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P.O.V Quésia

As meninas estão no celular e eu estou aqui jogada na cama, estou tão cansada. Amanhã meu dia começa cedo.

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Eu e a Camis estamos indo ao morro, eu estou super feliz. O motorista do Uber estava cantando ou melhor estragando a música e nós estávamos rindo. Neguinho ligou para Camis e ela pediu para o moço parar o show dele um pouquinho.

- Fala ... Bom dia ... Tô chegando ... No guarda roupas ... Vidrinho rosa ... Se vira ... Não posso fazer nada ... Oi filho, bom dia meu amor dormiu bem? ... A TIA QUEM? ... Seu pai não dormiu com você? ... Passa para ele ... Você falou que ia ficar na goma, cuidando do menino eu fico o tempo todo com ele, você não pode aquietar uma noite? Vai morrer se ficar uma noite sem sexo? Eu acho bom você nem aparecer na minha frente hoje!. - Tipo a Camis surtou, ela estava berrando e não deu nem tempo dele responder nada e ela desligou na cara dele. - Acredita que esse filho da puta levou o menino para a casa das amantes dele? Eu mandei ele dormir no meu quarto justamente para o menino não ir para a casa dele por causa do mofo que está dando em uma das paredes, ele pega e leva para a casa da Letícia lagartixa e a alergia dele atacou. Quem vai ter que cuidar dele agora? Eu! Por quê? O Neguinho é um incompetente e irresponsável. Que ódio, se ele aparecer na minha frente vou descarregar a 38 na cara dele. - O motorista coitado olhava assustado e eu queria muito rir, mas aí ia acabar sobrando para mim então me segurei.

Não falei nada, chegamos na entrada do morro. Ela foi pegar o moto táxi e eu fui andando para a UPA, no meio do caminho encontro o neguinho

- Cadê a Mile? - Me perguntou e sua expressão de medo estava muito engraçada

- Olhe para trás - Arqueei a sombrancelha, ele arreganhou os olhos e quando certificou-se de que ela não estava atrás dele suspirou aliviado.

- Quer me matar patri...

- Não ouse me chamar de patricinha ou jogo você morro abaixo! - Falei com o dente semicerrado.

- Calma morena, preciso ir. Vou sair do morro por hoje, para não correr o risco de encontrar a Mile. - Riu

- Acho bom você correr porque é vem ela e com uma 38 na mão. - Ele nem olhou para trás e desceu correndo.

Ainda estava cedo, faltava uma hora para começar meu estágio e eu estava impaciente. Fui num bar ali perto e pedi um lanche.

- Bom dia Dona Dan - Senti umas sensações estranhas quando ouvi aquela voz, uma mistura de raiva com medo e desejo ... Desejo? Não eu falei desespero, não entendam errado. - Iai patri ... - Olhei feio para ele - Iai Quésia - Falou sorrindo sem graça e coçou o pescoço.

- Iai - Respondi indiferente, peguei meu lanche, paguei e saí do bar e o Senhor da inconveniencia veio atrás de mim.

- Por que a pressa morena? - Me perguntou

- Vim trabalhar. Não ficar de papinho. - Fui curta e grossa.

- Se desarma menina, tô na boa conversando contigo e você só dando coice, parecendo uma mula - resmungou, revirei os olhos e continuei andando.

- Tem o que fazer não? Vai virar minha sombra? - Falei com desdém

- Essa boca só reclama ou beija também? - Quando eu ia virar para responder ele me beijou e por um momento pensei em hesitar, mas retribui o beijo

- Tá maluco? - Falei dando um tapa no braço dele

- Vai dizer que não gostou- Sorriu sinico e eu revirei os olhos

- Óbvio que não! Pior beijo da minha vida eca- Fiz cara de nojo e ele ficou putinho

Amor Bandido - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora