos mal – suspirou – Mas conheces vampiros?

- Hm sim... Nos últimos tempos tenho estado em casa de uns amigos que... são vampiros.

O ar preocupado e chocado na cara da minha mãe assustava-me. Nunca na minha vida pensei que alguma vez iria estar a ter uma conversa destas com a minha mãe.
Suspirei e, em pouco tempo, expliquei à minha mãe tudo o que acontecera desde que desapareci. Ela ficou bastante assustada e preocupada comigo, mas quando percebeu que eu estava bem, acalmou-se. No entanto, ela continuava sem querer acreditar na história, e só quando viu as marcas no meu corpo é que se convenceu de que tudo aquilo era real.

- Eu... Eu nem sei como reagir a isto...

- Tenha calma – reconfortou-a a mãe da Luna – Isto é tudo muito novo para si mas com o tempo vai começar a aceitar a verdade.

- Mas, mãe, eu ainda tenho mais uma coisa para te dizer...

- O que é que se passa?

- Eu... pedi para ser transformado... - assim que disse isto, a minha mãe entrou em pânico.

Eu já sabia que ela não ia aceitar bem a minha decisão, mas tambem tinha a certeza de que era só uma questão de tempo até ela aceitar. Para a descansar, expliquei-lhe tudo sobre os vampiros, os seus comportamentos, a forma como se alimentam, contei-lhe sobre os poderes deles, enfim, contei-lhe tudo. Ela estava pasmada a ouvir-me pois nunca imaginara uma coisa dessas.

- Tu queres ser transformado por causa da rapariga, a Maya, não é? – perguntou ela, deixando cair uma lágrima.

- Também é por causa dela, mas é mais porque eu me sinto bem com eles, eu sei que vou ser muito mais feliz se for como eles... - expliquei, sem conseguir evitar de sorrir.

A minha mãe suspirou, sem saber o que dizer. Eu percebia bem o que ela estava a sentir neste momento. Quando eu soube da verdade sobre a Maya e os seus amigos, também não sabia como lidar com a situação.

- Importaste de trazer a Maya cá a casa? – pediu-me a minha mãe – Gostava de a conhecer...

Sorri, feliz com o que a minha mãe acabava de me pedir.

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