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Chegamos em casa. Estou acabada, nem lembrava mais o que era me divertir assim, tomei um banho amamentei Thainá e me joguei na cama. Senti Henry me puxar pelo cabelo com agressividade e me levantar da cama, gritei de dor.

- Que saudades da sua boquinha vadia- Gritava enquanto me batia com muita força.

- O que você está falando Rapha? Para meu amor você está me machucando- Falei entre lágrimas

- O que estou falando vagabunda é  que você fica dando moral para qualquer um! Sabia que não deveria ter te dado tanto arrego.  Você não aprende nunca mesmo. - Eu já estava mole, minhas pernas não tinham forças para ficar de pé. Eu sabia que o sonho acabaria, mas não imaginava que seria tão rápido.

- O Bash é  Gay. - Sussurrei

- Além de vadia é  mentirosa - Gritou mais alto ainda.

- Você vai acordar as meninas Henry, para de gritar. - Soltou meu cabelo me jogando para trás fazendo com que minha coluna  se chocasse contra a parede e eu gemi de dor e cai sentada.

- Mamãe, minha irmãzinha está chorando- Cauana falou entrando no quarto e quando me viu se assustou- O que aconteceu? Mãe tá tudo bem?

- Vamos ver a sua irmã Nana,  sua mãe só está com cólica. - Henry saiu com ela do quarto, mas ela voltou e me deu um beijo na testa.

- Eu amo você mamãe, fica bem tá? - Assenti e ela limpou minhas lágrimas e saiu correndo atrás de HR.

Levantei do chão com dificuldade e fui até o banheiro... tirei a roupa me joguei debaixo do chuveiro. Abri o mesmo e sentei no chão abraçando as pernas, deixando a água escorrer pelo meu corpo e se misturando com as minhas lágrimas.

Depois de uns cinco minutos sai do banheiro passei pomada nos machucados e coloquei creme onde estava roxo, penteei meu cabelo com um pouco de dificuldade. O pente caiu no chão e quando me abaixei para pegar vi um pino de cocaína e uma seringa cheinha debaixo da cama. Foi mais forte que eu, me injetei e cheirei o pó todo senti minhas veias repuxarem e me joguei no chão sentindo uma corrente elétrica passando pelo meu corpo olhei para o teto fitando o desenho dos meus olhos que já estava meio apagado, quando Henry entrou no quarto com Thainá na mão.

- Acho que ela precisa mamar, nada faz ela calar a boca. Quésia?

- Hm - Murmurei ainda deitada e fitando o teto

- Está no banheiro? - Perguntou se sentando na cama.

- Estou no inferno. - Ele olhou para o chão do outro lado da mão e se assustou ao ver a seringa do meu lado.

- Não vai me dizer que você voltou a usar drogas. Quésia você está maluca?!- Gritou. Tapei meus ouvidos, não estava com disposição para começar tudo de novo. - Quer se matar tudo bem, mas longe das minhas filhas. Olha que exemplo você está dando a elas, dando moral para qualquer um, usando drogas, dançando igual a uma vadiazinha. Eu te odeio Quésia.

- Boa noite- Virei para o lado e fingi estar dormindo. Quem ele pensa que é  para falar de moral? Eu perdi a moral desde o dia que resolvi ficar com ele, larguei meus amigos, minha família, minha faculdade, minha vida. Por uma pessoa que não está nem aí para mim. Sempre usei drogas e nunca escondi de ninguém, nunca fui uma viciada, mas sempre usei sim e não é agora que vou deixar de usar. Meu coração está vazio e não consigo preencher com nada.

Amor Bandido - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora