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Por mais que eu tento não consigo tocar no meu amigo, ele está encostado numa árvore olhando para o horizonte a chorar muito, tento animá-lo mas ele não me ouve, abraço-o mas impossível não sinto o corpo dele.

Sinto aquele brilho suave e quente da luz do Sol, respiro um pouco do ar puro que a natureza nos oferece gratuitamente, penso que no está acontecendo, porquê não posso ajudar meu amigo, ele é tudo que tenho, caio nas nossas lembranças de quando éramos crianças, lembro das nossas mães sentadas no park perto da nossa antiga casa lendo jornais e ao mesmo tempo rindo das nossas brincadeiras. Lembro me do nosso primeiro beijo com as irmãs Centeio.

Uma onda de calor invade meu corpo, dos pés a cabeça, meu peito enche de ar, minha garganta coça, abro os olhos começo a tosser, vejo um grupo de pessoas vestidos de branco correndo na minha direção, duas mulheres começaram a tirar algo que estava no meu dedo e peito, um homem de quase meia idade e um outro ainda jovem tiram alguma coisa que cobria minha boca e puxam algo do meu nariz, me levantam um pouco tossi por alguns segundos e todos me olham surpresos e feliz ao mesmo tempo, uma moça bem jovem e bonita, de cabelos castanhos claros, olhos cor de mel olha para mim e pergunta, senhor está sentido alguma dor? meio sem jeito, respondo não, onde é que eu estou?

Calma, o senhor estava em coma, você e seu amigo sofreram um assalto, chegaste aqui no hospital muito ferido.

Meu amigo?

Sim.

Onde ele está então? qual o nome dele?

Não lembras?

Não.

Eles me olham novamente, dois saem da sala apressados, o mais velho começa a me fazer perguntas.

Então sabes o teu nome?

Sei sim senhor, eu me chamo... meu nome é... é, nossa isso é estranho, eu não consigo disser.

O jovem médico, me olha com tristeza, e escreve alguma coisa no prontuário, aí chega as duas enfermeiras com envelopes nas mãos, o médico tira algumas fotos e me mostra, lembras desse rapaz?

Não sei dizer, talvez sim, talvez não, mas ele não me é estranho.

Não ele não é. Chama se Enzo Paiva, vocês chegaram aqui juntos, tenta se lembrar de alguma coisa por favor.

Eu não sei, não consigo.

Está bem fica calmo, que nós voltaremos daqui a pouco, a enfermeira Melisse fica aqui te fazendo algumas observações.

Tá certo.

O senhor quer comer alguma coisa?

Não obrigada, Mel.

Ela me olha um pouco vermelha, mas não diz nada, apesar de tudo, sinto um conforto quando ela me toca.

Vamos tenta se deitar um pouco.

Encosto a cabeça na almofada, fico pensando, naquele moço nas fotos que eles me mostraram, sinto como se meus pensamentos estivessem sendo bloqueados,  que estão á beira da porta e só precisam de uma chave mestra.

Alguns minutos depois eles voltam, o médico se apresenta e diz, o senhor se chama Andy Lovv, eu sou Doutor Artur e essa é minha equipe, lamento muito lhe dizer mas infelizmente estás com amnésia, por isso ficarás mais um tempo aqui para fazermos mais algumas análises e observações.

Eu com amnésia o que isso quer dizer?

Isto é, o fato de não lembrares de nada sr. disse a enfermeira Mel.

Mas não se preocupe, estás em boas mãos, a nossa equipe médica é uma das melhores do país.

Eu vou ficar por quanto tempo?

O necessário. Agora tente descansar e comer alguma coisa, qualquer coisa que precisares ou sentires clique nesse botão aqui que a enfermeira Melisse virá aqui te atender.

Sim senhor.

Assim que eles saíram, peguei no botão que me indicaram, e dei um clic, em menos de um segundo a Mel estava aqui.

O que foi sr.?

Estou sentindo mau, meu peito.

Deixa me ver, aqui?

Sim, dói muito, sente? pequei na mão dela coloquei-a no peito em cima do coração, sentiu agora melhorou.

Mas senhor.

Era saudades de você enfermeira Mel.

Ela me olha toda corada e tímida, e diz, eu tenho que ir e tente não fazer gracinhas que aqui não é o lugar pra tal.

Sim senhora me desculpe se meu coração bate só por você.

Agora descanse. Ela diz e sai.

Nos meus pensamentos fico dizendo sim, até logo Mel, Mel, linda enfermeira.  


Music by Ed Sheeran: Photograph 

 Loving can hurt
Loving can hurt sometimes
But it's the only thing that I know
And when it gets hard
You know it can get hard sometimes
It is the only thing that makes us feel alive 

                         (...) 

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