Guerra de Corações

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—Está tudo pronto senhor. - um dos meus seguranças contratados recentemente chamou minha atenção enquanto conversava com Matt sobre algumas falhas no hospital.

— Obrigado Robert - o dispensei, já estava com dor de cabeça para resolver tudo.

— Você acha uma boa ideia levá-la para sua casa agora? - Matt me perguntou pela segunda vez desde que decidi que iria levar Victória de volta pra casa.

— Eu a quero em segurança, por isso ficará comigo de agora em diante. - passei as mãos no rosto enxugando o suor imaginário. - Eu peguei a porra dos vídeos de segurança e não tem absolutamente nada. - suspirei para manter a calma - Como uma pessoa pode entrar em um hospital roubar um bebê e sair sem ser vista? - fechei os olhos apertando as têmporas fazendo-as doer mais ainda.

Aquilo só podia ser um pesadelo, eu deveria estar sonhando e iria acordar com minha noiva e meu filho em casa prontos para me amar.

A porta do quarto se abriu e Victória saiu triste, ela estava desolada, havia chorado por três horas seguidas enquanto eu tentava de um jeito resolver tudo sozinho.

— Você está bem? - fiz a pergunta mais idiota da minha lista.

Ela não respondeu, ficou ali ao meu lado com os ombros curvados e cabelos tampando seu rosto, tinha que dizer a tristeza tinha a tornado outra pessoa, ela estava roubando sua beleza e jovialidade.

—Faça o que pedi Matt eu vou levar à senhorita Küster pra casa. - segurei na cintura dela e saímos pelo corredor do hospital.

Victória me deixava guia-la até o carro, não protestou, não se desvencilhou, nem perguntou nada, permaneceu em silencio até chegarmos em casa.

—Victória eu... – comecei a lhe dizer que iria fazer, mas me interrompeu com um soluço.

—Preciso dormir Jack, por favor, faça o que tiver que fazer para ter meu filho de volta – ela me disse com a voz embargada pelo choro.

— Vou fazer meu amor, ele vai voltar para nós - Puxei seu corpo para mim a abraçando. Afaguei seus cabelos e enxuguei suas lágrimas.

Sai do carro e abri a sua porta, ela se apoiou em meus braços como se suas pernas não obedecessem mais, e não duvidava disso. A acompanhei até o quarto a colocando na cama, estava sendo difícil para mim vê-la daquela forma.

—Se você precisar de alguma coisa me chame, estarei no escritório aqui ao lado. – beijei sua cabeça e sai do quarto.

Fechei a porta a traz de mim e suspirei pesadamente, não sabia por onde começar a procurar meu filho ele poderia estar em qualquer lugar com qualquer pessoa.

Entrei no escritório e fui direto para minha mesa, abri os vídeos de segurança novamente e prestei mais atenção em certa enfermeira loura que Victória havia comentado, ela sai dos corredores com um carrinho de limpeza, não seria possível ter um bebê dentro dele.

Meu celular toca enquanto fecho os olhos absolvendo tudo isso, pego o aparelho atendendo depois de alguns minutos.

—O que descobriu Matt.

Não conseguia dormir, me virava na cama tentando achar uma posição confortável para relaxar, mas não conseguia ficar tranquila para adormecer eu queria apenas meu filho nos meus braços, sentir seu cheiro novamente, suas mãozinhas me apertando.

Porque tinha que acontecer isso comigo?

Novas lágrimas desceram pelo meu rosto, eu tinha que fazer alguma coisa para encontrar meu filho e agora.

Levantei-me da cama e fui ao banheiro lavando meu rosto, não estava disposta para fazer qualquer coisa, meu corpo protestava de dor ainda por causa do parto recente, mas não importava.

Sai do quarto escutando a conversa de Jack pelo telefone, ele estava falando sobre alguns endereços e tipos de serviços ao detetive particular, queria muito invadir sua sala e saber se ele já tinha encontrado a pessoa, mas eu não conseguia, só de estar ali também estava me deixando um pouco mal.

Nossa briga ainda era recente e por mais que essa atração que sentia fosse forte estava lutando bravamente contra ela, por isso dei meia volta e desci as escadas encontrando Matt na sala conversando com mais dois homens de terno.

—Senhorita Küster deseja algo? – perguntou vindo em minha direção.

—Quero sim Matt, me leve para casa. – digo cruzando os braços.

—O senhor Müller disse para ficar aqui por enquanto. – ele me olhou severamente.

Matt não era fácil de dobrar, mas se ele não iria fazer isso por mim chamaria um táxi.

—Não importa o que ele acha, se não fizer eu dou um jeito. – passei por ele indo para a cozinha, lá tinha pelo menos um telefone.

A empregada não estava hoje, então seria menos uma para me importunar, quando peguei o telefone para chamar um táxi ele foi arrancado de mim a força.

—Você não irá sair daqui. – Jack segurou meu braço fortemente me assustando.

—Claro que vou Jack e você não vai me impedir. – me soltei de seu aperto.

Nossos olhares travavam uma batalha silenciosa que se fosse se concretizar acabaríamos os dois magoados ou em sexo quente e bruto contra o balcão da cozinha com Matt e os dois homens de plateia.

Bufei com raiva e passei por ele subindo para o quarto, se é assim que ele iria jogar eu aceitaria suas regras, mas não as cumpriria.

Victória estava passando dos limites, eu nem tinha acabado minha conversa ao telefone e fui interrompido por Matt me avisando que ela estava prestes a sair da casa sozinha, sem proteção. Encerrei minha chamada imediatamente e a procurei, Victória estava na cozinha com o telefone na mão prestes a chamar um táxi para ir embora, a impedi retirando o aparelho dela.

—Claro que vou Jack e você não vai me impedir. – disse ríspida quando a repreendi.

Eu queria pegar em seus cabelos, beijar sua boca rosada e a colocar em cima do balcão de pernas abertas enquanto entrava nela calmamente a deixando louca de prazer em meus braços, mas éramos teimosos de mais para isso.

Sai de meus devaneios quando ela passou por mim irritada subindo a escadaria para o quarto, ouvi a porta sendo batida com força e Matt apareceu com um sorrisinho no rosto.

—Não vai ser fácil amigo manter ela aqui. – ele escondeu falhamente à risada

—Eu sei. – peguei meu celular novamente no bolso e disquei para o detetive particular.

—Estou com Mads no telefone, fique de olho nela. – ordenei para Matt que assentiu e me deixou sozinho na cozinha. – O que encontrou?

Mads era o melhor detetive que esteve comigo desde quando meu pai morreu, ele havia descoberto uma conta na Suíça que havia uma senha e a partir dai Clarice Küster entrou em minha vida.

—Não tem como uma mulher entrar e sair sem ser vista, ou falar com alguém, ela pagou porra. – me descontrolei batendo na bancada.

Discutimos alguns minutos, o mandei entrevistar cada funcionário, pegar cada livro de registro e testemunho dos pacientes, tudo queria essa vadia na cadeia.



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Aprisionada por Você Livro II *COMPLETO*Onde histórias criam vida. Descubra agora